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Pedro Ribeiro, director da Rádio Comercial

Destaque M&P Exclusivo

Se uma nova licença nacional fosse da M80 o grupo MCR seria indiscutivelmente líder

Pedro Ribeiro, director da Comercial, fala sobre a liderança, da rivalidade com a RFM e do futuro da rádio “Estabilidade da programação é um valor em si mesmo. Rádio é, […]

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Pedro Ribeiro, director da Rádio Comercial

Destaque M&P Exclusivo

Se uma nova licença nacional fosse da M80 o grupo MCR seria indiscutivelmente líder

Pedro Ribeiro, director da Comercial, fala sobre a liderança, da rivalidade com a RFM e do futuro da rádio “Estabilidade da programação é um valor em si mesmo. Rádio é, […]

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Pedro Ribeiro, director da Comercial, fala sobre a liderança, da rivalidade com a RFM e do futuro da rádio

“Estabilidade da programação é um valor em si mesmo. Rádio é, muitas vezes, criação de hábito e, portanto, sou pouco dado a muitas mudanças”

 


Acorda cedo todos os dias para dar voz às Manhãs da Comercial e tem há vários anos em antena o 80 à Hora. Pedro Ribeiro é o director da estação mais ouvida em Portugal, que acaba de assumir a nova assinatura “Em casa, no carro, em todo o lado”. 

Meios & Publicidade (M&P): A nova assinatura e jingles da estação foram lançados no mesmo dia em que foi para o ar a nova identidade sonora da vossa concorrente directa RFM. Era algo que já estava previsto para este dia ou não existem coincidências no mundo da rádio e foi acelerado para dar resposta à RFM?

Pedro Ribeiro (PR): A RFM é que lançou a identidade sonora no mesmo dia em que nós lançámos a nova assinatura, nós anunciámos de manhã e eles à tarde. É só uma questão de repor a verdade dos factos. Não fazemos nenhuma mudança, nomeadamente a esse nível da plástica da estação, pensando que os outros estão a fazer ou deixar de fazer. Os jingles já estavam prontos há vários meses, mas quisemos esperar por esta altura do ano porque nos pareceu que fazia mais sentido mudar agora. E, por coincidência, nesse mesmo dia à tarde eles anunciaram que tinham uma nova plástica de estação.

M&P: Eles tinham já anunciado a mudança dois dias antes durante o Millennium Estoril Open.

PR: Eu não estive no Estoril Open e não sei se eles tinham dito isso ou não. Mas posso assegurar que os nossos jingles estão gravados desde Janeiro e que queríamos lançar no início de Maio.


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M&P: Ainda assim, a luta é acesa. Têm uma equipa de pessoas só a olhar atentamente para o que a RFM está a fazer?

PR: Não, não. Faz parecer que é uma coisa mais fanática do que é. Monitorizamos a concorrência como eles nos monitorizam a nós, julgo eu, mas não vivemos obcecados com o que eles fazem ou deixam de fazer. Estamos atentos obviamente, faz parte da nossa obrigação, era de uma grande arrogância chegar aqui e dizer que não ouvimos a concorrência. Isso é estúpido, toda a gente ouve toda a gente e, portanto, estamos atentos ao que eles fazem, mas estamos sobretudo preocupados connosco e com o nosso produto, com a nossa oferta, e tentamos melhorá-la com a informação que temos daquilo que o público gosta ou não gosta e com base naquilo que achamos que podem ser boas ideias e que não foram ainda testadas.

M&P: O que passa para fora é que, há, de facto, uma luta feroz pela liderança na rádio entre a Comercial e a RFM. Isso é algo que tentam transmitir diariamente à equipa? Têm no estúdio um alvo com as caras da RFM?

PR: Não, de todo. Trabalhamos para os nossos ouvintes. Às vezes esse tipo de questão faz-me lembrar uma lógica de comunicação que acontece no retalho, em que se assiste a campanhas em que os hipermercados estão todos a falar uns para os outros em vez de falarem para as pessoas. E nós fugimos sempre a essa tentação. Lembro-me de um outdoor da RFM, quando nós chegámos à liderança, em que dizia que o líder é o que se ouve mais tempo, que é ir procurar nas entrelinhas do Bareme qualquer coisa a que se podem agarrar. Esse outdoor não diz nada às pessoas, nem aos ouvintes deles nem aos nossos. Tentamos não cair nesse erro e tentamos o mais possível falar para os nossos ouvintes e não falar e mandar recados à nossa concorrência. Não existem alvos da concorrência no nosso estúdio. Tenho no meu gabinete um recorte de jornal, que já tinha quando estávamos em segundo  lugar no Bareme, em que padre João [Aguiar Campos, presidente do conselho de gerência da r/com] diz que a RFM é e será líder durante muitos anos. Não é uma questão de pirraça, é para nos centrar naquilo que estamos a fazer porque é muito fácil em media as pessoas embebedarem-se com o sucesso e com a liderança. E uma liderança que foi tão forte, como a da nossa concorrência durante tantos anos, parecia imutável. Aquele recorte serve para nos lembrar que isto ganha-se e perde-se todos os dias, é por isso que lá está.

M&P: Quando estavam nessa posição, em que tinham menos dez pontos do que o líder, acreditavam sempre que podiam um dia estar na posição em que estão hoje?

