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João Pinto e Castro

Marketing :: Artigos de Fundo

João Pinto e Castro: “Os consumidores contemporâneos são uma seita perigosa”

O M&P entrevistou João Pinto e Castro em Maio de 2011, a propósito do lançamento do livro Marketing Ombro a Ombro. Dois anos depois, o seu pensamento continua actual.

Rui Oliveira Marques

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Marketing :: Artigos de Fundo

João Pinto e Castro: “Os consumidores contemporâneos são uma seita perigosa”

O M&P entrevistou João Pinto e Castro em Maio de 2011, a propósito do lançamento do livro Marketing Ombro a Ombro. Dois anos depois, o seu pensamento continua actual.

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João Pinto e Castro

O M&P entrevistou João Pinto e Castro em Maio de 2011, a propósito do lançamento do livro Marketing Ombro a Ombro. O falecimento do professor universitário e responsável pela consultora Ology é um pretexto para recordar a forma como o consultor via o marketing nacional: “Vê-se relativamente pouco trabalho ambicioso de construção de marcas”, considerava. Dois anos depois, o seu pensamento continua actual.

Meios & Publicidade (M&P): O seu novo livro baseia-se na ideia de que as empresas estão habituadas a falar com os consumidores de cima para baixo, propondo por isso uma conversação ombro-a-ombro. Encontrou na sua pesquisa muitas empresas com esta nova postura?

João Pinto e Castro (JPC): Não é muito fácil encontrá-las, seja em Portugal ou no estrangeiro, porque é uma realidade nova que tem vindo a ser construída. As pessoas que trabalham em marketing foram treinadas de uma maneira diferente. Quando preparava o livro, foi difícil encontrar casos portugueses. Quando me apontavam alguma coisa, depois de a estudar, via que não era muito interessante. Quando o livro estava praticamente terminado, falaram-me do caso da Sebenta Editora, que é um caso interessante de produção cooperativa de manuais escolares com os professores.

M&P: O que faltava aos casos portugueses para que fossem considerados interessantes?

JPC: Quando as pessoas fazem coisas novas, fazem-no sem mudar o pano de fundo. Fazem-no  porque é novo e parece não ser muito caro. Hoje toda a gente tem páginas no Facebook, mas para quê? Há muitos poucos casos de bom aproveitamento. A TAP, por exemplo, consegue ter uma presença muito inteligente. O canal pode ser grátis, mas trabalhá-lo como deve ser exige dinheiro. Mas isso está a mudar e o caso Ensitel veio demonstrá-lo.

M&P: Aliás, incluiu a Ensitel no livro.

JPC: É um bom exemplo do renovado poder dos consumidores, que dispõem de instrumentos que lhes permitem passar as suas reclamações de um plano restrito com familiares e amigos para outro que pode gerar uma situação descontrolada em que parece que metade do país está contra a empresa. Aliás, no fim a Ensitel geriu bem o assunto, apesar de não estar preparada. Viu-se que as pessoas do marketing despertaram pela primeira vez para esta situação e agora querem perceber melhor o que podem fazer para lidar com estas situações.

M&P: O caso demonstra, tal como escreve no livro, que “os consumidores contemporâneos são uma seita perigosa”.

JPC: O pressuposto tradicional do marketing é que as pessoas são passivas e que as empresas e marcas têm meios financeiros para, através dos media, influenciá-las. Isso mudou. As pessoas não são passivas. Têm capacidade de organização e de mobilização. Os mass media eram dominados por empresas e marcas. Agora temos outro tipo de meios, os user generated media, que são propriedade das pessoas. Quando as marcas entram aí é como se entrassem na casa das pessoas. Há relativamente poucas marcas que fizeram essa mudança.

M&P: Por que é que, aparentemente, os marketeers estão a demorar muito tempo a adoptar esta visão?

