O fim das newsmagazines?
Tal como as revistas de circulação de massa dos anos 60 [Life, Look, Collier’s, Saturday Evening Post] não conseguiram sobreviver à concorrência da televisão, as newsmagazines não estão a dar-se bem com a concorrência da internet”.
Ana Marcela
Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto
Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce
Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)
Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico
Bar Ogilvy cria anúncio para época de festas na Madeira (com vídeo)
JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing
Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC
‘Outlets’ superam retalho nas vendas de produtos de luxo
Google Chrome pode ser vendido por 20 mil milhões de dólares
Bolo-rei da Versailles é a estrela do anúncio natalício do Pingo Doce (com vídeo)
Tal como as revistas de circulação de massa dos anos 60 [Life, Look, Collier’s, Saturday Evening Post] não conseguiram sobreviver à concorrência da televisão, as newsmagazines não estão a dar-se bem com a concorrência da internet”. A afirmação é de Reed Phillips, managing partner da empresa de investimento especializada em media, DeSilva & Phillips, citado pela edição online do New York Post, reagindo ao anúncio de que a Washington Post Company tinha colocado no mercado a Newsweek. A decisão de alienar o título, fundado em 1933 e no portfólio da empresa mãe do Washington Post desde 1961, surge depois da profunda reformulação da revista semanal ocorrida no ano passado, que passou igualmente por uma redução de circulação de 2,6 milhões para 1,5 milhões de exemplares, tendo aumentado o preço de capa para 5,95 dólares, embora os assinantes pagassem apenas 50 cêntimos por cópia. As mudanças não conseguiram suster as quebras ocorridas do lado das receitas. Em 2009 a Newsweek registou perdas de 28,1 milhões de dólares, mais 82,5 por cento que no ano anterior, tendo visto cair em 27,2 por cento as suas receitas, para os 165,5 milhões, afectadas pela diminuição do investimento publicitário e das receitas de circulação. Um cenário de quebra que Donald E. Graham, presidente da Washington Post Company, considera que se deverá manter este ano para a unidade de revistas do grupo, onde a newsmagazine representa a fatia de leão.
A contínua erosão da Newsweek espelha a ocorrida na durante anos principal concorrente Time. “Essas revistas tinham muito estatuto nessa época”, refere Edward Kosner, editor da Newsweek no final dos anos 70. “Era realmente importante o que estava na capa da Newsweek ou na capa da Time porque era aquilo que passava por imprensa nacional. Ajudavam a marcar a agenda, a fazer reputações”, comenta citado pela edição online do The New York Times. “A era de massas acabou, em certa medida”, afirma, por seu lado, Charles Whitaker, investigador da área de media na Northwestern University. “As revistas semanais, durante anos, tentaram ser tudo para as pessoas, e isso simplesmente já não funciona neste ambiente mediático de nicho, altamente polarizado em termos políticos e estratificado em termos de media que vivemos hoje”, argumenta. Mas para outros é exactamente essa excessiva fragmentação que poderá funcionar como factor de atracção para um título com as características da revista semanal. “Diria que a fragmentação nos media torna uma revista como a Newsweek ainda mais importante. Não restam assim tantos denominadores comuns”, defende Jon Meachan, actual editor da Newsweek.
A venda da revista, noticiou o Washington Post, está a ser gerida pelo banco de investimento Allen & Co. O valor que a empresa espera vir a encaixar com esta venda não foi revelado, nem são ainda públicos potenciais compradores.