Alexandre Duarte, director-geral da Restart
“A internacionalização é uma aposta da nova estratégia da Restart”
O novo director-geral da Restart, Alexandre Duarte, apresenta os planos para o Instituto de Criatividade, Artes e Novas Tecnologias
Rui Oliveira Marques
Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto
Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce
Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)
Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico
Bar Ogilvy cria campanha para época de festas na Madeira (com vídeo)
JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing
Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC
‘Outlets’ superam retalho nas vendas de produtos de luxo
Google Chrome pode ser vendido por 20 mil milhões de dólares
Bolo-rei da Versailles é a estrela do anúncio natalício do Pingo Doce (com vídeo)
Alexandre Duarte, que já passou pela TBWA, Saatchi & Saatchi, Ogilvy, W/Portugal, W/Brazil, Lowe e Brandia Central, assumiu a direcção da Restart, que desde Setembro integra a Talent, grupo de ensino português que detém o IADE – Creative University e o IPAM – The Marketing School. A escola tem cerca de 30 cursos e workshops nas áreas de comunicação e publicidade, design, fotografia, new media, cinema, TV e vídeo, animação, escrita, eventos e espectáculos e música e som. Alexandre Duarte acaba de se doutorar em Ciências da Comunicação pela Universidade do Minho.
Meios & Publicidade (M&P): Lisboa pode tornar-se num hub de formação internacional nas áreas criativa, design e media à semelhança, por exemplo, de Barcelona? O que pode ser feito nesse sentido?
Alexandre Duarte (AD): Lisboa vive uma efervescência criativa que pode e deve e ser estimulada e potenciada. São vários os exemplos de reportagens em meios de comunicação social da Europa, e não só, que se referem a Portugal, de um modo geral, e a Lisboa em particular, com destaque para esta energia dinâmica e inovadora que tem vindo a crescer nos últimos anos. A presença do festival Eurobest durante três anos seguidos, o aparecimento de inúmeros jovens talentos em diversas áreas criativas, ou os recentes prémios que vários publicitários nacionais têm ganho, deram um impulso muito importante para a visibilidade e projecção da criatividade nacional e lisboeta. Na minha opinião, as entidades responsáveis deveriam continuar a esforçar-se para receber certames de relevo, promover o que de melhor se faz e oferecer condições, através de disponibilização de espaços e criação de incentivos para a inovação criativa.
M&P: A Restart tem sido procurada por alunos estrangeiros? De que áreas?
AD: A internacionalização é uma aposta, a médio prazo, da nova estratégia da Restart. Há um plano delineado para consolidar este segmento, através do aumento da captação de alunos estrangeiros e da promoção de parcerias que envolvam, por exemplo, formações em diferentes países.
M&P: Como tem evoluído o número de alunos da escola? A crise tem tido impacto nas receitas da Restart?
AD: Ao longo dos últimos anos tem havido uma ligeira quebra no número de alunos, consequência directa da menor disponibilidade financeira das famílias portuguesas. No entanto, a Restart está a tomar várias medidas no sentido de inverter esta tendência, com algumas a fazerem-se sentir já nos próximos meses. Prevemos que, no início do próximo ano lectivo, esta tendência tenha sido invertida.
M&P: Tem havido permeabilidade do mercado de trabalho para absorver os alunos após o fim dos cursos? Quais as áreas mais procuradas?
AD: Felizmente, a Restart tem uma excelente relação com o mercado de trabalho, fruto do profissionalismo dos formadores, das áreas específicas onde opera e da sua oferta formativa eminentemente profissionalizante. Além disso, o instituto criou, recentemente, uma nova área de integração profissional que visa, precisamente, fazer a ponte entre os alunos que terminam os cursos e as empresas, no sentido de aumentar a empregabilidade das formações. Esta política já começou a dar frutos.
M&P: Quais os cursos ou workshops mais procurados?
AD: Dentro da nossa vasta oferta de conteúdos criativos, as áreas de som, imagem e multimédia são claramente as mais procuradas, com destaque ainda para a criatividade publicitária e também design 2D e 3D e toda a componente de entretenimento.
M&P: De alguma forma é possível dar um cunho pessoal à Restart, agora que assumiu a sua direcção? Que alterações pretende implementar?
AD: O “cunho” deve ser do próprio instituto, e não de pessoas. Há um novo posicionamento, mais virado para os formandos e menos para os cursos. Isto é, a Restart é, agora, mais relacional e menos funcional, focando-se no potencial das pessoas. A nova assinatura, “Potencial elevado a n”, espelha exactamente essa nova realidade. Ou seja, a Restart eleva o potencial dos seus formandos, qualquer que ele seja, e partindo do ponto que for. O nosso papel deve ser o de elevar ao máximo os sonhos, as expectativas e as ambições de cada aluno. Do ponto de vista estratégico, há uma nova dinâmica de trabalho, com uma renovada lógica de apresentação ao mercado, consequência directa da liderança diferente, que assume uma atitude de evolução e melhoria dos processos. Houve já várias alterações na estrutura e no funcionamento, nomeadamente, a criação de novas áreas, a maior interação profissional, uma reorganização dos próprios espaços de trabalho, novas parcerias e algumas outras novidades que revelaremos em breve.
M&P: A Restart integra desde Setembro de 2013 o grupo Talent, do qual fazem ainda parte o IADE e IPAM. Que sinergias foram entretanto criadas entre as várias escolas? Os alunos sentem alguma diferença?
AD: Esta realidade é relativamente recente e a nova direcção está em funções há apenas um mês. Ainda assim, há parcerias desenhadas com as restantes escolas do grupo, nomeadamente com formações à medida, já planeadas, a arrancar no IPAM Porto e IPAM Aveiro. Estão também a ser estudadas formas de colaboração com o IADE. Relativamente aos alunos, estes já começaram a sentir algumas mudanças, nomeadamente na organização funcional do instituto. Contudo, o nosso objectivo principal, e é nisso que estamos a trabalhar, é que as alterações principais sejam, acima de tudo, ao nível da relação com o mercado de trabalho, quer na oferta formativa quer na integração profissional.