JPC: É o tempo normal, isto é uma grande transformação. No século XX tivemos várias transformações no marketing que foram em parte induzidas pelos media, mas esta é a mais profunda de todas. São transformações que demoram algum tempo e só agora começa a surgir pensamento ou doutrina sobre estas transformações.

M&P: Vestindo a pele de consultor, que conselhos daria a um marketeer de um produto de grande consumo para lidar com esta realidade?

JPC: Varia muito consoante o mercado e o processo de compra. Mas em todas as áreas, a primeira coisa a fazer é familiarizar-se com estas novas realidades. Já me aconteceu, como consultor, falar com empresas interessadas em estar nas redes sociais, que dizem que querem fazer uma página no Facebook. Digo-lhes para começarem a procurar na net o que tem a ver com a área de negócio, nomeadamente com as pessoas relacionadas com os nossos produtos. Muitas vezes as pessoas ficam admiradas porque os temas a que estão ligadas são amplamente discutidas na internet. A primeira coisa a fazer é pôr-se à escuta, um hábito que não temos. As empresas estão habituadas aos estudos de mercado, que são úteis, mas esta pesquisa pode ser mais rica.

M&P: Porquê?

JPC: Dá-nos a hipótese de ouvir as pessoas num contexto mais próximo do dia-a-dia e não quando estão num focus group. Dá para perceber, não só o que elas dizem, mas o que andam a fazer. Falava há pouco dos bens de grande consumo, mas geralmente são bens de baixo envolvimento. As pessoas não criam comunidades para discutir pastas de dentes. No entanto, fazem comunidades que se organizam em torno de assuntos que têm a ver com o enquadramento do produto ou serviço, como  saúde e bem-estar, beleza, educação dos filhos ou até como ter sucesso. Isto não é novo para as marcas, porque estão habituadas a pensar que há uma dimensão simbólica ligada a elas. Há um exemplo, o da Dove, que trabalha sobre os padrões de beleza e a relação com a felicidade. As grandes multinacionais estão preocupadas e andam a experimentar. Umas vezes têm sucesso, outras não, mas isso faz parte do processo.

M&P: As tribos são outro dos aspectos que atravessam o Marketing Ombro a Ombro.

JPC: O livro é sobre redes sociais, mas não são apenas as redes sociais online, mas também as offline. A nossa sociedade alterou-se na forma como está organizada. Vimos de um período de segmentação tradicional, com base económico-social. Depois passamos para uma fase de extremo individualismo. Progressivamente as pessoas começaram a agrupar-se de acordo com as afinidades. Hoje somos pessoas muito mais livres, não que estejamos desenquadrados socialmente, mas porque pertencemos a várias tribos e estamos constantemente em mutação. Há a tribos dos bloguers, dos surfistas, dos empresários…

M&P: A mais perigosa talvez seja a dos bloguers…

JPC: Mas há várias tribos de bloguers. A grande questão do marketing tribal é pensar que é algo limitado, localizado e que se aplica aos jovens. Alguns dos fabricantes de telemóveis, como a Nokia, segmentam a sua oferta de produto partindo do princípio de que há vários estilos de vida. Em geral, quando se fala de marketing tribal, pensa-se em algo marginal quando a verdade não é essa. A sociedade está toda organizada em tribos e isso tem consequências. As redes sociais básicas são as tribos. As redes sociais na internet são apenas uma ajuda para que se organizem, se mantenham em contacto, endoutrinem, tenham formas de expressão e comunicação próprias. No livro, tenho casos que quase que não têm nada a ver com a internet, como a Sociedade Internacional de Lomografia, que cresceu através das relações pessoais.

M&P: É neste paradigma que surgem as marcas pós-modernas.

JPC: São marcas que têm um valor emblemático e vivem de valores. Apesar das nossas queixas, vivemos numa sociedade rica, onde há uma grande busca de sentido. As pessoas gostam de mudar de estilo de vida. Mas isso cria uma necessidade de orientação que não vem dos gurus tradicionais. Há marcas que têm capacidade de inspirar as pessoas, como é o caso da Nike, que faz um apelo a que se vá mais longe, que se supere. Dá para a marca se posicionar como um líder, um guia, como representante máximo de um mito.

