Edição digital
PUB
Media

Presidente da CCPJ desfilia-se do Sindicato dos Jornalistas

Em causa está a ocultação de alegadas incompatibilidades de um dos membros da lista indicada pelo SJ para as eleições da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, sem que essa informação tenha sido comunicada à CCPJ e aos jornalistas potenciais votantes, diz Licínia Girão, presidente da CCPJ, em email enviado ao M&P

Meios & Publicidade
Media

Presidente da CCPJ desfilia-se do Sindicato dos Jornalistas

Em causa está a ocultação de alegadas incompatibilidades de um dos membros da lista indicada pelo SJ para as eleições da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista, sem que essa informação tenha sido comunicada à CCPJ e aos jornalistas potenciais votantes, diz Licínia Girão, presidente da CCPJ, em email enviado ao M&P

Sobre o autor
Meios & Publicidade
Artigos relacionados
CCPJ repudia incentivo à criação de setores informativos sem jornalistas
Media
APMEDIO reage a acusações da CCPJ
Media
SJ preocupado com futuro do Público
Media
PT50 é o novo jornal para profissionais do sistema financeiro
Media
Há otimismo na comunicação social, apesar dos desafios políticos e tecnológicos
Media
Media promovem atitudes negativas face à imigração
Media
93% dos portugueses valorizam o jornalismo como arma contra a desinformação
Media
Ricardo Costa: “A liderança não é uma obsessão para a SIC”
Media
Audiências: TVI fecha 2024 na liderança
Media
AMC Selekt vai ter publicidade em Portugal
Media

A presidente da Comissão da Carteira Profissional de Jornalista (CCPJ), Licínia Girão, apresentou o pedido de desfiliação do Sindicato dos Jornalistas (SJ), devido à “quebra total de confiança numa organização com a qual nem sempre (naturalmente) concordei, mas que reconhecia como determinante na defesa dos direitos, individuais e coletivos, dos jornalistas” e  “na defesa pelo escrupuloso cumprimento dos deveres de natureza ética e deontológica por parte dos jornalistas”.

Em email enviado ao M&P a 30 de janeiro, Licínia Girão explica que em causa está a Lista A, indicada pelo SJ, que se apresentou para as eleições para integrar os membros dos diferentes órgãos da CCPJ, para o triénio 2025/2028, “ter ocultado que um dos membros se encontra numa situação que pode configurar uma violação do regime de incompatibilidades à luz do consagrado no Estatuto do Jornalista, sem que essa informação tenha sido comunicada à CCPJ aquando da apresentação da lista e, mais grave ainda, ao universo de jornalistas potenciais votantes”.

Além de considerar “que os membros integrantes da Lista A tinham, mais do que o dever, a obrigação de disponibilizar essa informação publicamente para escrutínio de toda uma classe que tem vindo a ser confrontada com procedimentos dúbios relativamente a práticas que consubstanciam ou podem consubstanciar uma violação do regime de incompatibilidades”, Licínia Girão argumenta que “era ainda esperado que se tratando de uma lista apresentada pelo Sindicato, os membros da lista e o próprio sindicato justificassem a escolha de alguém para integrar a lista que está ligado à coordenação e promoção de cursos de marketing e comunicação”, referindo-se a Paulo Agostinho, jornalista portador da Carteira Profissional nº 3070 e coordenador da pós-graduação em comunicação estratégica da Universidade Europeia,

A 29 de janeiro, a Lusa, por seu lado, noticia que Licínia Girão se declara surpreendida com a demissão de três membros da CCPJ, em divergência com a presidente da CCPJ.  “Fui surpreendida, tal como os restantes colegas que integram a CCPJ, com o pedido de demissão de três dos quatro membros eleitos na lista apresentada pelo Sindicato dos Jornalistas e que me convidaram para ser cooptada para presidente, cargo para o qual fui eleita por unanimidade”, refere Licínia Girão à Lusa.

“A grande maioria das decisões tomadas pelo secretariado e pelo plenário – que tem nove membros – foram tomadas por unanimidade, entre as quais os relatórios de contas e de atividades, pelo que não se compreende as declarações proferidas”,  acrescenta a responsável, salientando que “as decisões que não mereceram a aprovação dos três ex-membros foram aprovadas por maioria, pelo que se conclui que têm muitas dificuldades em lidar com a democracia quando as suas opiniões são contrárias”.

A presidente da CCPJ diz que o secretariado “não se revê nas críticas, muitas das quais infundadas, sobretudo de ‘má representação junto dos jornalistas e da opinião pública’, ainda para mais vindas de quem, no passado, criticou todas as iniciativas promovidas pelos jornalistas, quer através da realização do Congresso dos Jornalistas, quer do movimento que surgiu em torno do aumento dos emolumentos das carteiras e recomendou insistentemente ao secretariado para não reunir e ouvir os jornalistas, o que não deixa de ser irónico”.

