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Destaque M&P Exclusivo

"O objectivo é Angola vir a ser o terceiro país com maior volume de vendas da África Subsariana"

  Trabalhou durante 17 anos na Euroteste (actualmente TNS) e passou pela Synovate (entretanto comprada pela Ipsos) como associate director. Desde Janeiro deste ano, é a country manager da Ipsos […]

Teresa Albuquerque

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Destaque M&P Exclusivo

"O objectivo é Angola vir a ser o terceiro país com maior volume de vendas da África Subsariana"

  Trabalhou durante 17 anos na Euroteste (actualmente TNS) e passou pela Synovate (entretanto comprada pela Ipsos) como associate director. Desde Janeiro deste ano, é a country manager da Ipsos […]

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Teresa Albuquerque
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Trabalhou durante 17 anos na Euroteste (actualmente TNS) e passou pela Synovate (entretanto comprada pela Ipsos) como associate director. Desde Janeiro deste ano, é a country manager da Ipsos em Angola. Ana Paula Pereira assume assim as rédeas do movimento de expansão da empresa de estudos de mercado, que está agora a implementar-se no mercado angolano. A profissional fica responsável por desenvolver o negócio em Angola com o apoio estratégico da Ipsos Nigéria, onde Ana Paula Pereira estava com funções de client services manager. Em entrevista ao M&P, a profissional explica esta aposta da empresa de estudos de mercado no mercado angolano e o que se pode esperar da Ipsos Angola. Sobre a evolução do consumidor angolano, a profissional refere que “os angolanos querem comprar tudo o que possam, querem experimentar tudo, em diversos sectores”. “Quer os produtos quer as marcas tornam-se aspiracionais. No entanto, como qualquer cultura, têm o seu próprio paladar, têm os seus próprios gostos e assim como se sabem adaptar, também sabem rejeitar o que não gostam. São consumidores críticos”, avisa, deixando a receita para quem vai à procura de negócios em Angola: “Novos produtos ou novas marcas sim, mas adaptadas à sua cultura, aos seus valores que tanto admiram e preservam.”M&P: A Ipsos anunciou no início deste ano a entrada no mercado angolano, com escritório local e a Ana foi nomeada country manager da Ipsos Angola. Em que ponto está o processo de expansão para este mercado?

Ana Paula Pereira (APP): Como foi anunciado na altura, o objectivo era passar a estar em Angola com full service, com a minha presença constante no mercado. Desde o início de Janeiro a Ipsos, e neste caso eu, estamos presentes e a trabalhar a full time.

M&P: Para quando está previsto terem o escritório e a operação a funcionar em pleno?APP: Já estamos a trabalhar em pleno e temos conseguido vários projectos muito interessantes, tanto a nível de sectores de investigação como a nível de clientes. Quanto à abertura física do escritório, é mais uma questão logística que está a ser tratada.

M&P: Qual a importância do mercado angolano para a Ipsos?

APP: A nível mundial, a Ipsos encontra-se em 87 países, tendo uma forte presença no mercado africano e muito especificamente na África Subsariana. Muitos clientes internacionais que já estão no mercado angolano pressionaram-nos a estar presentes neste mercado. Agora, com Angola podemos dar uma resposta mais concertada e alargámos vários projectos multi countries. Passamos também a aplicar as nossas metodologias em Angola e a dar resposta a determinados clientes que já trabalham connosco noutros países e já têm normativas muito especificas com o grupo Ipsos.

M&P: A Ana estava na Ipsos Nigéria. A expansão da Ipsos Angola será apoiada por este escritório da network?

APP: De facto tenho sido apoiada pelo escritório da Nigéria. É uma equipa que conheço e com quem já trabalhei, e depois temos muitas sinergias de clientes internacionais que trabalham ambos os mercados.

M&P: De que forma é que a experiência que traz do mercado nigeriano pode ajudar no desenvolvimento do negócio no mercado angolano?

APP: Ainda que o mercado angolano seja bastante menor do que o mercado nigeriano, existem muitas semelhanças na maturidade dos estudos de mercado. Ambos os países estão numa fase inicial desta actividade. A falta de estatísticas oficiais sobre dados da população é idêntica, a falta de quadros técnicos é idêntica, a formação de entrevistadores é idêntica. Em ambos os mercados temos de estar sempre a readaptar-nos face a imprevistos diários, e esta vivência na Nigéria permitiu-me quebrar qualquer resistência que eu pudesse ter da minha experiência prévia de estudos de mercado em Portugal.

M&P: Quais serão os serviços e estudos disponibilizados pela empresa no mercado angolano?

APP: Neste momento disponibilizamos todo o tipo de estudos, quer apoiados por metodologias qualitativas quer apoiados por metodologias quantitativas. Falamos de desenvolvimento de novos conceitos/produtos ou novas fórmulas de embalagens mais adaptadas à cultura angolana. Falamos da equity das marcas no contexto competitivo. Falamos da medição da eficácia e eficiência da publicidade, bem como do comportamento dos media no mercado. O nosso objectivo é responder sempre às necessidades dos nossos clientes com qualidade.

M&P: Quais serão os primeiros estudos que publicarão sobre este mercado?

APP: Neste momento estamos a lançar por iniciativa própria o Estudo Geral de Meios, estudo multiclientes sobre hábitos de audiência. Espero rapidamente poder divulgar alguns resultados.

M&P: Já estão a trabalhar clientes em Angola ou sobretudo empresas que já eram clientes do escritório nigeriano com interesses em Angola?

APP: São sobretudo clientes nacionais e internacionais com escritório em Angola. Ainda que já tenhamos também clientes que não estão em Angola mas que pretendem vir a estar ou a colocar os seus produtos/serviços em Angola.