M&P: Aliás, no livro refere que “o papel das marcas não é impor ou inventar tendências, é prestar atenção às movimentações dos cidadãos e dos consumidores, integrá-las, acarinhá-las, protegê-las, patrociná-las”. Há muitas marcas nacionais a fazerem-no?

JPC: Não é comum encontrar exemplos. Temos uma certa pobreza do nosso pensamento de marketing. Acredito que há muitas pessoas e agências que propõem esse tipo de ambição aos clientes com que trabalham, mas depois não é fácil fazê-lo. Apesar do que se fala, a prática do marketing do dia-a-dia em Portugal não é muito evoluída. Pelo que vejo, os departamentos de marketing passam 80 por cento do tempo a tratar de promoções. Vê-se relativamente pouco trabalho ambicioso de construção de marcas.

M&P: Que marcas nacionais admira pela sua consistência?

JPC: A cervejaria Portugália. A construção de marcas não tem só a ver com publicidade, tem a ver com a forma criteriosa como se cria uma marca e depois é comunicada às pessoas através de todos os meios: o nome, o próprio produto, as instalações e, no caso da Portugália, os menus e a maneira como as mesas e cadeiras estão dispostas. Tudo aquilo tem uma consistência que remete para uma memória e uma capacidade de ser contemporânea.

M&P: Tendo em conta o que se perspectiva para a economia portuguesa nos próximos dois a três anos, considera que esta é a altura para as marcas arriscarem ou devem estar mais concentradas  nas questões do curto prazo?

JPC: As questões estratégicas são intemporais. O problema do país é que há um número insuficiente de empresas com uma oferta diferenciada. Temos falta de gente qualificada nas diversas áreas. O que depois tentamos vender não é muito competitivo, a não ser que se baixe os preços. E aí não vale a pena concorrer com a China ou outros países com mão-de-obra barata. A solução é qualificar as empresas e trabalhadores. No fundo é também qualificar as marcas, que é um trabalho ao qual se dá pouca atenção. A contribuição do marketing devia ser no sentido de acrescentar valor aos produtos e serviços que temos para vender. As empresas com as quais estamos a concorrer estão a fazer isto. Há coisas para a competitividade do país que não devem ser adiadas. Esta é, aliás, a altura para fazer esse trabalho. É uma boa altura para fazer experiências e para aprender com os erros.

Sobre o autorRui Oliveira Marques

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Bar Ogilvy promove época de festas na Madeira (com vídeo)

A campanha produzida pela Bro, que aborda as atividades disponíveis na ilha, no Natal e fim de ano, é divulgada em suportes digitais, nas redes sociais da Meta, Google e YouTube

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A campanha de Natal e fim de ano Madeira reforça o espírito de pertença e autenticidade com um novo apelo à vivência plena do destino. Dando continuidade à comunicação da iniciativa ‘Vive a Madeira por inteiro’ apresentada em 2023 para o mercado nacional e amplificada para o mercado externo com a designação ‘Experience Madeira for Yourself’, o filme publicitário promove as festividades natalícias do arquipélago.

Com criatividade da Bar Ogilvy e produção da Bro, o anúncio evidencia a oferta turística, cultural e gastronómica da região. Divulgada em suportes digitais, nas redes sociais da Meta, no Google e no YouTube, a campanha, promovida pela Associação de Promoção da Madeira (APM), volta a apresentar o arquipélago como destino de mar, montanha e tradições culturais.

“Reconhecendo que não é possível capturar toda essa experiência num simples anúncio, optámos por uma abordagem disruptiva, transmitindo a mensagem que estar fisicamente na região é a única forma de experienciar verdadeiramente tudo o que o destino tem a oferecer. A proposta é aproveitar ao máximo, vivendo cada momento por inteiro”, explica a APM em comunicado de imprensa.