PR: Sempre. Eu, pelo menos, acreditava. Houve uma reunião com os accionistas, com a Prisa quando eles chegaram, em que me perguntaram qual era a minha ideia para a estação. Na altura tínhamos sete pontos e o líder tinha 16, mas a minha resposta foi “queremos ser líderes”. E nunca mais me esqueço que algumas das pessoas na sala riram. Mas para mim não havia nenhuma razão objectiva para uma geração de profissionais estar condenada a ser, nem era segundo mas sim terceiro. Não havia nenhuma razão para isso. Eu acreditava que havia condições para fazer um caminho ascendente, acreditei sempre. Mas mal imaginava o trabalho e os cabelos brancos que iria dar. Foi uma duríssima tarefa. E o adversário não é um adversário qualquer, impunha e impõe muito respeito. E também tivemos de acreditar muito em alturas muito difíceis, porque estivemos muito tempo a perder. Muito tempo em que achávamos isto vale o que vale, que era injusto, que já estávamos a trabalhar melhor do que o adversário, que o produto era melhor e nunca mais vinham os resultados.

M&P: Sentiram ao longo desse percurso muita pressão da parte dos accionistas para alcançarem a liderança?

PR: A pressão normal de um accionista que está habituado a ganhar. Nunca sentimos nenhum tipo de terror, sentimos sempre confiança, sobretudo, da administração. Desde o momento em que entrou esta administração com o Luís Cabral percebemos que estava toda a gente a remar para o mesmo lado. E percebemos também que antes de se conseguir resultados é preciso arrumar a casa, antes de ir lá para fora ganhar gente tem que se ganhar a organização cá dentro, ganhar foco, todos a trabalhar para o mesmo lado, não haver quintinhas, não haver guerras. E esse primeiro trabalho, que demorou tempo a ser conseguido, foi fundamental para, não só chegar à liderança, mas para ser uma liderança estruturada e consistente que vai já para três anos.

 


M&P: As pessoas que se riram nesse reunião ainda lá estão?

PR: Algumas sim, não levo a mal, porque de facto parecia impossível. Os outros estavam sentados no trono da liderança quase desde a pré-história e tinham mais dez pontos do que nós. E nós nunca tínhamos sido líderes, nem se tratava de voltar a liderança. Portanto, percebo que muita gente estivesse incrédula. Mas eu disse sempre que tínhamos dentro do grupo um exemplo extraordinário, porque sou do tempo em que a TVI ia fechar no dia seguinte e, não só não fechou, como hoje é líder de audiências. Se eles conseguiram, e estavam em relação à SIC muito mais longe, é porque é possível. Esse exemplo foi importante para nós.

M&P: Nos últimos Baremes a audiência estabilizou, com duas vagas seguidas nos 16,2%. Ainda há espaço para crescer ou o objectivo agora é simplesmente não descer e segurar a liderança?


Do ponto de vista do
investimento publicitário, há duas grandes estações de rádio e depois há as outras

PR: Até à liderança da Comercial, o recorde absoluto de audiência rondava os 16 pontos e tinha sido conseguido pela nossa concorrência. Nós estamos na casa dos 16 pontos há um ano seguido, é um resultado extraordinário e difícil de conseguir. Não sei se estabilizaram porque só consigo olhar comparando períodos homólogos, e a esse nível parece que estabilizámos e também a nossa concorrência estabilizou. O que parece, do ponto de vista das audiências e consequentemente do ponto de vista da rentabilidade e do investimento publicitário, é que há duas grandes estações de rádio e depois há as outras. O movimento da Comercial e da RFM quase esmaga as outras estações, é isso que se nota. E nós andamos num  patamar que não tem nada a ver com que vem a seguir, temos 16, eles têm 15 e depois o que vem a seguir tem seis. Não vai mais acontecer o primeiro ter 16 e depois o outro ter sete ou oito. As duas estações vão andar sempre muito perto uma da outra e vão discutir entre si a liderança com um fosso grande, que é um fosso que também se explica pelo desequilíbrio que existe na oferta que é possível os grupos de rádio darem aos ouvintes. A MCR tem sempre um handicap à partida, que é ter apenas uma estação nacional. Se nós tivéssemos duas estações nacionais o mercado era outro. E acho que não existiria um fosso tão grande relativamente aos outros. Se a M80 fosse nacional, estou convencido que existiria um paralelismo nos resultados nacionais com aquilo que acontece hoje nas únicas regiões onde a M80 tem uma cobertura igual à das rádios nacionais, em Lisboa e no Sul do país. Quer numa quer noutra a M80 esmaga completamente a Rádio Renascença e fica num patamar intermédio entre Comercial, RFM e as outras, patamar que neste momento não é ocupado por nenhuma estação comercial, a Antena 1 anda por aí. Isso é uma enorme desvantagem para nós, e é uma desvantagem também na abordagem ao mercado publicitário, porque só temos uma estação nacional. É o que é, mas não deixa de ser uma profunda injustiça, sobretudo porque temos noção de que a MCR faz, em todas as suas cambiantes, bons produtos de rádio, bons e líderes. A Vodafone FM é líder nas alternativas e chegou há pouquíssimo tempo. A Cidade é maior do que Mega. A M80, nas áreas geográficas em que tem a mesma cobertura, bate claramente a Renascença e nós estamos à frente da RFM. E fica aquela sensação de que é quase negado ao resto do país a possibilidade de ter acesso a uma estação como a M80 que teria facilidade em implantar-se no terreno e ajudaria a batalha da Comercial face à sua concorrência. Mas enfim, é a realidade que temos.M&P: Era uma situação que seria equacionada pela MCR, expandir a M80 a nível nacional?

PR: Se, de repente, a tutela abrisse a possibilidade de haver mais uma licença nacional, claro que, olhando para os grupos de radiodifusão, era apenas justo que isso acontecesse. Pondo à parte o grupo público, que tem três estações nacionais, nem sequer vou discutir serviço público, se é ou não é ou méritos da operação mas tem três, o grupo r/com tem duas e nós temos uma. Isso provoca um desequilíbrio grande no mercado, até na abordagem a promotores. Porque se tivermos duas rádios nacionais podemos jogar com isso, podemos ser rádio oficial e oferecer uma campanha noutra rádio nacional. Isso cria uma mancha de contactos que nós não conseguimos obter porque temos uma nacional e uma regional Sul, que é menos povoada e tem menos população, é um handicap para nós.

