Álvaro Sobrinho revela ser acionista do fundo que adquire a Global Media
O facto confirmado pelo empresário e antigo presidente do BES Angola (na foto) surge na sequência de uma investigação da SIC e do Expresso, que chegam ao nome de Álvaro Sobrinho, enquanto figura por trás do World Opportunity Fund
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O empresário angolano Álvaro Sobrinho admite, em entrevista à SIC e ao Expresso, ser acionista do World Opportunity Fund (WOF), que em 2023 assume o controlo do Global Media Group (GMG), na época detentor do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, entre outros meios de comunicação.
O facto confirmado pelo ex-banqueiro e antigo presidente do BES Angola, e com vários processos judiciais a correr contra ele em Portugal, surge na sequência de uma investigação, em que a SIC e o Expresso falam com cerca de 50 pessoas e analisam centenas de documentos, chegando ao nome de Álvaro Sobrinho, enquanto figura por trás do fundo WOF.
Na entrevista, Álvaro Sobrinho não só assume a ligação, mas também explica a sua versão do caso. O empresário salienta os problemas de liquidez da Global Media, que refere como o pretexto para o desafio que lhe fazem dois representantes do GMG, Luís Bernardo e José Paulo Fafe. Estes dois consultores de comunicação, segundo Álvaro Sobrinho, terão-lhe perguntado se estaria interessado em investir no grupo. Na entrevista à SIC e ao Expresso, o empresário diz que nega o convite, mas que “abriu a porta” do WOF aos dois consultores.
Por interferência direta de Álvaro Sobrinho, o negócio da venda de uma participação no GMG, que garante ao WOF o controlo do grupo, concretiza-se em setembro de 2023, data em que o fundo nomeia José Paulo Fafe como CEO da Global Media.
Na época, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) quis saber o nome dos verdadeiros beneficiários do WOF, informação que José Paulo Fafe não divulga ao regulador. Mais tarde, a ERC toma a decisão de retirar os direitos de voto ao WOF, forçando este fundo a vender a participação adquirida no GMG.
Ana Gomes, ex-deputada do Parlamento Europeu e comentadora da SIC, reage à revelação da ligação de Álvaro Sobrinho ao WOF, escrevendo na rede social Bluesky, “criminoso governantes e reguladores, da ERC ao Banco de Portugal, passando pela CMVM, tratarem de ignorar os esquemas de branqueamento de capitais por detrás da captura dos media portugueses”. A comentadora da SIC recorda ainda a denúncia que faz à Comissão Europeia, há cerca de quatro anos, da falta de escrutínio das autoridades portuguesas sobre investidores nos órgãos de comunicação.