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JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing

A Deployteq (na foto) permite criar campanhas multimeios a partir de qualquer lugar, sem necessidade de códigos, e é alimentada por inteligência artificial. A apresentação pública da ferramenta é a 10 de dezembro

Luis Batista Gonçalves

A agência de marketing digital e automação internacional JMR Digital disponibiliza em Portugal a plataforma de automação de marketing Deployteq. Através de um leque de ferramentas digitais, é possível criar e amplificar campanhas multimeios. Acessível a partir de qualquer lugar sem necessidade de códigos, a tecnologia é integrável noutras plataformas, permitindo uma abordagem de marketing unificada e centralizada.

Tirando partido de um modelo de dados estruturado para refinar estratégias e impulsionar o sucesso das campanhas, a Deployteq é alimentada através de inteligência artificial (IA). Além da gestão de dados sincronizados que possibilita, permite uma maior personalização e segmentação das comunicações. “Através de uma abordagem multicanal, garante um maior alcance através de diversos canais e plataformas, para um maior ‘engagement’ entre marcas e consumidores”, refere o documento de apresentação, a que o M&P teve acesso.

Fundada em 2017 pela portuguesa Joana Meireles e pelo neerlandês Mischa Rinck, a JMR Digital apresenta publicamente a plataforma, a 10 de dezembro, em Lisboa. De acordo com o site da Deployteq, a nova tecnologia já é utilizada por cerca de 4.700 profissionais de marketing, para construir segmentações dinâmicas em campanhas. Com uma taxa de entrega de 99,8%, a plataforma multiplica, em média, o retorno do investimento (ROI) por 2,5.

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Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC

A profissional espanhola regressa à primeira linha do negócio, com a nomeação como CEO global de assuntos corporativos. O português, até agora diretor de talentos e tecnologia da agência de comunicação e assuntos corporativos, é o novo diretor de operações globais

Tiago Vidal (na foto, à dir.) é o novo diretor de operações globais da LLYC. Além de continuar a liderar as áreas de talento e tecnologia da agência de comunicação e assuntos corporativos, o anterior diretor de talentos e tecnologia passa a supervisionar o marketing, a comunicação, a governança ambiental, social e corporativa (ESG) e a equipa de integração, procurando maximizar os retornos dos investimentos em crescimento inorgânico.

“A nomeação de Tiago Vidal consolida a nossa estratégia de talento, tecnologias de informação, comunicação e integração numa mesma área, com o objetivo de continuar a impulsionar a nossa estratégia de crescimento e avançar no processo de transformação da empresa”, explica Alejandro Romero, sócio e CEO global da LLYC, citado em comunicado de imprensa.

A promoção do responsável português ocorre na altura em que a espanhola Luisa García (na foto, à esq.) regressa à primeira linha do negócio, com a nomeação como CEO global de assuntos corporativos. No novo cargo, irá focar-se na inovação e na integração da oferta de soluções de ‘corporate affairs’, num portefólio que já conta com uma componente de tecnologia e inteligência artificial (IA) aplicada.

“Esta área de atuação engloba serviços como reputação corporativa e liderança, comunicação financeira e operações corporativas, gestão de crises e riscos, ESG, pessoas, talento e cultura, bem como assuntos públicos, assuntos europeus, ‘advocacy’ e diplomacia corporativa, contribuindo com 60% do total das nossas receitas operacionais”, refere a LLYC no documento.

Luisa García, que acaba de ser considerada uma das mulheres mais influentes de Espanha pelas publicações espanholas Forbes e Yo Dona, continua a exercer o cargo que ocupava no conselho de administração da LLYC, que integra desde 2021.