M&P: Sendo a Ana portuguesa e sendo conhecida a ligação e interesse das empresas portuguesas no mercado angolano, a Ipsos Angola vai ter alguma área ou departamento com foco especial em empresas portuguesas com interesses no mercado angolano?

APP: O que tenho verificado é que falamos de clusters diferentes. Mesmo os clientes que estão em Portugal estão em muitos países africanos e daí que as solicitações de estudos venham desses mercados. Ou é o próprio cliente local que nos solicita directamente ou é o Centro Regional desses clientes/marcas que o solicitam e que se encontram sediados normalmente na África do Sul ou Quénia. Quanto a outros clientes em Portugal, o facto de falarmos português, e de eu ter trabalhado durante muitos anos em Portugal e ir com frequência a Portugal ajuda, mas não é determinante para ter um departamento específico.

Ana Paula Pereira assumiu no início deste ano o cargo de country manager da Ipsos Angola, mercado para onde a empresa de estudos de mercado está a expandir a sua operação. Em entrevista ao M&P, a profissional explica quais os objectivos deste passo

M&P: Vão produzir algum estudo a pensar nas empresas portuguesas com operação ou interesses em Angola?APP: Normalmente trabalhamos de acordo com as necessidades e solicitações do mercado. Se houver interesse por parte do mercado, sem dúvida que sim.M&P: Quais as expectativas em termos de volume de negócios?APP: O meu objectivo é Angola vir a ser o terceiro país com maior volume de vendas da África Subsariana, ou seja, logo a seguir ao Quénia e à Nigéria.M&P: Equacionam usar este mercado como rampa de lançamento para a implementação noutros mercados africanos de língua portuguesa?APP: A estratégia da Ipsos é abrir escritórios onde se justificar. Para além de Angola, o único mercado PALOP em África que justifica a nossa presença é, de facto, Moçambique, onde já temos escritório há alguns anos. Os restantes PALOP, de momento, não justificam a nossa presença permanente, mas temos trabalhado pontualmente e continuaremos a trabalhar nesses países sempre que os clientes o solicitarem.M&P:  Que diferenças identifica desde já no consumidor angolano face aos que tem estudado noutros mercados?

APP: Não pode haver comparações com consumidores de outros continentes. O que me tenho apercebido é que, quer os consumidores nigerianos quer os consumidores angolanos, são muito experimentalistas e aspiracionais.

M&P:  É frequente ouvir-se que o consumidor angolano está mais sofisticado e mais exigente. Como caracteriza este consumidor e a sua evolução ao longo dos últimos anos?

APP: Depois de muitos anos de guerra e com a prosperidade económica que se vive em Angola (ainda com a crise do petróleo), verifica-se que os angolanos querem comprar tudo o que possam, querem experimentar tudo, em diversos sectores. Quer os produtos quer as marcas tornam-se aspiracionais. No entanto, como qualquer cultura, têm o seu próprio paladar, têm os seus próprios gostos e assim como se sabem adaptar, também sabem rejeitar o que não gostam. São consumidores críticos. Novos produtos ou novas marcas sim, mas adaptadas à sua cultura, aos seus valores que tanto admiram e preservam.

M&P:  Como se deve comportar uma empresa que queira implementar-se neste mercado?

APP: Deve acima de tudo compreender e respeitar a sociedade e a cultura angolanas. Quero com isto dizer que não pode nem deve vir com ideias pré-concebidas, ou tentar impor modelos europeus. Estamos em África e estamos em Angola. Se isso for verdadeiramente interiorizado tudo correrá bem.

M&P:  Como caracterizaria o mercado dos media e da comunicação e publicidade em Angola?

APP: Não sou especialista nem em media nem em publicidade, mas do que tenho observado e analisado nos últimos três anos é que se estão a posicionar, reajustam-se às necessidades do mercado e procuram o seu espaço. São mercados que ainda têm muito que crescer e essencialmente amadurecer. Não nos podemos esquecer de que a guerra terminou há apenas 13 anos.

São consumidores críticos. Novos produtos ou novas marcas sim, mas adaptadas à sua cultura, aos seus valores que tanto admiram e preservam

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Fred Perry faz queixa ao INPI contra logótipo da marca Curva Pinto da Costa

A marca britânica contesta as semelhanças visuais entre os logótipos das duas marcas, que utilizam a coroa de louro do imperador romano Júlio César. Sandra Madureira, adepta do FC Porto, tinha pedido o registo da marca em novembro

A Fred Perry (na foto, à esq.) acaba de apresentar uma queixa formal ao Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) por causa do logótipo da marca Curva Pinto da Costa (na foto, à dir.), criada por um grupo de apoio ao FC Porto, liderado por Sandra Madureira.

A marca britânica contesta as semelhanças visuais entre os logótipos das duas marcas, que utilizam a coroa de louro do imperador romano Júlio César. Os responsáveis pela Curva Pinto da Costa, que ainda não se pronunciaram publicamente, têm a oportunidade de apresentar uma defesa e contestar a acusação, noticia o jornal A Bola.

A queixa formal da Fred Perry ao INPI é apresentada a 4 de fevereiro, cerca de dois meses e meio depois de Sandra Madureira ter dado início ao processo de registo da marca portuense, a 21 de novembro, avançando para a venda de chapéus, t-shirts e sweatshirts, através das redes sociais, ainda antes de conseguir a aprovação.

A queixa da Fred Perry é apresentada no último dia do prazo previsto para a contestação. Apesar de só agora ter sido registada, a marca Curva Pinto da Costa é utilizada por um grupo de adeptos do FC Porto, inicialmente liderado por Fernando Madureira, marido de Sandra Madureira.

