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Produtos em segunda mão são os preferidos de metade dos consumidores online
Cerca de metade dos consumidores online portugueses admite comprar produtos em segunda mão, fazendo-o em média oito vezes por ano. Esta é uma das principais conclusões do Barómetro e-Shopper 2022 da […]
Sandra Xavier
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Cerca de metade dos consumidores online portugueses admite comprar produtos em segunda mão, fazendo-o em média oito vezes por ano. Esta é uma das principais conclusões do Barómetro e-Shopper 2022 da DPD, empresa de transporte expresso, que, esta quinta-feira, divulgou os resultados de uma pesquisa sobre e-commerce em Portugal referentes ao ano passado.
O relatório revela que 73% dos portugueses que fazem compras online – e-shoppers – prefere comprar produtos usados em plataformas C2C (consumer-to-consumer), por serem mais baratos do que os novos.
Já do lado de quem vende nas plataformas, 73% admite fazê-lo para libertar espaço em casa, 68% refere querer desfazer-se de artigos em boas condições que nunca usou e 65% acredita poder ganhar dinheiro extra.
Olivier Establet, CEO da DPD Portugal, afirma que “os e-shoppers valorizam, cada vez mais, a economia circular, nomeadamente, por uma questão de custos. Contudo, acreditamos que esta possa vir a ser uma tendência crescente nos hábitos de consumo dos portugueses, podendo ser um caminho importante na ótica da sustentabilidade, uma vez que a sociedade passa a reaproveitar artigos que, na maior parte das vezes, têm potencial para uma segunda vida, apelando a menos consumismo e a comprar o que é novo”.
Neste contexto, Olivier Establet refere que “também a DPD se tem adaptado à realidade da economia circular, existindo já soluções que permitem aos consumidores que compram e vendem em segunda mão enviar encomendas de um ponto Pickup (loja ou locker) para outro”.
O barómetro e-Shopper revela ainda que 2022 foi um ano de decréscimo no número de consumidores online, que passaram de 74%, em 2021, para 66% no ano passado.
A mesma tendência verificou-se em relação aos e-shoppers regulares – aqueles que compram online com maior frequência –, que diminuíram de 45%, em 2021, para 39% em 2022.
Segundo Olivier Establet, “esta quebra é o espelho do regresso dos consumidores às lojas físicas, após um período de maiores restrições e receio das pessoas em estar em espaços fechados. Para além disso, temos assistido a uma tendência, em todo o mundo, de criação de novas experiências de compra em lojas físicas, com os comerciantes a apostar em espaços e dinâmicas geradoras de maior envolvimento com o consumidor”.
No que respeita ao comportamento de compra, os e-shoppers portugueses continuam a ser os mais sensíveis ao preço em relação aos restantes europeus, com 7 em cada 10 a referirem o preço como um fator determinante nas suas decisões de compra. Prova disso é o facto de 65% considerar que economizam ao comprar online, e 46% aguardar por dias de desconto online ou nas lojas físicas.
Outro dos elementos fundamentais para os compradores é o fator sustentabilidade, sendo as alternativas de entrega amigas do ambiente importantes para 6 em cada 10 e-shoppers regulares. A juntar a isso, 68% dos inquiridos refere ser mais provável optarem por um website, retalhista ou app que tenha tais opções.
Ao nível das categorias de consumo, o destaque vai para a Moda, Beleza/Saúde e Calçado, que em 2022 foram os tipos de bens mais comprados online, representando respetivamente 61%, 50% e 43% das compras efectuadas. Destaque ainda para a categoria dos Frescos & Bebidas, que após um elevado crescimento em 2021 (+16%), se manteve estável em 2022 com uma quota de 35% no número de consumidores.
De acordo com Barómetro e-Shopper 2022 da DPD, as principais razões para compras futuras de Frescos & Bebidas são a variedade de escolha de produtos (58%), a disponibilidade de horários de entrega (55%) e um embalamento correto dos produtos (47%). No entanto, 65% dos e-shoppers ainda não compra produtos frescos e bebidas online.
Já no que toca ao processo de entrega, o relatório salienta que 82% valoriza o facto de poder conhecer o período em que a sua encomenda será entregue, um fator que torna mais provável um e-shopper voltar a comprar online.
Entre as preferências de entrega, a casa continua a ser a opção mais adotada pelos e-shoppers regulares (82%), apesar do decréscimo de 2 pontos percentuais face a 2021.
Já 24% das encomendas é feita fora de casa, nomeadamente em lockers, lojas de proximidade ou do retalhista. Aqui, verifica-se de 2021 para 2022, um crescimento de 2% das entregas em lockers (de 3% para 5%), e de 3% em loja do retalhista (de 12% para 15%).
Olivier Establet destaca que “a alternativa out-of-home tem vindo a ganhar o seu espaço nos hábitos dos portugueses, demonstrando ser uma solução cómoda, ágil e, sobretudo, amiga do ambiente, uma vez que reduzimos o número de deslocações que um estafeta tem de fazer com as suas entregas. Esta é uma aposta que queremos continuar a ter, reforçando os já cerca de 200 cacifos e 1200 pontos Pickup de Norte a Sul de Portugal”.
O barómetro e-Shopper engloba uma análise da realidade do comércio eletrónico na Europa, que conta com um total de 23,974 entrevistas em 22 países europeus. Em Portugal, o relatório contou com um total de 1000 entrevistas.