“É com grande entusiasmo que lidero a melhor equipa de especialistas em comunicação e assuntos públicos em Espanha, Portugal, Bruxelas, América Latina e Estados Unidos. Acompanhados pelos melhores profissionais em criatividade e com toda a potencialidade dos desenvolvimentos da IA da LLYC, o nosso compromisso é ajudar os nossos clientes a tomar decisões conscientes e audazes num contexto cada vez mais desafiante, em que a incerteza veio para ficar”, afirma a nova CEO global de assuntos corporativos.

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‘Outlets’ superam retalho nas vendas de produtos de luxo

“O mercado de bens de luxo perdeu cerca de 50 milhões de consumidores nos últimos dois anos. Isto é um sinal de que as marcas precisam de reajustar as suas propostas de valor”, refere Clara Albuquerque, sócia da Bain & Company

Os ‘outlets’ já superam o retalho tradicional nas vendas de produtos de luxo, afirma um estudo internacional da consultora Bain & Company, realizado em parceria com a associação de marcas de luxo italiana Altagamma.

A base global de clientes de luxo está a encolher, face à contínua incerteza económica, ao aumento de preços e ao declínio na lealdade dos clientes às marcas, particularmente entre as gerações mais jovens, refere a Bain em comunicado de imprensa.

“Numa altura em que as lojas retalhistas de luxo estão a verificar uma queda acentuada do tráfego de visitantes, o canal de ‘outlet’ está a ter um desempenho superior, impulsionado pela busca dos consumidores por compras de valor. O canal está a ganhar popularidade como uma entrada preferida no mercado”, aponta o estudo.

À beira da primeira desaceleração desde a grande recessão de 2009, o mercado de bens pessoais de luxo deverá desvalorizar 2% em comparação com o ano passado. Ainda assim, deverá registar vendas a rondar os €1,5 mil milhões em 2024. “Este mercado permanece relativamente estável face a 2023, com uma taxa de crescimento anual estimada entre -1% e 1%”, revela o documento.

As áreas de crescimento identificadas no segmento do luxo são a hospitalidade e a gastronomia, apesar de a redução da procura por parte da geração Z, a menos leal às marcas, se estar a acentuar. “O mercado de bens de luxo perdeu cerca de 50 milhões de consumidores nos últimos dois anos, por opção ou por terem sido forçados a deixar de consumir estes bens. Isto é um sinal de que as marcas precisam de reajustar as suas propostas de valor”, refere Clara Albuquerque, sócia da Bain & Company, citada em comunicado de imprensa.

De acordo com o estudo, as experiências de luxo continuam a manter-se em alta, à medida que os consumidores transferem os gastos para experiências de viagem e eventos sociais, favorecendo tratamentos pessoais e bem-estar, em detrimento de bens tangíveis. A cosmética e o ‘eyewear’ são as exceções à regra.

“Os produtos de beleza, particularmente as fragrâncias, continuam a ter um bom desempenho, numa altura em que os consumidores gravitam em direção a pequenas indulgências. O mercado ótico também está a viver um momentum positivo, com os consumidores atraídos pela crescente criatividade das marcas e por marcas especializadas de alta qualidade”, salienta o estudo.

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Google Chrome pode ser vendido por 20 mil milhões de dólares

A Google utiliza os dados que obtém através do Chrome para direcionar os utilizadores para anúncios publicitários, que geram a maioria das receitas da empresa

O navegador de internet Chrome, da Google, pode ser vendido por até 20 mil milhões de dólares (€18,9 mil milhões) se Amit Mehta, juiz federal do distrito de Colúmbia, aceitar a proposta do Departamento de Justiça dos Estados Unidos de vender o navegador da Google, noticia a Bloomberg.

A situação surge no seguimento do juiz responsável pelo caso ter determinado, em agosto, que a Google violou as leis da concorrência ao construir um império de pesquisa na internet.

Na eventualidade de a venda se concretizar, a Google pode reeceber “pelo menos entre 15 a 20 mil milhões de dólares (€14,2 a €18,9 mil milhões), dado que tem mais de três mil milhões de utilizadores ativos mensais”, segundo avança Mandeep Singh, analista da Bloomberg Intelligence.