M&P: Diria que, se essa licença existisse, o grupo MCR já era líder?

PR: Estamos a extrapolar, mas estou convencido de que se essa licença fosse da M80 o grupo MCR seria indiscutivelmente líder. Não só isso, mas também o facto de ter os resultados que tem, sem ter essa segunda rede nacional.

M&P: Mesmo sem essa segunda licença nacional, muito apoiado na Comercial, o grupo MCR tem vindo a encurtar a distância para o grupo r/com. Nesta última vaga a diferença que vos separa passou de 1,7 pp para 1,2 pp. Dar a liderança ao grupo é um dos objectivos que vos foi exigido pela administração?

PR: Ninguém nos exige sermos líderes mas é um objectivo pelo qual lutamos. Mesmo sabendo deste desequilíbrio à partida, que condiciona muito esse resultado. É muito difícil sermos líderes com esse desequilíbrio de cobertura, mas a diferença é mínima e face à realidade do mercado são resultados extraordinários e a administração sabe disso. Mas não nos conformamos com isso.

M&P: Em termos de grelha de programação, para lá das Manhãs quais são as grandes apostas da estação? Arrancou agora o novo programa da tarde Já Se Faz Tarde com o Diogo Beja e a Joana Azevedo. Quais são as grandes apostas da estação para este ano?

PR: A grande aposta é conseguir manter uma coisa que é rara no mercado de rádio, que é ser líder das sete da manhã às dez da noite. O maior desafio que nós temos é esse, ser líder em todas as horas, e ultrapassa as apostas estratégicas neste ou naquele horário.

M&P: Mas vão ter novidades em grelha no médio prazo?

PR: Defendo que a estabilidade da programação é um valor em si mesmo. Rádio é, muitas vezes, criação de hábito e, portanto, sou muito pouco dado a muitas mudanças. Sou mais dado a cristalizar um pouco os hábitos para que as pessoas saibam ao que vão, não se metam no carro de manhã e não saibam o que vai acontecer. Os protagonistas são aqueles e muitas vezes temos de dar tempo para que o produto se consiga sedimentar nos hábitos nos ouvintes e as pessoas percebam que uma coisa nova existe e uma coisa antiga deixou de existir. Na rádio as coisas levam muito tempo. Quase com um ano de Mixórdia ainda estávamos a receber feedbacks de ouvintes a dizer “muito gira esta coisa nova”. Portanto, agora que mexemos na programação, esta programação não vai sofrer grandes alterações em breve.

M&P: E em termos de articulação com a televisão uma vez que o grupo tem a TVI. Estão com a Mixórdia de Temáticas na TVI24…

PR: A Mixórdia de cada dia é repetida no final da tarde na TVI24. A TVI pediu-nos isso e achamos que não vinha mal ao mundo. Mas é uma experiência que estamos a fazer e cuja análise vamos fazer no Verão quando o programa parar para férias para ver se faz sentido, se houve retorno da parte dos espectadores da TVI, se afectou, se é que afecta, a performance da Mixórdia da Comercial.


M&P: É possível que venham a acontecer outras sinergias semelhantes?

PR: Sim, ou a criação de conteúdo novo. A Cidade está também a ter conteúdo cruzado com a +TVI, por exemplo. Temos ideias também a esse nível, vamos ver. Temos a sorte de estar num grupo que está aberto a isso, temos a sorte de ter uma TVI que nos ajuda e nos promove. Há uma ponte de entendimento muito boa e que tem sido proveitosa para os dois.

M&P: A TVI24 exibe outro programa nascido na rádio e que tem em comum o Ricardo Araújo Pereira, o Governo Sombra. Mas este é da TSF, que não pertence à Media Capital. Como vê a coexistência dos dois programas no mesmo canal?

PR: Luto muitas vezes contra o preconceito e nos media há muita ideia feita e muito preconceito. Não posso dizer que não tenha acontecido no princípio muita gente dizer “como é que é possível, estamos aqui a puxar pela TSF”. Mas vamos ter calma, entre o que pode vir de bom e o que pode vir de mau, qual é o copo meio cheio? É bom ou não é para a TVI24 ter o Governo Sombra? É, é obviamente um produto-âncora muito importante para a TVI24. Se o preço a pagar para o ter é estar a fazer uma cross promotion com a TSF, isso é mau? Bom, sendo a TSF uma brand tão forte no mundo das notícias, a TVI24 lucra ou não em ter associação à TSF? Acho que não tem problema nenhum, nem vem mal nenhum ao mundo. Ainda por cima nem sequer pertence a um grupo directamente concorrente. Não faria sentido ter um programa do Expresso na TVI24, a lógica é outra. Enquanto espectador da TVI24 teria muita pena se o Governo Sombra acabasse.


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M&P: É algo que equacionam, ter um conteúdo da Comercial na TVI24?

PR: Ou mesmo na TVI. Já foi falado muitas vezes  mas nem nós estamos obcecados com a ideia, nem a TVI nos pressiona nesse sentido. Um dia é natural que isso venha a acontecer.

M&P: Falando agora um pouco sobre publicidade na rádio, a Comercial tem apostado em novos formatos para lá do spot publicitário. Lembro-me de uma troca de palavras que teve numa conferência do M&P com o director de marketing da RFM… Afinal, que inventou os live copies?

