Catarina Oliveira Fernandes, diretora de Comunicação, Marca e Responsabilidade Corporativa da Sonae
“Há algum tempo que tínhamos esta ambição de apoiar a cultura em Lisboa”
A Sonae celebrou um acordo de mecenato com o Museu Nacional de Arte Contemporânea que prevê a criação de prémio para trabalhos na área de multimédia, a realização de residências artísticas e o apoio à programação cultural. Com este acordo o grupo alarga a Lisboa as iniciativas de apoio à cultura, que este ano se vão traduzir em mais de 500 mil euros. Catarina Oliveira Fernandes, diretora de Marca, Comunicação e Responsabilidade Corporativa da Sonae, explica porquê
Carla Borges Ferreira
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A Sonae celebrou um acordo de mecenato com o Museu Nacional de Arte Contemporânea que prevê a criação de prémio para trabalhos na área de multimédia, a realização de residências artísticas e o apoio à programação cultural. Com este acordo o grupo alarga a Lisboa as iniciativas de apoio à cultura, que este ano se vão traduzir em mais de 500 mil euros. Catarina Oliveira Fernandes, diretora de Marca, Comunicação e Responsabilidade Corporativa da Sonae, explica porquê.
Meios&Publicidade (M&P): A Sonae celebrou um acordo de mecenato com o Museu Nacional de Arte Contemporânea – Museu do Chiado. O que é que presidiu à escolha desta instituição e em que moldes é que se vai traduzir o acordo de mecenato?
Catarina Oliveira Fernandes (COF): Esta parceria da Sonae com o MNAC-MC enquadra-se na nossa política de Responsabilidade Corporativa, que entre outros objetivos procura promover a criatividade e a inovação, estimular novas tendências e aproximar a sociedade à arte. A Sonae tem vindo, por isso, a fomentar o desenvolvimento do conhecimento e da cultura através do apoio a atividades, projetos e eventos, realizados em parceria com outras organizações. A escolha do MNAC resulta do posicionamento distintivo do museu, com foco na modernidade, e da ambição que demonstrou em promover novas dinâmicas de promoção da arte que estão alinhadas com as nossas políticas e valores. O acordo de mecenato da Sonae com o MNAC tem a duração de cinco anos e prevê o apoio à programação anual do museu, a realização de três de residências artísticas através do projeto SONAE/MNAC Art Cycles e a criação do Prémio SONAE Media Art para distinguir trabalhos na área de Multimédia, entre outras acções. São iniciativas inovadoras e distintivas em Portugal, que esperamos que contribuam para o desenvolvimento social e cultural da sociedade.
M&P: O acordo prevê a atribuição do naming Sonae à sala polivalente do MNAC, que será dedicada à arte multimédia. Que retorno é que este investimento pode traduzir para a Sonae? Optaram pelo nome da empresa e não por nenhuma das suas marcas (Continente, Público,…). Porquê?
COF: O maior retorno que podemos ter é o reconhecimento de que estamos a cumprir a nossa missão de desenvolvimento sustentável. As nossas ações na área do mecenato não se regem por critérios financeiros. O mais importante é sentirmos que estamos a contribuir para a promoção do bem-estar social e cultural das comunidades onde operamos, criando valor económico e social a longo prazo e levando os benefícios do progresso e da inovação a um número crescente de pessoas. Temos concentrado uma parte importante do investimento na Cultura ao nível da Sonae, nesse sentido, a parceria com o MNAC tem a Sonae como parte visível, mas posso dizer que o envolvimento das diferentes empresas do grupo é também uma realidade.
M&P: São mecenas da Fundação Serralves e da Casa da Música, duas instituições sedeadas no Porto. Porquê esta “deslocalização” nos apoios e porquê neste momento?
COF: A Sonae apoia milhares de instituições em todo o País e, no caso de Lisboa, temos inúmeros projetos e parcerias na área social, da educação, saúde, desportiva, entre outras. No caso da arte, há vários anos que apoiamos a instituições e museus, nomeadamente como mecenas da Casa da Música e da Fundação de Serralves, mas não tínhamos uma parceria com um museu em Lisboa. O projeto entre a Sonae e o MNAC é a primeiro e os princípios que estão na sua essência são os mesmos que norteiam a atuação da Sonae em relação ao universo artístico: estimular a produção artística nacional, promover a divulgação da arte nacional internacionalmente, o intercâmbio entre jovens artistas nacionais e internacionais, e estimular a aproximação da sociedade à arte. Há algum tempo que tínhamos esta ambição de apoiar a cultura em Lisboa, nomeadamente na vertente da arte contemporânea, e encontramos nas pessoas do Museu do Chiado um parceiro, que desde a primeira hora se mostrou disponível, proactivo e com vontade de acrescentar valor. Estamos muito contentes com esta parceria.
M&P: Quanto é que que a Sonae vai investir na área da cultura em 2014? E na área da responsabilidade social?
COF: Na Sonae temos feito um grande esforço no âmbito da nossa política de Responsabilidade Corporativa, sendo que todos os anos temos investido cerca de 10 milhões de euros de apoios à comunidade, beneficiando milhares de instituições. Este acordo com o MNAC enquadra-se no reforço da aposta da Sonae na área da cultura, onde o nosso investimento vai superar o meio milhão de euros este ano. Mas mais importante do que falar de valores investidos é falar do valor que estas iniciativas têm para promover a arte, o apoio a jovens artistas e de proporcionarem uma maior aproximação da arte com a sociedade civil. Estes são os “valores” que nos levam a desenvolver este tipo de projetos porque acreditamos que estamos a contribuir para o desenvolvimento das comunidades.
M&P: O reforço no investimento é feito numa altura em que muitas empresas estão a cortar nas iniciativas de responsabilidade social. Ao fazer o percurso inverso, qual a expectativa?
COF: A crise económica condicionou as empresas, nomeadamente na sua capacidade de apoiar projetos. Na Sonae, devido ao ambiente económico, procurámos durante a crise manter a nossa intervenção na comunidade. Quando se tem uma política de responsabilidade social a longo prazo temos de procurar em todos os momentos fazer o máximo que conseguirmos com os recursos disponíveis. Temos de ser criativos e inovadores, fazendo mais com o mesmo ou mesmo com menos