Carla Borges Ferreira, directora Meios&Publicidade
Editorial: Novos modelos de negócio
Os novos modelos de negócio, para os títulos já implementados, passarão certamente pelo aumento da circulação, o que na era digital significa conseguir vender conteúdos digitais.
Carla Borges Ferreira
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No âmbito do Warm Up do Festival In, organizado pela Associação Industrial Portuguesa, um dos temas em debate foi Novos Modelos de Negócios para os Media. Curiosamente, ou talvez não, a conclusão foi sobretudo uma: não há, nem se perspectivam a curto prazo, novos modelos de negócio. As receitas continuam a ser, na sua esmagadora maioria, as provenientes da circulação e publicidade.
Com ambas a cair, em Portugal, na Europa ou nos Estados Unidos, os media têm procurado cada vez mais receitas suplementares.
Mas essa busca começou talvez já no início da década passada, com o boom dos produtos de valor acrescentado, desde faqueiro a serviços de jantar, passando por livros ou filmes. Estes tinham a dupla vantagem de acrescentar as receitas provenientes dos produtos e, em simultâneo, aumentar as vendas em banca, o que por sua vez ainda se traduzia em mais publicidade.
Com a multiplicação de iniciativas, e a finitude do universo a que se dirigiam, também essas receitas se foram tornando mais escassas, ganhando, é certo, periodicamente novo fôlego em alguns grupos/editoras.
Pouco depois surgiram as conferências, uma novidade trazida em maior escala pelo Diário Económico, que conseguia juntar, algumas vezes por ano, várias dezenas de profissionais para debater determinado sector. Também aqui as receitas eram duplas, com o valor dos ingressos a somar-se ao dos patrocínios, com a vantagem de estes encontros gerarem ainda conteúdos de interesse para os títulos. Tal como nos produtos de valor acrescentado as iniciativas começara a multiplicar-se e os patrocínios a surgir, sobretudo nos temas mais generalistas, repartidos por vários players.
Mas, da organização a missões empresariais a concertos, passando pela produção de eventos para terceiros, as iniciativas não param de surgir. E, no final de cada trimestre, as contas revelam geralmente o mesmo: o que alimenta o negócio, continua a ser a publicidade e a circulação.
Já se percebeu que, com raríssimas excepções, a publicidade no digital está muito longe de ser suficiente para manter uma indústria. Os novos modelos de negócio, para os títulos já implementados, passarão certamente pelo aumento da circulação, o que na era digital significa conseguir vender conteúdos digitais.