Conseguir chegar ao poder
Representam grupos de interesses empresariais e figuram na lista de clientes das agências de comunicação.
Rui Oliveira Marques
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Representam grupos de interesses empresariais e figuram na lista de clientes das agências de comunicação. As associações, além de quererem passar as suas posições para a opinião pública, também pretendem influenciar os poderes políticos para que reconheçam e solucionem os problemas dos sectores onde actuam. Tendo em conta que a actividade de lóbi não está regulamentada em Portugal, as agências de comunicação conseguem dar resposta completa às pretensões dos seus clientes? “Tradicionalmente as associações contam com as agências para ajudarem a compor a estratégia de comunicação. É que, para além dos contactos com o poder, têm de passar um conjunto de opiniões para fora. As agências de comunicação são, por isso, um parceiro mais estratégico do que táctico”, comentou ao M&P Salvador da Cunha, presidente da APECOM (Associação Portuguesa das Empresas de Conselho em Comunicação e Relações Públicas). Nos contactos com os políticos, há portas que são abertas pelas consultoras, mas isso “não quer dizer que estejam presentes nas reuniões. Marcam reuniões com grupos parlamentares, com secretários de Estado, com ministros ou com os próprios partidos”. Cabe ao consultor saber mapear os stakeholders e perceber como vai comunicar com cada um. “Depois, a partir do momento em que sabe como vai comunicar, vai criar pontos de contacto para promover esta comunicação”. Mesmo assim, Salvador da Cunha ressalva que não quer dizer que as agências tenham já “um papel muito preponderante. Não há agências de referência nesta área. Há agências grandes que trabalham mais esta área, mas há agências pequenas que se especializaram. Tem mais a ver com o posicionamento da agência, do que com a dimensão”, considera.
No centro de decisão europeu o cenário é bem diferente. “Por exemplo, em Bruxelas faço um telefonema para a Comissão Europeia e peço uma reunião com o chefe de unidade, um director-geral ou um membro do gabinete da comissão. Isto é absolutamente normal, desejado e bem-recebido. Em Portugal não temos este hábito”, considera Henrique Burnay, sócio da consultora Eupportunity, que, juntamente com Luís Queiró, actua para clientes nacionais na área do lóbi. Em Portugal, considera Henrique Burnay, são as próprias associações e clientes que assumem esse encargo. “Há muito trabalho que não é feito de todo” pelas consultoras.
Já em 2007 Luís Paixão Martins tinha lançado o debate em torno do lóbi ao pedir ao presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, para que fosse permitida a acreditação de profissionais da LPM no Parlamento. A sugestão acabou por não ser aceite. “Foi fogo de vista para cinco minutos de palco. O ponto não é a Assembleia da República, mas sim regular ou não o lóbi. Enquanto não estiver regulado faz-se de forma pouco transparente”, considera Salvador da Cunha, referindo que qualquer cidadão pode solicitar uma reunião com um membro do Parlamento. No entanto, Henrique Burnay, a partir do exemplo das dezenas de agências instaladas em Bruxelas, valoriza a presença na câmara legislativa. “Mais do que ter um sítio onde estariam sentados para assistir à sessão plenária, o que nem faz sentido porque pode-se ver pela televisão, permitiria terem acesso facilitado aos corredores para falarem com os deputados para apresentarem as suas posições, estando devidamente identificados. É o sítio mais claro para o fazer. É a forma mais transparente.” No Parlamento Europeu, os lobistas possuem um cartão que lhes permite circular livremente. “Presume-se que vão querer assistir a reuniões de comissões parlamentares, a audições no parlamento vão querer encontrar-se com deputados.” Burnay sublinha que o papel do consultor nos corredores do poder não deve ser comparado ao do jornalista. “Porque uma pessoa que usa este cartão para andar a bater à porta dos deputados a toda a hora, passado algum tempo já não é recebido por ninguém porque está a incomodar. As pessoas usam esta possibilidade com moderação.” O responsável, que trabalha em Bruxelas para clientes da área da construção e ambiente, distribuição e plataformas electrónicas, refere que “o processo de decisão politica é melhor quando quem decide está devidamente informado. Não é só o interesse das partes interessadas que está em causa, o decisor político tem de estar informado sobre as consequências das decisões. A decisão é mais informada e mais transparente”. É que, como sublinha, “só há lóbi em democracia”.
– Quem trabalha o quê
BAN
Associação portuguesa de produtores de cerveja (APCV)
Associação Portuguesa para o desenvolvimento das Comunicações (APDC)
Associação Portuguesa das Indústrias Gráficas de Comunicação Visual e Transformadoras de Papel
Associação Portugal Outsourcing
Cunha Vaz & Associados
Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias(ANTRAM)
Associação Portuguesa de Seguradores (APS)
Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP)
Associação Portuguesa de Analistas Financeiros (APAF)
Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca (Centromarca)
Associação dos Operadores de Telecomunicações (Apritel)
D&E/Weber Shandwick
Associação Industrial e Comercial do Café (AICC)
Ordem dos Enfermeiros – Secção Regional Sul
GCI
Associação Nacional dos Industriais de Refrigerantes e Sumos de Frutos (ANIRSF)
Associação Portuguesa de Industriais de Águas Minerais Naturais e de Nascente (APIAM)
Associação Portuguesa de Famílias Numerosas (APFN)
Associação Portuguesa dos Nutricionistas (APN)
Associação Portuguesa de Gestão de Resíduos de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (AMB3E)
Associação Nacional para o Registo de Equipamentos Eléctricos e Electrónicos (ANREEE)
Associação Empresarial para a Inovação (COTEC Portugal)
Empresários pela Inclusão Social (EPIS)
Health Cluster Portugal
Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA)
Imago
Confederação de Turismo Português (CTP)
Associação Nacional de Empresas de Obras Públicas (ANEOP)
Ipsis
Associação sector das Inspecções de Veículos Automóveis (ANEIA)
Associação Portuguesa das Sociedades Concessionárias de Auto-Estradas (APACP)
Lift
Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA)
LPM
Associação Portuguesa de Farmácias (APF)
Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED)
Associação de Turismo de Lisboa (ATL)
Porter Novelli
Associação Industrial da Região de Viseu (AIRV)
Associação Portuguesa de Genéricos (APOGEN)
Comissão da Fileira do Pescado
Associação Portuguesa de Sinalização e Segurança Rodoviária (AFESP)
Unimagem
Associação Comercial de Lisboa (ACL)
Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting (ALF)
Associação Portuguesa dos Profissionais do Sector Funerário
Associação Fórum Empresarial da Economia do Mar
Associação para a Internacionalização, Tecnologias, Promoção e
Desenvolvimento Empresarial de Oeiras (AITECOEIRAS)
YoungNetwork
Associação Portuguesa das Empresas de Dispositivos Médicos APORMED
Associação Podologia
Associação Portuguesa de Business Angels (APBA)
Informações recolhidas pelo M&P