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The New York Times adota IA na redação

A redação não deverá utilizar IA para escrever ou rever significativamente um artigo, utilizar materiais protegidos por direitos autorais de terceiros, contornar restrições de acesso pago nem publicar imagens ou vídeos gerados por IA, sem os identificar

O The New York Times está a implementar ferramentas de inteligência artificial (IA) na redação, para editar textos, resumir informação, codificar e escrever, noticia a Semafor. O jornal nova-iorquino anuncia, num email interno, que as equipas editoriais e de produtos vão receber formação em IA e a integração de uma nova ferramenta interna de IA, a Echo, que permite resumir artigos e ‘briefings’, bem como agilizar outras atividades.

As equipas do jornal terão recebido novas diretrizes editoriais, que especificam a utilização adequada da Echo e de outras ferramentas de IA, incentivando o uso na sugestão de edições e revisões dos textos, bem como na elaboração de perguntas para entrevistas, geração de resumos e escrita de textos promocionais para as redes sociais e de títulos otimizados para os motores de busca.

Porém, existem restrições. A administração adverte a redação de que não deverá utilizar a IA para escrever ou rever significativamente um artigo, utilizar materiais protegidos por direitos autorais de terceiros, contornar restrições de acesso pago nem publicar imagens ou vídeos gerados por IA, sem os identificar devidamente.

A administração refere também outras ferramentas de IA aprovadas para utilização na redação, nomeademente o GitHub Copilot como assistente de programação, o NotebookLM e o Vertex AI da Google para o desenvolvimento de produtos, o ChatExplorer do próprio jornal, o API da OpenAI e alguns produtos de IA da Amazon.

Ainda não é claro o grau de edição de IA que o The New York Times vai permitir nos artigos publicados, mas a empresa garante, num memorando publicado no ano passado, que “o jornalismo do Times será sempre noticiado, escrito e editado pelos nossos jornalistas especializados”, reafirmando esse compromisso alguns meses mais tarde.

A decisão do jornal de utilizar ferramentas de IA surge num momento em que a administração continua envolvida numa batalha legal com a OpenAI e a Microsoft, devido à alegada utilização não autorizada de conteúdo do The New York Times para treinar o ChatGPT.

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Associação Portuguesa de Imprensa lança iniciativa para capacitar media regionais

O objetivo das Jornadas Técnicas da Imprensa Regional 2025 é fornecer ferramentas para os media regionais enfrentarem os desafios da digitalização e da sustentabilidade financeira

A Associação Portuguesa de Imprensa (API) vai realizar as Jornadas Técnicas da Imprensa Regional 2025, um conjunto de eventos que pretende capacitar os profissionais dos órgãos de comunicação social regionais, ao fornecer-lhes ferramentas para enfrentarem os desafios da digitalização e da sustentabilidade financeira.

A primeira sessão tem lugar em Setúbal, a 14 de março. Ao longo do evento, diretores, jornalistas e equipas comerciais de jornais e revistas regionais vão ter acesso a painéis de discussão, workshops práticos e momentos de ‘networking’, focados em inovação editorial, estratégias de monetização digital e adaptação às novas plataformas.

“Os desafios enfrentados atualmente pelos media, com a necessidade constante de captar a atenção dos leitores em diversas plataformas digitais, ao mesmo tempo que procuram manter uma edição em papel atrativa e financeiramente viável, exigem capacitação e adaptação. É esse apoio que queremos dar aos nossos associados e a todos os profissionais do setor”, enfatiza Cláudia Maia, presidente da direção da API, em comunicado de imprensa.

A presidente da API destaca ainda o esforço da associação em concretizar esta iniciativa, sublinhando que “só com a união de todos podemos mostrar um setor forte, coeso e preparado para enfrentar os desafios da sociedade digital”. A API apela à participação de todos os meios de comunicação social, sejam ou não associados da API, reforçando que este é um evento de interesse estratégico para a imprensa regional em Portugal.

As Jornadas Técnicas da Imprensa Regional 2025 contam com o apoio do Fundo Cultural da Visapress, que financia a iniciativa, e de parceiros locais, como o Município de Setúbal, que se associa à primeira sessão, proporcionando o apoio logístico necessário para a sua realização. A segunda e a terceira sessão têm lugar em Aveiro, a 4 de abril, e em Braga, a 9 de maio, respetivamente.

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YSL Beauty e APAV unem-se contra a violência no namoro

“Com a iniciativa ‘Abuso Não é Amor’, queremos reforçar a consciencialização dos sinais de alerta junto dos jovens, para que estes consigam identificá-los antes que uma relação se torne abusiva”, explica Nuno Saraiva, diretor da divisão de luxo da L’Oréal Portugal

A YSL Beauty e a Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV) estão a reforçar a colaboração no programa internacional ‘Abuso Não é Amor’, para alertar os jovens para a violência no namoro e em outras fases de um relacionamento íntimo. Esta iniciativa internacional quer sensibilizar a população, educar para a identificação precoce dos sinais de violência entre parceiros íntimos e apoiar organizações locais na prevenção deste problema.

“Na YSL Beauty, definimos a prevenção da violência entre parceiros íntimos como uma prioridade. A APAV é o parceiro ideal para este compromisso, graças à sua experiência e conhecimento especializado. Com a iniciativa ‘Abuso Não é Amor’, queremos reforçar a consciencialização dos sinais de alerta junto dos jovens, para que estes consigam identificá-los antes que uma relação se torne abusiva. O nosso objetivo é chegar a cada vez mais jovens e fazer a diferença onde realmente importa”, explica Nuno Saraiva, diretor da divisão de luxo da L’Oréal Portugal, na qual a marca YSL Beauty se enquadra, citado em comunicado de imprensa.