Deter o navegador de internet mais popular do mundo é fundamental para o domínio da publicidade da Google, devido ao facto de a empresa liderada por Sundar Pichai ter a capacidade de ver a atividade dos utilizadores registados e utilizar esses dados para direcioná-los mais eficazmente para anúncios publicitários, que são a principal fonte de rendimento da empresa.

A Google também tem utilizado o Chrome para encaminhar os utilizadores para o ‘chatbot’ Gemini. As autoridades da concorrência norte-americanas, juntamente com os estados norte-americanos que se juntaram ao processo, recomendam também, a 20 de novembro, que o juiz imponha à Google condições para o licenciamento de dados e restrições a nível do uso da inteligência artificial (IA), de acordo com a Bloomberg.

Lee-Anne Mulholland, vice-presidente de assuntos regulatórios da Google, afirma que o Departamento de Justiça “continua a promover uma agenda radical que vai muito além das questões legais do processo”, acrescentando que “o facto de o governo impor a sua posição desta forma vai prejudicar os consumidores, os programadores e a liderança tecnológica americana precisamente no momento em que é mais necessária”.

As propostas apresentadas têm o potencial de transformar o mercado da pesquisa e o setor da IA a nível mundial. O processo é a tentativa mais ambiciosa por parte do Governo norte-americano de regular uma empresa de tecnologia desde que Washington tentou, sem sucesso, dividir a Microsoft de Bill Gates em 1998.

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Bolo-rei da Versailles é a estrela do anúncio natalício do Pingo Doce (com vídeo)

Com criatividade da BBDO Portugal, produção da Blanche Films e planeamento de meios da Initiative, o spot (na foto) foi realizado por Pedro Varela. Além da televisão e da rádio, a campanha é divulgada em digital e nos supermercados Pingo Doce

O bolo-rei da Versailles, que este an0 está à venda no Pingo Doce, é a estrela do anúncio de Natal da cadeia de grande distribuição da Jerónimo Martins.

Com criatividade da BBDO Portugal, produção da Blanche Films e planeamento de meios da Initiative Media, o filme publicitário, realizado por Pedro Varela, mostra um avô numa aldeia a recordar o período em que vivia em Lisboa e celebrava o Natal com um bolo-rei da Versailles. O septuagenário é surpreendido pela neta, que o informa que já não precisa de ir à capital para se voltar a deliciar com o bolo-rei da Versailles.

Além da televisão e da rádio, a campanha está a ser divulgada em digital e nos supermercados do retalhista. O filme terá declinações ao longo das próximas semanas, divulgando a oferta de produtos que o Pingo Doce tem para esta época.

“Esta campanha tem como protagonista o bolo-rei, criado em parceria com a Versailles, mas possui a elasticidade para conseguir abranger outros produtos tradicionais da época, como o bacalhau, o peru ou as iguarias de Natal da nossa marca. Acima de tudo, queremos reforçar que somos o supermercado de proximidade e que as famílias podem confiar em nós para encontrarem tudo o que necessitam para esta altura do ano, com produtos de qualidade e as melhores oportunidades de poupança”, explica Luís Lobato Almeida, diretor de marca do Pingo Doce, citado em comunicado de imprensa.

A edição especial do bolo-rei da Versailles está à venda, em exclusivo, nas lojas Pingo Doce desde dia 17. “Quando surgiu esta ideia de o criarmos em conjunto, fez-nos todo o sentido porque, desta forma, conseguimos levar um pouco da nossa história e da pastelaria tradicional a todo o país, em parceria com uma marca que partilha dos mesmos valores que nós”, refere Sérgio Nunes, sócio-gerente da Versailles.

