Vai ser o ano da geolocalização?
A componente de geolocalização está a invadir as redes sociais.
Rui Oliveira Marques
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A componente de geolocalização está a invadir as redes sociais. Na dianteira do fenómeno está a Foursquare, uma rede para telemóveis baseada no princípio da localização dos seus utilizadores. Enquanto o Facebook e o Twitter propõem que os seus membros partilhem os seus estados de espírito ou opiniões, o Foursquare quer saber onde é que eles estão e o que pensam sobre esses mesmos locais. No mês passado a Foursquare reivindicava um milhão de adeptos que partilham com a sua rede de contactos a informação sobre o sítio onde se encontram, mas há quem preveja que, a continuar o crescimento explosivo dos últimos meses, esta rede social possa chegar ao fim do ano com três milhões de utilizadores. Marcas como a Pepsi, HBO, Warner Brothers ou History Channel estão atentas a este novo fenómeno. A principal vantagem de colocar a geolocalização ao serviço do marketing é oferecer serviços ou promoções de acordo com o lugar onde se encontra o utilizador, mas também permite monitorizar a relação dos clientes com os espaços comerciais. A título de exemplo, os utilizadores do Foursquare que estiverem nos cafés das principais faculdades de Economia do Reino Unido e dos EUA recebem senhas para aceder aos conteúdos premium do site FT.com. Uma estratégia para que o Financial Times atinja apenas o target dos futuros decisores.
Vários especialistas já declararam 2010 como o ano da geolocalização. Nos EUA o Twitter já permite que se possa tuitar ao mesmo tempo em que se partilha as coordenadas geográficas com os seguidores. O Facebook também quer avançar com um serviço equivalente para os utilizadores que acedem ao seu perfil através do telemóvel. Segundo avançou o New York Times, o objectivo é captar os pequenos anunciantes (1,5 milhões de empresas estão presentes no Facebook) e disputar um mercado dominado pelo Google.
No mercado nacional, e a partir dos operadores de telecomunicações, começam a surgir exemplos de aplicações que cruzam a geo-referenciação e soluções publicitárias. “Fomos a primeira empresa em Portugal a lançar um sistema de georeferenciação suportado por um modelo de negócio com base em publicidade. O sistema tem um conjunto de funcionalidades direccionadas para todo o tipo de anunciantes que queiram aumentar notoriedade através de um meio personalizado, que é o telemóvel”, descreve ao M&P Paulo Reis, responsável pela Digital Minds, que criou o Amaze para a Optimus. Esta aplicação permite visualizar mapas de alta resolução, efectuar navegação por voz para qualquer destino (em telemóveis com GPS), efectuar pesquisas locais de pontos de interesse ou consultar previsões meteorológicas. “Uma das grandes novidades desta aplicação prende-se com a disponibilização de uma série de funcionalidades relacionadas com pontos de interesse, que permitem ao utilizador pesquisar, por exemplo, bares, restaurantes, hotéis ou hospitais localizados perto de si, ou em determinada localidade, e a partir daí efectuar uma série de acções como ver um ponto de interesse no mapa, conduzir até pontos de interesse, calcular trajectos, ligar para o ponto de interesse pesquisado ou aceder à respectiva página web. Esta funcionalidade direccionada para o sector do marketing e publicidade irá permitir que as marcas possam utilizar este novo meio de forma a comunicar os seus produtos e serviços”, descreve o mesmo responsável. O Amaze, segundo os seus responsáveis, já tem mais de 200 mil utilizadores da aplicação. É este panorama que leva Paulo Reis a estar optimista perante a possibilidade de este ano poder assistir-se à explosão dos serviços de localização. “O mercado português é conhecido internacionalmente como um país early adopter, são vários os casos de sucesso de novas tecnologias que acabaram por conquistar o seu espaço. Os sistemas de navegação que utilizam terminais móveis estão agora a dar os seus primeiros passos, existem um conjunto de possibilidades de interactividade entre marcas e consumidores que o Amaze pretende disponibilizar no mercado nacional”, refere o responsável pela Digital Minds.
Por enquanto a prioridade dos serviços das operadoras de telecomunicações está focada na localização de crianças, amigos ou automóveis. A TMN disponibiliza para clientes particulares e empresariais o Localizz, para que os utilizadores partilhem a sua localização e saibam, em tempo real, onde se encontram as pessoas que fazem parte da rede de contactos. Já o Frotalink, lançado pela PT em 2001, foi das primeiras soluções web a nível europeu para a gestão de veículos, em que as empresas podem acompanhar e controlar os seus veículos.
O serviço Perto de Mim, que arrancou em 2002, está integrado no portal Vodafone live! e permite identificar farmácias, restaurantes ou cinemas ordenados pela proximidade ao utilizador. Mais recentemente, a empresa lançou o serviço Vodafone Mapas que permite, por exemplo, tirar fotos georeferenciadas, que possibilitam ver no mapa o local preciso onde as mesmas foram tiradas. “A Vodafone Portugal considera a área de serviços de localização como uma área de grande potencial e interesse para o mercado e que dará um contributo cada vez mais significativo para o crescimento da utilização da internet no telemóvel”, refere fonte da operadora.
No portfólio da Optimus encontram-se também o Wizi SMS (as mensagens enviadas com localização incluem um link para um mapa), o Optimus Kids (serviço de localização agregado ao serviço homónimo) ou o Safe Fleet (gestão de frotas).