O programa materializa-se na formação para lutar contra a desigualdade de género e a violência por parte de um parceiro íntimo, pretendendo fazer a diferença na vida de todos os indivíduos, especialmente as mulheres vítimas de abuso, através do diálogo sobre comportamentos abusivos, com o foco na prevenção, educação e apoio. Em Portugal, a APAV é a organização parceira do projeto desde 2021.

“A parceria entre a APAV e a YSL Beauty, através do projeto ‘Abuso Não é Amor’, tem sido fundamental na sensibilização e educação dos jovens sobre a violência nas relações íntimas. Há quatro anos que este apoio permite a realização de ações de sensibilização que alcançam anualmente mais de quatro mil alunos em escolas de todo o país. Juntos, capacitamos as novas gerações para reconhecer e prevenir a violência, promovendo relações mais saudáveis e seguras”, declara João Lázaro, presidente da APAV.

Através de ações de sensibilização em estabelecimentos de ensino, o programa impacta cerca de quatro mil alunos por ano, promovendo a educação para o desenvolvimento de relações saudáveis. A iniciativa está presente em 25 países e tem como meta educar dois milhões de pessoas em todo o mundo, até 2030.

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Um ‘copy’ que impossibilita o ‘skip’ (com vídeos)

‘Losing Control – The Day You Went to Work’ da M&C Saatchi London é a campanha que João Ribeiro gostaria de ter feito, revela na rubrica do M&P, Como É Que Não Me Lembrei Disto?. ‘Vamos Pôr o Sequeira no Lugar Certo’ é a que o cofundador e sócio-gerente da Stream and Tough Guy mais gostou de fazer

Catarina Nunes

A aparente simplicidade com que os ingredientes que uma ideia deve ter são integrados faz com que a campanha ‘Losing Control – The Day You Went to Work’ seja uma fonte de inspiração para João Ribeiro. Quando não tem ideias, porém, o ‘stream’ da Stream and Tough Guy pede ao sócio criativo da agência, Miguel Durão (o ‘tough guy’), que faça o trabalho dele.

“A minha base é a estratégia e nem sempre tenho oportunidade de dedicar muito tempo à resolução criativa dos projetos”, explica João Ribeiro, no contexto da rubrica do M&P, Como É Que Não Me Lembrei Disto?, dedicada à criatividade. No caso da campanha ‘Vamos Pôr o Sequeira no Lugar Certo’, a solução surge-lhe dez minutos depois da colocação do problema.

Qual é a campanha que gostaria de ter feito?

A campanha ‘Losing control – The Day You Went to Work’, da M&C Saatchi London, para a Transport for London (TFL), empresa que gere os transportes de Londres.

Quais são as razões dessa escolha?

Não é preciso um ‘videocase’ para explicar a ideia, que nasce de um ‘insight’ que poderia passar despercebido nas estatísticas sobre acidentes e prevenção rodoviária, mas que é muito relevante para a alteração de comportamento dos condutores.

Qual é o ‘insight’ e como é materializado?

O ‘insight’ desta campanha é baseado no dado de que a maioria dos acidentes ocorrem quando estamos perto de casa, porque ficamos mais descontraídos e menos atentos aos percalços na estrada.

O filme dramatiza a rotina do quotidiano de um homem, onde se sente que tudo decorre como o habitual, desde que acorda até chegar ao trabalho. No entanto, um imprevisto altera negativamente a vida desse homem (e de quem vive à sua volta) para sempre.

O que é que lhe chamou mais a atenção, o texto, a imagem ou o protagonista?

O ‘copy’, o ‘copy’ e o ‘copy’. Apesar de ter a duração de um minuto, passados cinco segundos já é impossível fazer ‘skip’, porque se fica preso ao ritmo da narrativa. O anúncio não tem música, mas o tom cru e realista ajuda no impacto da mensagem.

Esta campanha inspirou-o a nível criativo?

É inspiradora pela aparente simplicidade com que integra todos os ingredientes que uma ideia deve ter: observação relevante (neste caso, o comportamento das pessoas a conduzir); história bem contada que prenda a atenção; e mensagem clara e transmitida de forma memorável.

Qual é a campanha que fez que mais o concretizou?

A campanha ‘Vamos Pôr o Sequeira no Lugar Certo’, campanha de ‘crowdfunding’ para o Museu Nacional de Arte Antiga. Apesar de ao longo da minha carreira já ter tido algumas ideias que resultaram em campanhas, a minha base é a estratégia e nem sempre tenho oportunidade de dedicar muito tempo à resolução criativa dos projetos.

A ideia que tive para angariar os €600 mil, para manter em Portugal o quadro ‘A Adoração dos Magos’, de Domingos Sequeira, realizou-me profundamente porque foi distinguida a vários níveis.

A campanha ultrapassou o objetivo de donativos em mais de €145 mil, que é o resultado mais importante, e, entre muitas outras distinções, foi premiada com o Grand Prix no Clube da Criatividade de Portugal, nos Prémios M&P e nos Prémios Eficácia. Fez o pleno nos três principais festivais de criatividade nacional.

Como é que chegou a esta ideia e avançou para a execução?

Numa conversa sobre o problema com a Bárbara Reis, que na época era diretora do Público, e o Miguel Barros, antigo CEO da Fuel, cheguei à solução em, literalmente, dez minutos. Foi uma epifania.

Pensei no ângulo estratégico de fazer da causa um desígnio nacional e pedir pouco a cada pessoa (0,60€), na materialização criativa de dividir o quadro em dez milhões de pixels (um pixel por cada habitante, sendo que as pessoas podiam escolher os ‘pixels’ que quisessem), e no conceito criativo, ‘Vamos Pôr o Sequeira no Lugar Certo’.