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Novo Banco patrocina revista dos 40 anos da Blitz

A revista comemorativa em papel chega às bancas a 29 de novembro. O banco patrocina ainda o disco eleito como o melhor da música portuguesa dos últimos 40 anos, o ‘Viagens’ de Pedro Abrunhosa

O Novo Banco está a patrocinar a edição especial da Blitz nos 40 anos da revista portuguesa sobre música, reforçando a aposta e o posicionamento do banco no setor da música.

No âmbito da parceria, o Novo Banco patrocina o disco que foi eleito como o melhor da música portuguesa dos últimos 40 anos, o ‘Viagens’. O disco de Pedro Abrunhosa, de 1994, é destacado na edição comemorativa, marcando também presença na grande festa da Blitz, a 12 de dezembro, no Meo Arena, em Lisboa.

Para além de recuperar grandes momentos do jornal que em 2006 assume o formato de revista mensal, e do site ao longo destas quatro décadas, a edição especial delineada por Miguel Cadete, diretor da Blitz, coloca em destaque os 40 melhores discos de música portuguesa, publicados entre 1984 e 2023.

Fundado em novembro de 1984 pelos jornalistas Manuel Falcão (primeiro diretor), Rui Monteiro, Cândida Teresa (diretora gráfica até ao final de 1999) e por João Afonso de Almeida (até 1985), o Blitz foi o primeiro jornal nacional dedicado à atualidade musical. A revista de colecionador chega às bancas a 29 de novembro, em formato de papel.

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Um terço dos portugueses está a gastar mais em compras online

Tendência deverá manter-se, sobretudo “devido à aposta das marcas nas vendas através das redes sociais, que se alinha com os hábitos e preferências de consumo da população”, diz Tiago Kullberg, diretor-geral e sócio da BCG Portugal

Um terço dos portugueses (33%) gastou mais em compras online em 2024 face a 2023, e destes, um em cada três admite ter gasto bastante mais, de acordo com o estudo ‘Consumer Sentiment Survey 2024’, da Boston Consulting Group (BCG).

A análise, que examina os hábitos dos consumidores portugueses em relação ao comércio eletrónico, revela uma diferença de 11% entre aqueles que gastaram mais e aqueles que gastaram menos (22%).

O estudo, que tem por base uma amostra de mil portugueses acima dos 18 anos, representativa da população nacional em Portugal continental, indica que 94% dos inquiridos fazem compras online e destacam a facilidade em comparar produtos e o acesso a melhores preços e descontos.

Estas são apontadas como as principais razões para optar por esta via em detrimento do comércio tradicional, por 60% e 50% dos inquiridos, respetivamente, seguidas da maior conveniência (46%) e maior variedade de produtos (38%) que esta opção acarreta.

“A maioria dos portugueses já faz compras online e esta tendência deverá manter-se, sobretudo devido à aposta das marcas nas vendas através das redes sociais, que se alinha com os hábitos e preferências de consumo da população”, enfatiza Tiago Kullberg, diretor-geral e parceiro da BCG Portugal.

De acordo com a análise da BCG, as categorias favoritas dos portugueses no comércio eletrónico são viagens, roupa e acessórios, e tecnologia. Em contrapartida, decoração e mobiliário, brinquedos e jogos e bens de luxo são as menos privilegiadas pelos inquiridos para compras através da internet.

Além de comprarem mais online, a maioria dos portugueses (54%), com destaque para os adultos entre os 18 e os 34 anos (73%), passam, em média, mais de uma hora por dia nas redes sociais, valor que não se alterou face ao ano passado. Destes, 40% planeiam diminuir o seu tempo nas redes, percentagem que se mantém em relação às expectativas manifestadas em 2023 e que não se concretizaram este ano.

Segundo dados obtidos pela DataReportal, avançados no estudo da BGC, o Youtube (73%), o Facebook (58%) e o Instagram (57%) são as redes sociais mais utilizadas pelos portugueses, sendo o Instagram e o LinkedIn (48%), aquelas que apresentam um maior crescimento em 2024, com mais 6 pontos percentuais, respetivamente, face a 2023.