PR: Não tenho dúvida nenhuma de que fomos nós que começámos essa oferta, mas não tem problema nenhuma em perceber que, não só eles mas o resto do mercado, seguiram essa oferta. O mercado de rádio já deu muitos exemplos de ser capaz de se reinventar e de reinventar a oferta que dá ao mercado publicitário. Os live copies são só uma das estratégias, há mais, e a rádio tem que encontrar cada vez mais. Não está, nem pode estar, refém dos spots publicitários. Tem de haver outra maneira de chegar às pessoas sem prejudicar o produto junto dos ouvintes mas trazer mais-valias aos anunciantes.

M&P: Que outro tipo de formatos está a testar actualmente?

PR: Há todo um conjunto de possibilidades que existem, desde cruzar com digital e redes sociais, até product placement em estúdio agora que existem sempre imagem, menções simples de animadores em antena, há muitas possibilidades de cruzar. Mas também não podemos transformar as emissões num bazar. O foco é dar música às pessoas. É importante que haja investimento no sentido de arranjar maneiras alternativas de publicidade e de trazer mais-valias aos anunciantes mas não podemos esquecer o foco e prejudicar tudo o resto por causa disso.

M&P: Perante a quebra de investimento publicitário, este tipo de formato e acções de branded content são o futuro da rádio e não tanto o spot, que tenderá a decrescer?

PR: Tenderá a decrescer até porque a eficácia do encharcanço em spots parece-me que não é isso tudo. Depois, a rádio foi capaz de criar figuras cujo endorsement directo é muito mais eficaz do que essa carga em spots. Muito embora haja produtos e campanhas que continuam a funcionar melhor em spot, como o hard selling do retalho. Continuará a existir mas tem de haver outras formas senão é impossível.

 


“Temos de perceber qual o papel das marcas da rádio nesta nova sociedade”

M&P: Com o tipo de oferta musical alargado que têm hoje a RFM e a Comercial, faz sentido continuarem a existir estações como a Cidade ou a Mega Hits?

PR: Têm de encontrar o seu espaço. As dificuldades delas não advém só da oferta musical das que estão à frente, também tem a ver com o facto de andarem a pescar onde há cada vez menos peixe. Hoje em dia, um miúdo de 14/15 anos, se calhar não tem no seu radar de meios à sua disposição a rádio como nós tínhamos. Tem, em termos de oferta de música, um possibilidade gigante de escolha e acesso ao YouTube. Spotify, iTunes e a tudo e mais alguma coisa que fazem com que a rádio fique um bocado fora do radar. E quando há duas estações tão eficazes em ir buscar essas pessoas, porque nos 15/24 quer nós quer a nossa concorrência somos um aspirador, sobra muito pouco para a Cidade e para a Mega. Só havia uma possibilidade, que era a Cidade e a Mega criarem figuras dentro da estação, personalidades que fossem de tal maneira atraentes que fossem buscar essa malta. Só que os heróis desses consumidores de rádio mais novos são os mesmos dos mais velhos, tal como a música que consomem é igual à dos mais velhos. Os heróis deles são o Ricardo Araújo Pereira, o Vasco Palmeirim e o Nuno Markl, como são dos mais velhos. E as estações mais jovens não têm, nem sequer do ponto de vista de marketing, forma de publicitar as suas figuras de maneira a criar gente com esse apelo. Vai ser muito interessante ver nos próximos anos o que vai acontecer a essas estações. A Cidade tem um plano, que eu acho que é bom e que lhe vai dar capacidade para continuar não só a liderar no seu target mas também crescer mais. Mas temos de ter perspectivas muito realistas em relação ao tecto de crescimento possível.

M&P: Tendo em conta hipóteses de escolha como o Spotify, tão populares nessas faixas etárias, acredita que dentro quatro ou cinco anos ainda haja lugar para essas estações ou a tendência será para que venham a desaparecer?

PR: Têm de arranjar o seu caminho. Mas as notícias sobre a morte da rádio são, há muitas décadas, manifestamente exageradas. Acredito nisso, até porque preciso deste emprego e tenho filhos. Acredito nisso em relação a essas estações e em relação a todas as outras. Agora, o que vai acontecer, e não sei dizer se o futuro é daqui a um ano ou daqui a cinco, é que as estações de rádio vão ser as marcas e, por acaso, as marcas vão ter aí umas antenas no ar e transmitem em FM. Mas têm de ser muito mais do que isso, têm de viver do peso, da importância, da relevância das suas marcas para lá do FM. É a única maneira porque dentro de pouco tempo toda a gente terá internet no carro, todos serão móveis e toda a gente vai concorrer finalmente em pé de igualdade com toda a gente. Se existirá lugar para essas estações? Sim, mas temos de perceber qual será o papel das rádios ou das marcas da rádio nesta nova sociedade em vivemos.

M&P: Hoje em dia já é possível ouvir Spotify no carro, que é um dos grandes redutos da rádio. Isso não coloca um enorme problema até para rádios com a dimensão da Comercial?

PR: Coloca, mas, felizmente, o Spotify não tem a Mixórdia de Temáticas. E o Spotify não tem as pessoas nem cria com as pessoas a afinidade que a rádio enquanto meio consegue criar. Isso faz toda a diferença, porque as pessoas querem muitas vezes companhia, e companhia não é uma playlist que faz. É preciso que lá estejam os protagonistas e enquanto isso for assim, mesmo tendo oferta digital possível no carro, as pessoas vão continuar a preferir o digital com gente dentro.