Antes de escrever o ‘briefing’ criativo, já tinha encontrado a solução. A equipa depois ‘só’ teve de lhe dar forma. Não sou egocêntrico, mas esta ideia encheu-me de vaidade. O impacto desta campanha na sociedade portuguesa até deu azo à tese de doutoramento do professor Nuno Cintra Torres.

É comum começar pela resolução criativa?

No caso do Sequeira, começou-se pela estratégia. Simplesmente, tanto a estratégia como a criatividade ficaram logo resolvidas porque a ideia surgiu de imediato. O ‘briefing’ foi elaborado depois, para sintetizar a conversa que tivemos e para que a ideia ganhasse forma em termos gráficos e audiovisuais.

Às vezes, as ideias surgem aquando da reunião de passagem do ‘briefing’ que o cliente entrega à agência, mas não é assim tão frequente. Outras vezes, surge no processo habitual, em que só depois do ‘briefing’ criativo, é que a ideia surge.

Na maioria das vezes, chegar a uma boa ideia demora muito tempo. Muito tempo mesmo. E é o ingrediente-chave para a criatividade. Sem tempo, fica-se quase sempre pela ideias superficiais e menos originais.

Com a publicidade cada vez mais focada na racionalidade dos dados, estudos e métricas, as campanhas ganham ou perdem com isso?

Quanto mais informação tivermos melhor. O desafio continua a ser o mesmo: separar o essencial do acessório e encontrar um dado relevante que seja transformador.

Quando a criatividade é alavancada numa mensagem que tem um dado relevante sobre o consumidor ou sobre o produto ou serviço, conseguem-se melhores resultados.

O que é que faz quando não tem ideias?

Peço ao meu sócio Miguel Durão, sócio criativo da Stream and Tough Guy, para fazer o trabalho dele. É um privilégio ter uma agência assente no calibre criativo do ‘tough guy’.

Quais são as ferramentas, humanas ou tecnológicas, que utiliza para chegar a uma estratégia?

Conversarmos primeiro com o cliente sobre o âmbito do projeto, para definirmos uma proposta comercial com metodologia, prazo e preço, mas sem participarmos em concursos que envolvam criatividade. Após a adjudicação, fazemos uma reunião de passagem de ‘briefing’.

Em seguida, fazemos um ‘debrief’, em que solicitamos informação complementar caso sintamos necessidade e entrevistamos individualmente quatro a cinco elementos-chave da equipa do cliente envolvida no projeto. Às vezes, conversarmos com potenciais consumidores e/ou atuais clientes.

Complementamos a informação recolhida com a nossa análise de ‘desk research’ e de ‘benchmark’ e definimos a abordagem estratégica para a comunicação da marca, tendo por base os elementos do mercado, do ‘target’, da marca e do produto, que consideramos diferenciadores para o projeto.

Quando João Ribeiro, o ‘stream’ da Stream and Tough Guy, não tem ideias pede ao sócio criativo da agência, Miguel Durão (o ‘tough guy’), que faça o trabalho dele

Com a estratégia delineada, fazemos uma apresentação presencial com o cliente onde solicitamos a aprovação do caminho estratégico definido. Com base nessa validação, e tendo em conta o orçamento disponível para produção, desenvolvemos uma proposta criativa que materialize a estratégia, considerando todos os pontos de contacto em termos de meios que façam sentido para a campanha.

Após a aprovação da ideia criativa, recomendamos os parceiros para produção mais adequados e acompanhamos o processo desde o desenvolvimento até ao ‘airing’. Se correr tudo como esperado, passados uns meses, estamos a subir ao palco nos Prémios Eficácia, que a partir deste ano passam a Effies, com um caso elaborado por nós.

Ficha técnica

Campanha ‘Losing Control – The Day You Went to Work’
Cliente Transport for London
Agência M&C Saatchi London
Diretor criativo Graham Fink
Diretor de arte Curtis Brittles
Redator Will Bates
Produtora Kate Havers
País Reino Unido
Ano 2006

Ficha técnica

Campanha ‘Vamos Pôr o Sequeira no Lugar Certo’
Cliente Museu Nacional de Arte Antiga + Público
Agência Fuel
Diretores criativos João Ribeiro, Ruben Andrade, Marcelo Lourenço e Pedro Bexiga
Web designer Hugo Raminhos
Diretores de arte André Navarro, Nuna Martins, Mariana Reis e Pedro Bexiga
Redatores João Ribeiro, Rafael Canário, Richard Warrell e Marcelo Lourenço
Diretor de estratégia João Ribeiro
Planeamento estratégico João Coelho
Diretor de contas Duarte Simões
Produtor Pedro Silva
País Portugal
Ano 2015

 

Sobre o autorCatarina Nunes

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NetAudience: SIC aproxima-se da TVI

A TVI volta a liderar o ranking netAudience de Entidades da Marktest, em janeiro, com 37,9% de quota. A SIC mantém-se em segundo lugar, a subir dos 31,3% em dezembro para 37%. O Nónio, com um alcance de 63,4%, ocupa o primeiro lugar do ranking netAudience de Redes

Em janeiro, a TVI mantém-se na liderança do ranking netAudience de Entidades da Marktest, com um alcance de 37,9%, face aos 37,8% registados em dezembro. O segundo lugar volta a ser ocupado pela SIC, com 37%, um valor acima dos 31,3% conseguidos no mês anterior.

Os dois canais estão separados por 72.142 utilizadores, menos de um quinto em comparação com dezembro de 2024, quando a diferença é de 554.622. As plataformas digitais do canal da Media Capital registam um alcance de 3.253.349 indivíduos e as da estação da Impresa chegam a 3.181.207 consumidores.

