“Poucos clientes aprovam campanhas inovadoras”
A empresa inglesa Contagious, especializada em intelligence estratégica e criativa, passa a estar presente no mercado português. A dirigir o projecto está Tiago Barquinha, também responsável pela agência Mojobrands
Rui Oliveira Marques
Bolo-rei da Versailles é a estrela do anúncio natalício do Pingo Doce (com vídeo)
Novo Banco patrocina revista dos 40 anos da Blitz
Um terço dos portugueses está a gastar mais em compras online
José Guerreiro reforça departamento criativo da Lisbon Project
Perplexity já permite fazer compras
Cristina Ferreira trava execução de sentença de primeira instância da SIC
BA&N faz parceria com consultora SEC Newgate
António Zambujo é o embaixador dos vinhos da Vidigueira
ERA recorre ao humor para atrair gerações Y e Z (com vídeo)
“Cream é não provar” as novas Amarguinhas Creme
A empresa inglesa Contagious, especializada em intelligence estratégica e criativa, passa a estar presente no mercado português. A dirigir o projecto está Tiago Barquinha, também responsável pela agência Mojobrands
A Contagious, empresa de intelligence estratégica e criativa fundada em Londres em 2004 por Paul Kemp-Robertson e Gee Thomson, chegou a Portugal pela mão de Tiago Barquinha. Através de uma parceria com a Mojobrands, Portugal passa a ser o quarto país em que a empresa se expande através de parcerias, tendo escritórios próprios em Londres e em Nova Iorque. Actuando sobretudo através da consultoria e análise independente da indústria, a Contagious propõe-se a partilhar conhecimento, cultura e ferramentas para apoiar os marketeers. O serviço está orientado para alimentar o pensamento criativo e estratégico, apoiando a construção de briefings mais completos, inspirando equipas e desenvolvendo estratégias mais eficientes. O também CEO e CCO da Mojobrands explica o propósito da Contagious Portugal.
Meios & Publicidade (M&P): Como surgiu a oportunidade de trazer a Contagious para Portugal?
Tiago Barquinha (TB): Surge depois da minha presença nos seus eventos em Londres, o Boothcamp e o Most Contagious, onde tive a oportunidade de conhecer o co-fundador Paul Kemp-Robertson. Achei o conteúdo tão inspirador que tinha mesmo que a trazer. Ao fim de um ano de negociações chegámos a acordo e cá estamos. Enquanto agência criativa, sempre admirámos o trabalho deles.
M&P: O propósito da Contagious é formar e evangelizar para a criatividade. São os clientes quem mais precisa de aprender sobre a necessidade de arriscar?
TB: São os clientes que precisam de entender que a criatividade vai fazer com que as suas marcas tenham melhores resultados. Quanto mais arriscarmos nessa criatividade, melhores serão esses resultados. Como referiu o Fernando Machado (ex-CMO global do Burger King) numa das talks no Most Contagious, o risco de fazermos campanhas que não impactem as pessoas é muito maior do que o risco de uma campanha não correr tão bem quanto esperávamos. Nos últimos anos tem havido uma grande discussão sobre o facto de as campanhas do Burger King serem desenvolvidas a pensar apenas nos prémios, mas essas campanhas fizeram com que a empresa tivesse crescimentos anuais acima dos dois dígitos. Nós temos óptimas agências, óptimos criativos e precisamos de mais clientes que arrisquem.
M&P: Como avalia o estado da criatividade em Portugal? Como é que a Contagious pode ser um elemento que fomenta a criatividade no nosso mercado?
TB: Há muita boa criatividade em Portugal, mas devia haver muito mais. Há agências a fazer um trabalho excepcional mas são poucas. E são poucas porque nem todas as agências apresentam trabalhos muito criativos e porque são poucos os clientes que aprovam campanhas inovadoras. Queremos ajudar ambos a melhorar. Que mais agências aprendam com as melhores referências do mercado. Queremos que mais clientes aprendam que vale a pena apostar na inovação e na diferenciação para as suas marcas. É por se estar em contacto com o que de melhor se faz por esse mundo fora que se aprende a ter segurança na criatividade e que esta consegue melhorar a performance das empresas.
M&P: Qual o tipo de serviços que pretendem prestar em Portugal?
TB: A Contagious Portugal, pelo menos neste primeiro ano, vai focar-se em promover as subscrições para acesso à plataforma online e apresentações temáticas realizadas pelos nossos editores e consultores. Nesta plataforma os clientes, não só vão poder ter acesso a mais de 16 mil campanhas rigorosamente seleccionadas, como às melhores e às que traziam algo de novo para o sector, como terão acesso a insights, análises, entrevistas com os líderes das agências e clientes e acesso aos respectivos resultados. Para além destes serviços, vamos organizar eventos à medida dos nossos clientes, que podem passar por formações inspiradoras com temas já existentes ou pensadas mediante um briefing, ou então fornecendo o acesso a alguns dos nossos keynote speakers para eventos de marketing, publicidade e inovação.
M&P: O nosso país irá também contribuir com conteúdos para a plataforma internacional? De que forma?
TB: A Contagious surge também como uma oportunidade para as agências e marcas nacionais exporem o seu trabalho internacionalmente através da nossa plataforma online e dos nossos meios de comunicação. O envio de campanhas e case studies é totalmente gratuito e aberto a todos. Aliás, queremos incentivar a que nos façam chegar as campanhas com grande regularidade. Para terem uma ideia, a nossa plataforma online chega a mais de 11 mil subscritores, o nosso website a mais de 40 mil utilizadores e as nossas redes sociais a mais de 120 mil utilizadores em todo o mundo.
M&P: Como é que a Contagious se articula com a Mojobrands?
TB: A Contagious Portugal é um projecto independente da Mojobrands que aproveita as sinergias da agência. Vamos ter pessoas totalmente dedicadas à Contagious mas teremos projectos onde vamos aproveitar o que de melhor a Mojobrands tem para oferecer, nomeadamente a sua capacidade de comunicação e de organização de eventos.