O estudo reporta ainda que em 2024, a maioria (82%) dos portugueses utilizou o MB Way, sendo esta proporção a que mais cresceu entre os serviços financeiros digitais face a 2023 (+5%). A percentagem de utilização deste sistema de pagamento é de 94% nos jovens adultos entre os 18 e os 34 anos. 88% dos inquiridos revelam usar a aplicação móvel do banco (+3% face a 2023), 79% recorrem ao website do banco (-2% face a 2023) e 29% utilizam uma carteira digital.

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José Guerreiro reforça departamento criativo da Lisbon Project

O diretor de arte (na foto) coordena a supervisão criativa da parte visual dos projetos da agência de comunicação e marketing, nas áreas de ‘branding’ e digital, e da conceção de ambientes para ações de ativação de marca, em parceria com Filomena Bonecas

A Lisbon Project está a reforçar o departamento criativo com a contratação de José Guerreiro como supervisor criativo. Em parceria com Filomena Bonecas, o diretor de arte coordena a componente visual dos projetos da agência de comunicação e marketing, nas áreas de ‘branding’ e digital,  e da conceção de ambientes para ações de ativação de marca.

“É desafiante acompanhar a evolução de cada projeto e apresentar novas soluções, mais eficientes, que permitam responder melhor às necessidades de cada cliente”, declara José Guerreiro, citado em comunicado de imprensa.

José Guerreiro inicia a carreira como designer em 2016, na produtora Live Act, antes de passar por agências como Wolt e EuroM, já como diretor de arte. Na Lisbon Project coordena agora uma equipa de cinco pessoas, que trabalham marcas como Alfa Romeo, Bentley, Citroën, DS Automobiles, Kronos Homes, Lamborghini, Peugeot, Vinhos do Alentejo e Zoo de Lisboa.

“O perfil do novo supervisor criativo vem adicionar profundidade à componente estratégica da agência, devido à enorme cultura visual e capacidade que o José Guerreiro tem de transmitir e materializar conceitos diferenciadores”, salienta Filipa Oliveira, diretora executiva da Lisbon Project, citada no documento.

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Perplexity já permite fazer compras

Ao procurar um produto através do Perplexity AI, os membros Pro nos Estados Unidos têm agora a opção ‘Buy with Pro’, que permite encomendar. Os restantes utilizadores terão acesso a outras funcionalidades de compras através de IA

O Perplexity AI, motor de pesquisa com base em inteligência artificial (IA), está a lançar uma nova funcionalidade que permite aos subscritores do plano Pro comprarem um produto diretamente na plataforma, noticia o The Verge.

Ao procurar um produto através do Perplexity AI, os membros Pro nos Estados Unidos têm agora a opção ‘Buy with Pro’ que permite encomendar automaticamente o produto em causa, utilizando as informações de envio e faturação registadas.

De acordo com o Perplexity, todos os produtos adquiridos através da funcionalidade ‘Buy with Pro’ têm portes de envio gratuitos. Para os produtos que não suportam a nova funcionalidade, a Perplexity redireciona os utilizadores para a página web do comerciante para concluir a compra.

Quando questionada pelo The Verge sobre se o Perplexity recebe alguma comissão das vendas efetuadas através do ‘Buy with Pro’, Sara Platnick, porta-voz do Perplexity afirma que “de momento, não recebemos”, acrescentando ainda que “não há qualquer elemento comercial” na funcionalidade.

Os utilizadores que não assinam o plano Pro vão poder, no entanto, ter acesso a outras funcionalidades de compras através de IA, incluindo novos painéis de produtos recomendados que aparecem ao lado das pesquisas relacionadas com produtos.

Para os utilizadores nos Estados Unidos, estes painéis mostram uma imagem do produto e do preço, juntamente com descrições escritas através de IA das principais caraterísticas e avaliações de um produto.

 

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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