O JN recupera a terceira posição, perdida em dezembro, com um ‘share’ de 32,4% e 2.785.037 leitores, revela a análise de audiências auditadas, agora divulgada. Novamente em quarto lugar, o Correio da Manhã tem uma quota de 29,3%, à frente do Expresso, que permanece em quinto, com 28,8%.

O Observador sobe uma posição, para o sexto lugar do ranking, com 27%, à frente da NiT que tem 26,7% e desce para a sétima posição. O Postal do Algarve continua no top 10, no oitavo lugar da tabela, com 22%, face aos 23% do mês anterior.

O nono lugar do ranking, que a Marktest apresenta mensalmente desde maio de 2019 com os números relativos ao alcance agregado dos títulos das entidades subscritoras com tráfego auditado, volta a ser ocupado pelo OLX, que sobe uma posição, ao atingir uma quota de 21,6%. A Flash, com 20,7% de ‘share’, fecha o top 10.

 

 

O ranking netAudience de Redes da Marktest é dominado, em janeiro de 2025, pela Nónio, com um alcance multiplataforma de 63,4%, face aos 60% de dezembro de 2024. Em termos totais, é acompanhado por 5.449.435 indivíduos. Está à frente da Media Capital, novamente em segundo lugar, com um ‘share’ de 49% e 4.213.138 pessoas alcançadas.

Em terceiro lugar, permanece a Impresa, com 46,4%, à frente da Medialivre, que figura em quarto lugar com 42%. Os dois grupos de media estão separados por 379.759 indivíduos, face aos 90.708 do mês anterior, dado que a dona da SIC termina o mês com 3.986.955 utilizadores e a rede da antiga Cofina com 3.607.196.

A Notícias Ilimitadas, que tinha ocupado o lugar do Global Media Group em dezembro, permanece em quinto lugar. A empresa, que detém títulos como JN, TSF, Notícias Magazine, O Jogo, Volta ao Mundo e Evasões, termina janeiro com um ‘share’ de 37%, face aos 34,4% do mês anterior.

O Global Media Group continua a descer, agora da oitava para a nona posição, com uma quota de audiência de 16,8%, um valor abaixo dos 40,5% de novembro e dos 18,2% de dezembro.

 

 

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Arcádia entrega comunicação digital à Keep it Real

“Gerir redes sociais não é só publicar conteúdos, é criar ligações genuínas e partilhas que fazem sentido. A Keep it Real destaca-se pela abordagem criativa, autêntica e alinhada com os nossos objetivos”, justifica Rute Pinheiro, diretora de marketing da Arcádia

A Arcádia acaba de entregar a comunicação digital à agência Keep it Real. O contrato assinado contempla a criatividade, a estratégia e a gestão das redes sociais (Instagram, Facebook, TikTok e LinkedIn) da marca de chocolates, amêndoas, drageias, pastelaria e gelados, fundada em 1933 pela família Bastos.

“Sabemos que gerir redes sociais não é só publicar conteúdos, é criar ligações genuínas e partilhas que fazem sentido. A Keep it Real destaca-se pela abordagem criativa, autêntica e alinhada com os nossos objetivos”, justifica Rute Pinheiro, diretora de marketing da Arcádia, citada em comunicado de imprensa.

Com cerca de 40 lojas espalhadas por 16 cidades do país, a marca procura manter-se atual e reforçar a ligação com os consumidores, através de conteúdos e de campanhas de comunicação que promovam os produtos que comercializa e que reforcem o posicionamento da Arcádia no mercado nacional.

“Este novo desafio é um reflexo do compromisso da Keep it Real em criar experiências autênticas e envolventes nas redes sociais. Queremos não só reforçar a presença digital da marca, mas também criar uma comunicação mais próxima e emocional com os seus seguidores/consumidores”, explica João Pedro Ferreira, CEO da agência, citado no documento.

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“Pensamos mais fora da caixa do que os italianos”

Elsa Lourenço, produtora no Dialogue, estúdio de ‘motion design’ e animação português com delegação em Itália, vive em Roma. Ter nascido e trabalhado em Portugal dá-lhe uma astúcia para lidar com os desafios que não identifica nos italianos

Em Roma, onde reside com a família, Elsa Lourenço trabalha como produtora no Dialogue, estúdio de ‘motion design’ e animação português com delegação em Itália, que, para de publicidade e pós-produção audiovisual e cinematográfica, também desenvolveu o ‘branding’ da edição de 2024 do festival de efeitos visuais e animação da Associazione Effetti Visivi (AVFX), que se realiza na capital italiana.

Emigrou para Itália para acompanhar o marido, mas acabou por transformar a decisão numa oportunidade de crescimento profissional, num país onde considera que o foco nos objetivos a atingir continua a ser preterido em função de uma forma de organização laboral que se assemelha à portuguesa.

Trabalhar fora de Portugal era uma ambição ou houve uma circunstância a determinar a saída?

Trabalhar no estrangeiro nunca foi uma ambição pessoal, e, na verdade, foi uma saída por amor. O meu marido recebeu, em 2008, uma proposta de trabalho para uma multinacional sediada em Roma, inicialmente por dois anos.

Na altura, decidimos que era uma experiência que queríamos abraçar, até porque Roma é uma das minhas cidades favoritas. Portanto, era uma espécie de sonho, que não sabia que tinha, a tornar-se realidade.

O que fazia em Portugal?

Era produtora no Teatro A Barraca, em Lisboa. Numa fase inicial, mantive a minha ligação ao teatro. Estive em teletrabalho muito antes de se tornar algo comum. Dezassete anos, dois filhos e uma cachorra depois, continuamos em Roma, a cidade eterna.