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Nespresso e SharkNinja celebram Natal com David Beckham (com vídeos)

No filme de Natal da marca de cafés, o empresário e ex-futebolista inglês joga à bola com um boneco de neve. Para os eletrodomésticos norte-americanos (na foto) prepara a refeição da consoada para a família

Luis Batista Gonçalves

David Beckham é o rosto da campanha de Natal global multimeios da Nespresso. Produzido pela Studio 99, produtora audiovisual criada pelo ex-futebolista e empresário inglês em parceria com Nicola Howson e David Gardner em 2019 para produzir documentários desportivos, o filme publicitário mostra o antigo desportista a jogar à bola com um boneco de neve num dia de inverno.

Divulgado em televisão, digital e redes sociais, o ‘spot’ promove a nova cápsula de café Peanut and Roasted Sesame, uma das edições especiais da Nespresso para o Natal de 2024, além da máquina Vertuo Creatista e da caneca Vertuo Mug, outro dos produtos que a insígnia suíça comercializa.

Enquanto saboreia a bebida, David Beckham, que é embaixador da Nespresso desde novembro de 2023, observa a paisagem pela janela e, ao aperceber-se da presença de um boneco de neve inacabado com uma expressão triste, decide inverter a situação. Depois de o finalizar, recorrendo a uma cápsula de café para lhe criar um nariz, utiliza-o como guarda-redes.

Além do anúncio da Nespresso, David Beckham também é a estrela do filme publicitário natalício da SharkNinja, que marca a estreia da marca de eletrodomésticos norte-americana nas campanhas multimeios globais. Enquanto prepara a refeição da consoada para a família, o ex-desportista vai utilizando alguns dos novos lançamentos da insígnia.

Divulgado em digital e em televisão em Espanha, França, Reino Unido, Alemanha, Itália, Escandinávia, Bélgica, Países Baixos, Luxemburgo, Médio Oriente e Estados Unidos, o anúncio é amplificado através de publicações nas redes sociais e painéis digitais em praças centrais de Nova Iorque, Los Angeles, Miami e Londres.

As receitas natalícias preferidas de David Beckham, que é o embaixador global da SharkNinja, estão disponíveis num site dedicado. Para além de aumentar a notoriedade da marca a nível internacional, a contratação do ex-futebolista e empresário inglês pretende potenciar as vendas da insígnia globalmente.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Amazon lança concorrente ao Temu e Shein

Os produtos comprados na Amazon Haul são entregues em uma ou duas semanas. Em Portugal, a Amazon está a disponibilizar o Rufus, assistente virtual alimentado com IA generativa, que responde a perguntas sobre produtos e apresenta recomendações

A Amazon tem uma nova experiência de compras para os consumidores dos Estados Unidos, que consiste na venda apenas de produtos que custam 20 dólares (€19) ou menos, para competir com as ofertas de retalhistas como Temu e Shein. A Amazon Haul está disponível apenas através do smartphone e apresenta-se com preços competitivos, em produtos como vestuário, eletrónica e equipamento de cozinha.

“Todos os artigos têm um preço inferior a 20 dólares (€19), sendo que a maioria tem um preço igual ou inferior a dez dólares (€9,50) e alguns artigos custam apenas um dólar (€0,95)”, segundo avança a empresa em comunicado de imprensa. Os clientes também vão poder usufruir de descontos, quando adicionam mais artigos a uma única encomenda, com 5% de desconto em encomendas de 50 dólares (€47,50) ou mais e 10% de desconto em encomendas de 75 dólares (€71,24) ou mais, à semelhança das práticas das plataformas concorrentes.

A contrapartida da nova aposta da Amazon são os prazos de entrega, diferentes dos da Amazon Prime. Em vez disso, os produtos comprados na Amazon Haul chegam a casa do consumidor, por norma, em uma ou duas semanas, à semelhança do que acontece com a Temu e outras plataformas semelhantes.

A empresa liderada por Andy Jassy salienta que os utilizadores devem gastar pelo menos 25 dólares (€23,75) para receberem o envio gratuito, mesmo que subscrevam o serviço Prime. Caso contrário, o custo de envio é de 3,99 dólares (€3,79). São, no entanto, oferecidas devoluções gratuitas em todas as compras efetuadas na Amazon Haul acima de três dólares (€2,85) dentro de 15 dias após a entrega.

Em paralelo, em Portugal, a Amazon já está a disponibilizar o Rufus, assistente virtual alimentado por inteligência artificial generativa, através da aplicação da Amazon, por enquanto apenas em versão ‘beta’ e para clientes selecionados. Este assistente de compras virtual pretende melhorar a experiência de compra online, permitindo aos utilizadores interagirem com a plataforma de maneira mais eficiente, conseguindo responder a perguntas relacionadas com produtos e apresentar recomendações.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

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Portugal conquista seis prémios nos Clio Sports Awards 2024

A campanha ‘Drawn to Equality’ (na foto), também distinguida com duas Pratas, rendeu à Dentsu Creative o único Ouro que a criatividade portuguesa trouxe da cerimónia. ‘Surfing Through the Odds’ ganhou Prata e Bronze. ‘League of All Leagues’ foi reconhecida com Bronze

A criatividade portuguesa conquistou seis prémios na edição de 2024 dos Clio Sports Awards, em Nova Iorque. A campanha ‘Drawn to Equality’, que a Dentsu Creative criou para a Visa, ganhou três galardões. Além de Ouro na subcategoria Social Good, da categoria Social Good, foi reconhecida com Prata na subcategoria Fan Engagement, da categoria Social Good, e com Prata na subcategoria Partnerships & Sponsorships, da categoria Brand x Media.

A campanha ‘Surfing Through the Odds’ da Betclic, que apresenta um documentário criado pela Coming Soon e produzido pelos Shutterstock Studios, para combater a desigualdade de género e racial através do surfe, em São Tomé e Príncipe, também recebeu dois galardões. Na subcategoria Sports Betting, da categoria Partnerships & Sponsorships, teve direito a Prata. Na subcategoria Social Good, da categoria Social Good, conquistou Bronze.

