Como Catarina Furtado pode ajudar a Caixa
No dia 17 arranca o projecto Caixa Mais, uma nova marca da Caixa Geral de Depósitos para chegar aos 800 mil clientes que têm uma relação pouco sólida com o banco.
Rui Oliveira Marques
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No dia 17 arranca o projecto Caixa Mais, uma nova marca da Caixa Geral de Depósitos para chegar aos 800 mil clientes que têm uma relação pouco sólida com o banco. “Compraram produtos da Caixa, mas têm potencial para incrementar”, descreve Suzana Ferreira, directora de marketing do banco. O Caixa Mais apresenta-se como um programa de valorização dos clientes, que oferece vantagens financeiras a quem subscrever novos produtos, mas também permite o acesso a iniciativas que serão promovidas debaixo da nova marca. Em termos de negócio, isso significa convencer os clientes que têm entre dois e três produtos a chegar aos cinco. Outros dos objectivos passa por mudar a percepção que os clientes têm do banco, isto é, além de o associarem à poupança, os responsáveis pretendem que Caixa Geral de Depósitos seja sinónimo de investimento. “Fizemos um grande trabalho de há dois anos para cá. Não é fácil porque temos muitas agências. Tivemos de mudar o layout, torná-lo mais transparente e clean, de forma a que seja mais apetecível entrar numa agência Caixa. Não estávamos a passar uma imagem de uma experiência agradável de aconselhamento. Estamos agora muito mais bem preparados para aconselhar melhor os nossos clientes”, refere.
Ao nível do sistema informático também foram introduzidas mudanças para que o bancário, quando tem um cliente diante de si, aceda à informação sobre a sua relação com a Caixa. “Por outro lado, também era necessário que as pessoas tivessem formação e preparação específicas. Simpatia era coisa que não faltava às pessoas da Caixa. Era preciso saber fazer. Isso é um grande investimento que temos vindo a fazer”, refere a directora de marketing.
O banco possui já marcas para targets específicos, como Caixa Activa (séniores), Caixa Azul (clientes preferenciais), Caixa Woman e os cartões universitários. O Caixa Mais nasce com a promessa de maior envolvimento com o banco, acompanhado por um conjunto de iniciativas, eventos e concertos, a ocorrer dentro das agências, na denominada Hora Mais. A apresentação da campanha de publicidade, por exemplo, decorreu na última segunda-feira à noite numa agência da Avenida da República, em Lisboa. “Vamos ter um programa muito ambicioso a nível regional para conseguir envolver os clientes”, promete Suzana Ferreira. Mas o desafio é que os clientes se inscrevam na plataforma online, para a partir daí terem acesso às vantagens.
Catarina Furtado será a cara da Caixa Mais, estando ligada ao banco por um contrato de dois anos. “Fizemos alguns estudos sobre qual a personalidade com um nível de mediatização elevado para uma marca como a Caixa e que fosse alinhada com os nossos valores. A Catarina Furtado surgiu com o máximo de confiança e foi validada por focus group”, descreve Suzana Ferreira. Solidária, simpática e com uma vida familiar estável são os atributos que os portugueses encontram na apresentadora de televisão. E o facto de Catarina Furtado ter já sido protagonista da publicidade do malogrado BPN? “Apenas na segunda fase do focus group, um dos membros fez uma única referência a outro banco mas nem o conseguiu identificar. Ela nunca foi uma pessoa muito associada à publicidade”, considera.
O spot televisivo, que também estreia na segunda-feira, pretende funcionar “como um clique” na percepção dos clientes em relação à instituição bancária. “Por isso o filme não é feito do ponto de vista do banco ou do gestor de património, mas é antes sobre a experiência de entrar no mundo Caixa e ser bem acolhido e acompanhado em termos financeiros. Estamos a prometer uma experiência positiva”, diz Suzana Ferreira.
Catarina Furtado, além da media tradicional, é também protagonista dos materiais de promoção interna. Os funcionários da Caixa Geral vão receber um vídeo personalizado com o nome e balcão onde trabalham, em que a apresentadora descreve o programa. A personalização da comunicação, trabalhada pela WayNext, inclui um spot de rádio que convida os ouvintes a enviarem um SMS a pedir mais informações. Na volta recebem uma chamada com uma gravação da actriz a explicar o programa. Também a navegação no site de apoio é feita por Catarina Furtado enquanto anfitriã. Já o anúncio em imprensa tem uma componente de realidade aumentada. “Não estamos habituados a fazer campanhas deste género. Não é só o spot de televisão ou a página dupla. Esta campanha espelha bem a evolução que a comunicação está a ter em Portugal”, considera Judite Mota, directora criativa da Y&R, agência responsável pela campanha. A inovação está também reflectida no filme. Catarina Furtado passa por vários ambientes em que a imagem está congelada. “Já vimos alguns filmes com momentos congelados, mas temos aqui uma coisa diferente. A Catarina Furtado interage com essas imagens. Só se viu isso no Big Fish do Tim Burton”, conta ao M&P o realizador Niklas Hansen.
Nesta campanha, a componente digital representa metade do orçamento. “Este ano estamos com um orçamento mais reduzido. Investimos muito no digital e temos uma grande capacidade mobilizadora na Caixa. A Caixa é, não tenho dúvidas, o banco mais inovador em termos digitais”, considera a directora de marketing.