De onde poderão vir receitas?
Com receitas de circulação em quebra e investimento publicitário que não dá mostras de crescer o consenso parece ter-se instalado na indústria de media a nível mundial:
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Com receitas de circulação em quebra e investimento publicitário que não dá mostras de crescer o consenso parece ter-se instalado na indústria de media a nível mundial: as empresas de comunicação têm de obter fontes de receita alternativas. News Leaders and the Future, um estudo realizado pelo Project for Excellence in Journalism do Pew Research Center, juntamente com a American Society of News Editors (ASNE) e a Radio Television Digital News Association (RTDNA), junto a quase 400 executivos do sector, embora referente ao mercado norte-americano, dá conta de quais as áreas onde os grupos de media estão a investir para gerar mais receitas para as suas operações. Apesar da constatação quase que óbvia de que é necessário diversificar receitas, a verdade é que dessa consciência à mudança efectiva ainda vai uma longa distância. Quando questionados sobre o que as suas empresas estão a fazer para gerar mais receita, a grande maioria (54 por cento) responde que a publicidade online é aquela que estão a desenvolver “mais activamente”. Seguem-se, embora com um grau menos elevado, produtos não noticiosos (38 por cento), criação de produtos de search locais (26 por cento), o desenvolvimento de produtos noticiosos de nicho ou especializados pelos quais possam cobrar (23 por cento, nos inquiridos da área de imprensa esta opção conquista 30 por cento), e as pay walls, com apenas nove por cento (nos empresários de imprensa, o valor sobe para 15 por cento). Apenas um número reduzido de inquiridos elege como uma área que procuram activamente desenvolver a busca de receitas junto aos agregadores de conteúdos. O tema que tanta tinta (digital e não só) tem feito correr nos media, com Rupert Murdoch a liderar a discussão com o Google, não suscita, ao que parece, grande entusiasmo junto dos operadores: Apenas cinco por cento da organizações lista esta opção como uma das duas principais áreas de actividade, apenas três por cento como uma parte significativa da sua actividade e sete por cento classifica-a como uma “pequena parte”.
Obter receita através de um fee incluído no que os consumidores pagam aos seus ISP (Internet Service Providers) não parece ser uma ideia que reúna muito consenso: Só dois por cento das organizações de media listaram esta opção como uma de duas prioridades e unicamente um por cento (na sua grande maioria do sector audiovisual) elegeu como um esforço considerável. Valores que, todavia, poderão aumentar no futuro já que 27 por cento dos responsáveis de imprensa admite estar a considerar esta opção. Os inquiridos também não parecem muito entusiasmados com o e-commerce (apenas quatro por cento afirma estar a fazer um ‘esforço considerável’ nesse sentido), nem com a possibilidade de aumentar as suas receitas através de doações (69 por cento coloca de parte essa hipótese, sendo que nos empresários de imprensa esse número atinge os 80 por cento). E como é que os inquiridos olham para a futura distribuição do seu bolo de receita? Daqui a três anos a maioria (60 por cento) dos questionados considera que a maior fonte de receitas será a publicidade – sendo que 29 por cento nomeia a publicidade em display e 21 por cento os anúncios em vídeo –, 15 por cento acredita que virá da subscrição, 12 por cento da partilha de receitas com agregadores online, oito por cento do search e cinco por cento de donativos dos utilizadores.
A questão de obtenção fontes de receita adicionais às tradicionais assume especial relevância, numa altura em que os próprios executivos olham com alguma ansiedade para a continuidade dos projectos e para a sobrevivência das estruturas. Apesar da maioria (46 por cento) considerar que as suas organizações estarão ainda no mercado daqui a dez anos, um terço dos inquiridos considera que as suas empresas de media correm o risco de deixar de ser viáveis em cinco anos ou menos, sete por cento reduz o prazo para dois anos ou menos e 24 por cento a três a cinco anos.