‘League of All Leagues’ rendeu à Judas o segundo Bronze que veio para Portugal. A campanha, que promove a Liga Portugal Betclic, foi distinguida na subcategoria Gameday/In-Game Experience, da categoria Use of Partner or Sponsor. ‘League of All Leagues’ também ficou em ‘shortlist’, na subcategoria Social Good, da categoria Social Good, à semelhança de ‘Bet On Her’ da FunnyHow para a Betclic, na subcategoria Public Relations, da categoria Public Relations.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Marcas de fabricante fazem crescer retalhistas de sortido curto

“Uma marca consistentemente inovadora e atrativa aumenta mais rapidamente o seu alcance junto dos compradores e conquista a sua preferência”, diz Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca

As marcas de fabricante estão a contribuir para o crescimento do negócio dos retalhistas de sortido curto, avança um estudo da Kantar desenvolvido em parceria com a Centromarca. De acordo com a análise, a estabilização da inflação, a redução das taxas de juro e o aumento da taxa de emprego também estão a impulsionar o consumo fora de casa e os serviços de entrega ao domicílio.

“O consumo fora de casa tem vindo sempre a crescer acima do consumo para casa, nos últimos trimestres. No entanto, a percentagem do gasto que os portugueses dedicam ao consumo dentro de casa perdeu espaço, com uma diminuição de 1,2 pontos percentuais, face ao terceiro trimestre de 2023”, informa a Centromarca em comunicado de imprensa.

Além do tamanho das cestas ter diminuído, a maioria das categorias de produtos de grande consumo também regista um decréscimo em valor, nos primeiros nove meses do ano. No caso das bebidas, a redução atinge os 5%. No das limpezas caseiras, a quebra ronda os 3%. A venda de produtos de alimentação animal caiu 2%.

“No mesmo período, os números mostram também um avanço das marcas de distribuidor sobre as de fabricante, ainda que as segundas mantenham a maior quota de mercado, com 52,5% em valor. Apesar do decréscimo da quota, as marcas de fabricante contribuíram positivamente para o desempenho de alguns retalhistas de sortido curto”, refere o estudo.

Entre julho e setembro, o consumo em casa recuperou ligeiramente, com a dimensão da cesta de compras das famílias portuguesas a crescer, apesar da desaceleração da dinâmica de crescimento que as marcas próprias dos retalhistas registavam até então.

“Num contexto que se mantém desafiante, apesar dos números animadores da economia e dos mais recentes dados do mercado, as marcas continuam a ter de reforçar a relação com os consumidores, atrair novos públicos e reter compradores habituais. Uma marca consistentemente inovadora e atrativa aumenta mais rapidamente o seu alcance junto dos compradores e conquista a sua preferência”, afirma Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, citado no documento.

O estudo da Kantar mostra ainda que 66% das marcas que conquistam novos compradores registam crescimento em volume de vendas. “As marcas que não recrutaram consumidores nos últimos dois anos decresceram 14,5% em valor entre janeiro e setembro de 2024, quando comparado com o período homólogo. Já as que conquistaram novos ‘targets’ em 2023 e 2024 cresceram 14,3% no mesmo período”, refere ainda a análise.

Segundo o estudo, as marcas que angariaram mais clientes viram a fidelidade dos consumidores aumentar 57% e a taxa de repetição de compra subir 54%. “Recrutar consumidores em vários retalhistas pode ser difícil para as marcas, mas a diversificação dos locais de venda revela-se bastante vantajosa e fundamental para atingir o maior número de compradores possível”, defende Marta Santos, diretora de clientes e de análises da Kantar.

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Startup portuguesa ZeroPact quer descarbonizar ecommerce

A startup portuguesa está a lançar uma ferramenta gratuita, que permite às empresas de comércio eletrónico calcular e compensar automaticamente a pegada carbónica dos produtos, aumentando a transparência e a confiança junto dos consumidores

A ZeroPact, startup portuguesa de tecnologia focada na sustentabilidade, está a lançar uma solução alimentada por inteligência artificial que permite às marcas de comércio eletrónico integrar o cálculo e a compensação da pegada carbónica dos seus produtos, permitindo aumentar a transparência e a confiança junto dos consumidores.

A startup fundada por João Morgado, Luís Branco e João Matos ganhou o El Corte Inglés Retail Challenge, concurso de inovação no retalho que teve lugar durante a Web Summit, tendo agora a possibilidade de iniciar um teste piloto com o El Corte Inglés, reforçando a aplicabilidade da tecnologia em grandes marcas e antecipando-se às novas regulamentações do Digital Product Passport (DPP) previstas para 2027.

De acordo com o Barómetro Mastercard 2023 – Perceção da Sustentabilidade em Portugal, os consumidores portugueses estão cada vez mais atentos às práticas ambientais das marcas, sendo que 80% dos portugueses dão importância à política de sustentabilidade dos comerciantes ou fornecedores e que 52% já deixaram de comprar um produto devido à má reputação ambiental de uma marca.

“Estes números mostram a urgência das empresas em adotar práticas transparentes e alinhadas com as expectativas de um consumidor mais consciente”, sustenta João Morgado, CEO da ZeroPact, em comunicado de imprensa.

A análise da Mastercard revela ainda que 87% dos portugueses manifestam interesse em saber a pegada carbónica das suas compras, com esta percentagem a subir para 90% entre as mulheres. No entanto, apenas 15% conhecem a sua própria pegada carbónica, apesar de 74% já estarem familiarizados com o conceito.