Trabalhou sempre para empresas portuguesas?

Estive vários anos em Itália a trabalhar para Portugal e voltei a fazê-lo, nos últimos três anos, para o Dialogue. Ainda em Itália, tive uma breve passagem pela Agência Espacial Europeia, quando estava grávida do meu primeiro filho, que tem agora 14 anos.

Depois de um breve período em Madrid, regressámos a Itália e juntei-me ao Forgotten Project, projeto de valorização da arquitetura contemporânea através da arte urbana, e, depois disso, à Pedius, uma startup de carácter social focada no empoderamento da população surda.

Em termos profissionais, quais são as diferenças entre trabalhar em Portugal e em Itália?

Não sinto grandes diferenças em termos de trabalho, honestamente. Tal como em Portugal, há muito a ideia de que é preciso estar um determinado número de horas no local de trabalho, com as organizações a focarem-se pouco nos objetivos a atingir.

O panorama mudou ligeiramente durante a pandemia, mas a maioria das empresas está a voltar ao regime presencial, quase a 100%.

Mas existem diferenças?

Uma grande diferença que sinto em relação a Portugal tem a ver com o apoio à família e à conciliação laboral para mães trabalhadoras. Em Roma, as escolas públicas terminam as 16h30 ou às 14h a partir do 6º ano, não existindo uma rede de ATL como em Portugal, o que obriga as famílias a depender de parentes ou de atividades privadas.

Nesse contexto, torna-se determinante criar uma rede de apoio, que, no nosso caso, não tendo família por aqui, se baseia na rede de pais e mães de colegas de escola, que, entretanto, se tornaram amigos. Vamo-nos revezando para conseguirmos ter horários que nos permitam conseguirmos trabalhar.

Elsa Lourenço, produtora do Dialogue, não tinha a ambição de emigrar antes de ir para Itália

No meu caso, trabalhando em casa, num sistema remoto, é-me mais fácil conciliar as coisas, mas, ainda assim, é muito difícil o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional. Essa é uma das principais diferenças que noto.

Quais são as mais-valias e os obstáculos que o ser portuguesa tem no seu trabalho?

Sempre senti que ser portuguesa era uma mais-valia, porque acabei sempre por desempenhar funções onde falar português era um requisito fundamental. Somos flexíveis, resilientes e ‘problem solvers’, peritos na arte do desenrasca.

Conseguimos pensar mais fora da caixa do que os italianos, que são muito mais especializados em funções específicas. Como sempre fiz um pouco de tudo, consigo atirar-me a desafios e a coisas diferentes com maior facilidade.

Quais são as particularidades do mercado italiano na sua área, em termos de desafios e de diferenças, em relação ao português?

O mercado europeu tem mais semelhanças do que diferenças. Ao longo da minha experiência profissional no estrangeiro, tive a oportunidade de trabalhar em projetos internacionais e quase sempre com equipas multiculturais. Embora as diferenças culturais influenciem a forma como as mensagens são construídas, vejo-as mais como nuances e não como algo que defina mercados completamente diferentes.

Qual é o momento que o mercado italiano atravessa na sua área de atividade?

Na área da animação e dos efeitos visuais (VFX), o mercado italiano é muito mais maduro do que o português. Há uma indústria que em Portugal estamos ainda a desenvolver.

Tenho visto, nos últimos anos, o crescimento do setor em Portugal e termos tido um filme de animação português candidato a um Óscar em 2023 [A curta-metragem de animação portuguesa ‘Ice Merchants’, de 2022, escrita e realizada por João Gonzalez] e o ano de 2024 dedicado a Portugal no Annecy International Animation Film Festival, o mais importante festival europeu do setor, tem vindo a aumentar o interesse na área.

Enquanto estúdio, para além do nosso trabalho habitual, somos responsáveis pelo Atlas Festival, que vai para a quarta edição. É um festival dedicado às áreas da animação, efeitos especiais e ‘gaming’, que nasce da necessidade de juntar o talento português espalhado pelo mundo. Temos conseguido reunir profissionais excelentes, que trabalham para os mais renomados estúdios a nível internacional.

Que funções desempenha atualmente e que projetos tem em mãos?

Desde 2022, sou produtora no Dialogue, um estúdio de ‘motion design’ e animação com sede em Lisboa. Trabalhamos maioritariamente em publicidade com diversas agências e produtoras, nacionais e internacionais, mas também com clientes internacionais diretos.

Foi o caso da Associazione Effetti Visivi (AVFX), associação de efeitos especiais italiana, para quem desenvolvemos todo o ‘branding’ da edição de 2024 do Festival degli Effetti Visivi e dell’Animazione CGI. Neste momento, temos vários projetos em mãos, mas nenhum que possa revelar por agora.

Qual foi a experiência profissional que teve em Itália que mais a marcou?

A experiência que mais me marcou foi fazer parte do Forgotten Project, projeto que nasceu, em 2015, da exigência de valorizar o património arquitetónico contemporâneo da cidade de Roma, através da arte urbana.

Representou o regresso ao trabalho ativo, numa altura em que os meus filhos tinham cinco e dois anos, apesar de ser um trabalho voluntário. Por detrás do projeto estava uma associação sem fins lucrativos.

Porque é que foi marcante?

Esta iniciativa proporcionou-me uma série de contactos diretos com o tecido social e com as instituições romanas, porque os murais tinham de ser todos devidamente autorizados e a burocracia italiana é grande.

Com muita teimosia e vontade de deixar uma marca na cidade, conseguimos trazer cinco artistas portugueses, Add Fuel, Frederico Draw, Bordalo II, MaisMenos e Daniel Eime, que fizeram os seus primeiros murais no centro de Roma. O projeto culminou numa mostra no MACRO, museu de arte contemporânea de Roma, totalmente montada por nós. Dez anos depois, os murais continuam de pé e fazem parte da cidade.