“Este cenário evidencia uma grande oportunidade para as empresas liderarem na comunicação de sustentabilidade e oferecerem ferramentas que ajudem os consumidores a tomar decisões mais informadas e sustentáveis”, argumenta João Morgado.

De acordo com o CEO da startup, a ZeroPact tem planos de expansão para toda a Europa, focando-se em mercados europeus estratégicos devido à legislação emergente que, até 2027, obrigará as empresas a adotarem passaportes digitais de produtos e práticas de sustentabilidade mais rigorosas.

A tecnologia da ZeroPact já está disponível em vários sites portugueses, como Otherwise, Jakshoes, DCK, NAE-Vegan, 38 graus, Cool Mood Community, Arisca, Wheat&Rose, Le-mot, Mineral Fashion Store, Bordaleiras, Chulé, Pera Lima, Tribu, Cura, entre outros.

“A aplicação da tecnologia na área de sustentabilidade permite fornecer aos clientes informações claras e precisas sobre a pegada de carbono dos produtos que adquirem. Além disso, pode criar um modelo replicável para o setor como um todo, impulsionando uma transformação mais ampla em direção à sustentabilidade”, enfatiza Vasco Marques Pinto, gestor de relações externas do El Corte Inglés.

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Salvador Martinha protagoniza campanha da Revolut (com vídeo)

A campanha da agência criativa Nossa com o humorista (na foto) é a primeira da Revolut filmada em Portugal e faz parte de uma estratégia de marketing, que a marca tem vindo a desenvolver no mercado nacional

O humorista Salvador Martinha dá a cara na nova campanha digital da Revolut, que promove as funcionalidades do novo sistema de segurança financeira da empresa. A campanha, desenvolvida pela agência criativa Nossa, é a primeira da marca filmada em Portugal e faz parte de uma estratégia de marketing mais vasta, que a Revolut tem vindo a desenvolver no mercado português.

No filme publicitário, presente nas plataformas digitais, Salvador Martinha mostra algumas das funcionalidades do novo sistema de segurança financeira da empresa, com o tom humorístico que o caracteriza. O anúncio salienta a destruição do cartão descartável digital após uso, o bloqueio automático do cartão se houver suspeita de atividade fraudulenta e o apoio da equipa de especialistas em crimes financeiros, que estão disponíveis para ajudar os clientes 24 horas por dia.

“Estamos entusiasmados por trabalhar com o Salvador Martinha nesta nossa campanha digital onde salientamos a segurança dos nossos sistemas financeiros. A sua influência e alcance no mercado português são extraordinários e acreditamos que esta parceria estratégica nos permitirá reforçar a nossa presença em Portugal e chegar a um público mais vasto”, sustenta Ignacio Zunzunegui, diretor de crescimento da Revolut para o sul da Europa.

O objetivo da campanha é reforçar a estratégia de posicionamento da marca que pretende se tornar o banco principal dos portugueses. Para além da campanha com Salvador Martinha, a empresa anuncia também uma ativação no aeroporto do Porto, com máquinas de dispensa de cartões gratuitos antes das viagens de avião, e a parceria com o festival Primavera Sound 2025, em Barcelona e no Porto.

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Concorrência aprova venda da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico

A empresa compradora, a Live Nation Entertainment, aceita o compromisso de uma política comercial “aberta, transparente e não discriminatória” na Meo Arena, com a “redução imediata dos preços de acesso” e o seu “congelamento” nos próximos cinco anos

A Autoridade da Concorrência (AdC) deliberou não se opor à operação de concentração, que envolve a aquisição de uma participação de controlo indireto da Ritmos & Blues e da Arena Atlântico (na foto) pela empresa Live Nation Entertainment (LNE). “Esta decisão foi possível, após a LNE propor compromissos para resolver as preocupações jusconcorrenciais identificadas pela AdC na sua investigação”, informa a entidade reguladora em comunicado de imprensa.

As garantias oferecidas pela promotora de espetáculos, que detém uma participação no festival Rolling Loud e promove o festival Rock in Rio Lisboa, através da subsidiária Better World Comunicação, Publicidade e Entretenimento, foram suficientes para a AdC.

“A decisão agora adotada foi precedida de uma investigação aprofundada, depois de termos considerado que a operação de concentração poderia resultar em entraves significativos à concorrência efetiva no mercado nacional ou numa parte substancial deste, resultantes de restrições, totais ou parciais, no acesso à Meo Arena por concorrentes no mercado de promoção de eventos ao vivo e no mercado de serviços de bilhética”, refere o regulador.

A fase de averiguações incluiu um teste de mercado, que contou com a participação dos dez maiores clientes da Meo Arena. As preocupações expressas foram posteriormente apresentadas à empresa norte-americana.

“No que respeita à tese de dificultar o acesso aos artistas, a AdC considerou que, mesmo sem a operação de concentração, a LNE poderia entrar como promotor direto de eventos no mercado nacional e que a possibilidade de o fazer com os artistas e digressões internacionais próprias será um facto normal face ao seu modelo de negócio verticalmente integrado, não constituindo um elemento específico da presente operação de concentração”, refere o documento.

Os compromissos assumidos pela LNE “reforçam também as condições que garantem a adoção de uma política comercial de utilização da Meo Arena aberta, transparente e não discriminatória, o que se traduz, entre outros, na redução imediata dos preços de acesso à Arena e no congelamento dos preços para os próximos cinco anos”, revela a AdC.

A implementação das medidas propostas é avaliada por um mandatário de monitorização e, sob a sua supervisão direta, por um gestor de informação independente, “que será selecionado e contratado pelo novo mandatário de monitorização e que, em última instância, reporta à AdC”, esclarece ainda o comunicado do regulador da concorrência.

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Bar Ogilvy cria anúncio para época de festas na Madeira (com vídeo)

A campanha produzida pela Bro, que aborda as atividades disponíveis na ilha, no Natal e fim de ano, é divulgada em suportes digitais, nas redes sociais da Meta, Google e YouTube

A campanha de Natal e fim de ano Madeira reforça o espírito de pertença e autenticidade com um novo apelo à vivência plena do destino. Dando continuidade à comunicação da iniciativa ‘Vive a Madeira por inteiro’ apresentada em 2023 para o mercado nacional e amplificada para o mercado externo com a designação ‘Experience Madeira for Yourself’, o filme publicitário promove as festividades natalícias do arquipélago.

Com criatividade da Bar Ogilvy e produção da Bro, o anúncio evidencia a oferta turística, cultural e gastronómica da região. Divulgada em suportes digitais, nas redes sociais da Meta, no Google e no YouTube, a campanha, promovida pela Associação de Promoção da Madeira (APM), volta a apresentar o arquipélago como destino de mar, montanha e tradições culturais.

“Reconhecendo que não é possível capturar toda essa experiência num simples anúncio, optámos por uma abordagem disruptiva, transmitindo a mensagem que estar fisicamente na região é a única forma de experienciar verdadeiramente tudo o que o destino tem a oferecer. A proposta é aproveitar ao máximo, vivendo cada momento por inteiro”, explica a APM em comunicado de imprensa.

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JMR Digital traz para Portugal plataforma de automação de marketing

A Deployteq (na foto) permite criar campanhas multimeios a partir de qualquer lugar, sem necessidade de códigos, e é alimentada por inteligência artificial. A apresentação pública da ferramenta é a 10 de dezembro

A agência de marketing digital e automação internacional JMR Digital disponibiliza em Portugal a plataforma de automação de marketing Deployteq. Através de um leque de ferramentas digitais, é possível criar e amplificar campanhas multimeios. Acessível a partir de qualquer lugar sem necessidade de códigos, a tecnologia é integrável noutras plataformas, permitindo uma abordagem de marketing unificada e centralizada.

Tirando partido de um modelo de dados estruturado para refinar estratégias e impulsionar o sucesso das campanhas, a Deployteq é alimentada através de inteligência artificial (IA). Além da gestão de dados sincronizados que possibilita, permite uma maior personalização e segmentação das comunicações. “Através de uma abordagem multicanal, garante um maior alcance através de diversos canais e plataformas, para um maior ‘engagement’ entre marcas e consumidores”, refere o documento de apresentação, a que o M&P teve acesso.

Fundada em 2017 pela portuguesa Joana Meireles e pelo neerlandês Mischa Rinck, a JMR Digital apresenta publicamente a plataforma, a 10 de dezembro, em Lisboa. De acordo com o site da Deployteq, a nova tecnologia já é utilizada por cerca de 4.700 profissionais de marketing, para construir segmentações dinâmicas em campanhas. Com uma taxa de entrega de 99,8%, a plataforma multiplica, em média, o retorno do investimento (ROI) por 2,5.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Comunicação

Luisa García e Tiago Vidal assumem novos cargos na LLYC

A profissional espanhola regressa à primeira linha do negócio, com a nomeação como CEO global de assuntos corporativos. O português, até agora diretor de talentos e tecnologia da agência de comunicação e assuntos corporativos, é o novo diretor de operações globais

Tiago Vidal (na foto, à dir.) é o novo diretor de operações globais da LLYC. Além de continuar a liderar as áreas de talento e tecnologia da agência de comunicação e assuntos corporativos, o anterior diretor de talentos e tecnologia passa a supervisionar o marketing, a comunicação, a governança ambiental, social e corporativa (ESG) e a equipa de integração, procurando maximizar os retornos dos investimentos em crescimento inorgânico.

“A nomeação de Tiago Vidal consolida a nossa estratégia de talento, tecnologias de informação, comunicação e integração numa mesma área, com o objetivo de continuar a impulsionar a nossa estratégia de crescimento e avançar no processo de transformação da empresa”, explica Alejandro Romero, sócio e CEO global da LLYC, citado em comunicado de imprensa.

A promoção do responsável português ocorre na altura em que a espanhola Luisa García (na foto, à esq.) regressa à primeira linha do negócio, com a nomeação como CEO global de assuntos corporativos. No novo cargo, irá focar-se na inovação e na integração da oferta de soluções de ‘corporate affairs’, num portefólio que já conta com uma componente de tecnologia e inteligência artificial (IA) aplicada.

“Esta área de atuação engloba serviços como reputação corporativa e liderança, comunicação financeira e operações corporativas, gestão de crises e riscos, ESG, pessoas, talento e cultura, bem como assuntos públicos, assuntos europeus, ‘advocacy’ e diplomacia corporativa, contribuindo com 60% do total das nossas receitas operacionais”, refere a LLYC no documento.

Luisa García, que acaba de ser considerada uma das mulheres mais influentes de Espanha pelas publicações espanholas Forbes e Yo Dona, continua a exercer o cargo que ocupava no conselho de administração da LLYC, que integra desde 2021.

“É com grande entusiasmo que lidero a melhor equipa de especialistas em comunicação e assuntos públicos em Espanha, Portugal, Bruxelas, América Latina e Estados Unidos. Acompanhados pelos melhores profissionais em criatividade e com toda a potencialidade dos desenvolvimentos da IA da LLYC, o nosso compromisso é ajudar os nossos clientes a tomar decisões conscientes e audazes num contexto cada vez mais desafiante, em que a incerteza veio para ficar”, afirma a nova CEO global de assuntos corporativos.

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