Em termos profissionais, do que é que tem mais saudades, em relação ao mercado português?

Não sinto saudades do mercado português porque continuo ligada a ele, uma vez que, no Dialogue, trabalhamos com o mercado nacional e com o internacional.

Portugal valoriza o talento nacional?

Portugal deveria a apostar mais em valorizar o talento nacional e o encontro anual de talentos do setor que promovemos é um exemplo interessante, já que permite partilhar conhecimentos, criar uma comunidade, valorizar as instituições de ensino nacionais e abrir portas para alunos e futuros profissionais.

Pensa regressar a Portugal?

Penso sempre, apesar de ter cada vez mais a certeza de que isso não irá acontecer a curto prazo, porque tenho filhos adolescentes na escola, com os amigos e as redes relacionais em Itália. Mas não me imagino a envelhecer noutro sítio que não seja Lisboa.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Audiências semanais: RTP1, SIC e cabo em crescimento

Na semana de 10 a 16 de fevereiro, o consumo global de televisão aumenta cerca de um minuto por dia. A RTP1, a SIC e o cabo são os únicos canais que aumentam a quota de audiência. Nos canais por cabo, a CMTV continua destacada na liderança

Esta semana, o consumo global de televisão reverte a tendência registada nas últimas semanas, aumentando cerca de um minuto por dia face à semana passada, o que corresponde a um consumo diário de cinco horas e 35 minutos. Em termos de variações da quota semanal, a RTP1, a SIC e o cabo são os canais que reforçam a quota de audiência, ao contrário do que se verifica com a TVI e o ‘outros’ (que inclui o visionamento em ‘time shift’, ‘streaming’ e vídeo/jogos), que descem.

A RTP1 aumenta quatro décimas e tem agora 11% de quota semanal, enquanto a SIC sobe duas décimas e atinge os 13,7%. A TVI, pelo contrário, diminui ligeiramente, atingindo agora os 15%. O cabo também reforça a quota de audiência semanal, alcançando os 41,6%, enquanto o ‘outros’ regista a tendência oposta, descendo ligeiramente para 17,7% de quota semanal.

Quanto à tabela dos canais mais vistos da televisão por cabo, a CMTV, a CNN Portugal e o Star Channel continuam a ocupar o pódio. Nas restantes posições do top 10 não entram novos canais, com os lugares seguintes a serem ocupados por SIC Notícias, Star Movies, Hollywood, Globo, SIC Mulher, Star Life e News Now, que fecha o ranking da semana.

O concurso de final da tarde da RTP1, ‘O Preço Certo’, lidera a tabela global dos programas mais vistos. Seguem-se o programa de humor de Ricardo Araújo Pereira e companhia na SIC, ‘Isto é Gozar Com Quem Trabalha’, a novela ‘A Promessa – 2.ª Temporada’, também da SIC, mais uma edição de ‘O Preço Certo’, da RTP1, e o ‘reality show’ da TVI ‘Secret Story – Desafio Final’, que fecha o top 5 da semana.

O programa desportivo da CMTV, ‘Duelo Final/Farense X FC Porto’, lidera esta semana o ranking dos programas mais vistos da oferta de canais de televisão por cabo, com ‘Golos: Primeira Parte/Mónaco X Benfica’ e ‘Golos: Segunda Parte/Mónaco X Benfica’, ambos conteúdos da CMTV, a seguirem-se. Nas posições seguintes encontramos mais um programa desportivo, o ‘Liga d’Ouro/Champions’, e ainda o ‘Grande Jornal – Noite’, também da CMTV.

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VASP organiza conferência para celebrar 50 anos

“O percurso da VASP está intimamente ligado à história do jornalismo e da liberdade de imprensa em Portugal. Este evento é uma oportunidade para refletir sobre o legado construído e sobre os desafios do futuro”, salienta Marco Galinha, presidente do conselho de administração da VASP

A VASP está a organizar uma conferência que reúne ‘stakeholders’ e intervenientes relevantes ligados aos media, para assinalar os 50 anos de história da empresa distribuidora de jornais e revistas e projetar o futuro da empresa. O evento, a 19 de fevereiro, na sala Almada Negreiros do Centro Cultural de Belém, em Lisboa, pretende reforçar o compromisso da empresa com o futuro da distribuição e do setor editorial em Portugal.

“O percurso da VASP está intimamente ligado à história do jornalismo e da liberdade de imprensa em Portugal. Este evento é uma oportunidade para refletir sobre o legado construído e sobre os desafios do futuro”, salienta Marco Galinha, presidente do conselho de administração da VASP e CEO do Grupo BEL, citado em comunicado de imprensa.

Além de Marco Galinha, entre os convidados e oradores encontram-se Fátima e Paulo Jesus, proprietários das papelarias Rima, Manuel Fonseca, presidente do conselho de administração da editora Guerra e Paz, José Carlos Lourenço, presidente do conselho de administração do grupo Media N9ve, Francisco Rebelo dos Santos, diretor do jornal Região de Leiria, Rui Moura, administrador da VASP, Sérgio Sousa Pinto, deputado e autor, e Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares.

Ao longo de cinco décadas, a VASP, que é detida pelo Grupo Bel desde 2024, desempenha um papel central na distribuição de jornais e revistas em todo o país, acompanhando a evolução da imprensa e da democracia em Portugal. Atualmente, a empresa tem vindo a diversificar a sua atividade para áreas como a impressão, a distribuição postal, a distribuição de encomendas expresso, as vendas diretas e o trade marketing.

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