Licínia Girão avança à Lusa que o balanço do trabalho que tem sido feito pelo secretariado nos últimos meses, “com o apoio maioritário do plenário, será apresentado, à semelhança de anos anteriores nos relatórios de atividades e de contas e, mais uma vez, ficará público o que foi feito em prol do jornalismo, dos jornalistas e da sociedade” e “as pessoas poderão fazer a sua avaliação”.

Quanto à eventual fragilização do seu mandato, a presidente do CCPJ considera que “o que está em causa é uma questão de visão do presente e futuro da CCPJ” porque “há quem queira ficar agarrado ao passado, em que a instituição apenas serve para emitir e caçar carteiras profissionais, enquanto que a maioria dos membros do plenário têm uma visão mais progressista e pretendem ir ao encontro das dificuldades e anseios que os jornalistas estão a atravessar”.

 

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
Artigos relacionados
PUB
Marketing

Volvo premiada como marca comprometida com as mulheres (com vídeos)

O Sandy Myhre Award reconhece o empenho da Volvo Cars na promoção da igualdade de género no local de trabalho, no design de produtos e nas campanhas publicitárias (na foto)

A Volvo Cars é a vencedora do Sandy Myhre Award, prémio da Women’s Worldwide Car of the Year (WWCOTY) que reconhece os fabricantes de automóveis comprometidos com as mulheres em áreas como a inclusão no local de trabalho, o design de produtos e as campanhas publicitárias.

Nesta matéria são exemplos o recente anúncio de lançamento do novo Volvo EX90 e a campanha ‘One of a Million’, com histórias reais sobre sobreviventes a colisões automóveis, em que as mulheres são protagonistas. A distinção salienta o compromisso da marca sueca com a diversidade, equidade e inclusão (DEI), que contrasta com a tendência crescente de empresas que estão a reduzir os investimentos nesta área.

O Sandy Myhre Award, que leva o nome da jornalista neozelandesa fundadora do WWCOTY, é “um reflexo do impacto das nossas iniciativas para criar uma indústria automóvel mais inclusiva e equitativa”, refere a Volvo Cars em comunicado de imprensa.

O júri, composta por 82 jornalistas mulheres de 55 países, destaca o compromisso histórico da Volvo Cars com as mulheres, salientando a integração feminina no mercado de trabalho, as iniciativas pioneiras em segurança – como o uso de manequins grávidas em testes, desde 1995 – e a parceria com a organização Girls Who Code em 2023, que visa reduzir a disparidade de género na área da tecnologia.

Os esforços da Volvo Cars na promoção da igualdade e inclusão, com enfoque no esforço contínuo para assegurar igualdade nos salários e oportunidades profissionais, bem como as medidas de apoio a mulheres na conciliação da carreira com a família, reforçando o seu papel ativo na sociedade, são outros dos aspetos, a par com a identificação das necessidades e preferências das mulheres enquanto condutoras, desenvolvendo veículos que se adaptem a todos os géneros.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Digital

Receitas e lucros da Apple aumentam. Vendas do iPhone continuam a descer

Tim Cook, CEO da Apple anuncia que “este é o melhor trimestre de sempre da Apple”, mas a queda contínua das vendas na Grande China e do iPhone levantam dúvidas sobre a capacidade da empresa em manter o atual ritmo de crescimento

Entre outubro e dezembro de 2024, primeiro trimestre do ano fiscal de 2025 da Apple, as receitas totais de faturação da empresa tecnológica aumentam 4% face ao período homólogo, atingindo 124,3 mil milhões de dólares (€114,6 mil milhões). Os lucros ascendem a 36,33 mil milhões de dólares (€33,5 mil milhões), o que representa um crescimento de 7%.

“Hoje, a Apple está a anunciar o nosso melhor trimestre de sempre, com receitas de 124,3 mil milhões de dólares, mais 4% do que há um ano”, enfatiza no comunicado de apresentação de resultados Tim Cook, CEO da Apple, acrescentando que “estamos entusiasmados por termos apresentado aos nossos clientes a melhor seleção de produtos e serviços de sempre durante a época festiva”. A Apple tem, no entanto, dois problemas: a queda das vendas na Grande China e do iPhone, que historicamente tem sido o principal motor da empresa.

As vendas do iPhone totalizam 69,1 mil milhões de dólares (63,72 mil milhões de euros) nos últimos três meses de 2024, o que corresponde a um recuo de 0,8%, o que significa que as vendas do iPhone 16, equipado com recursos de inteligência artificial, não teve impacto junto dos consumidores. Tim Cook justifica a queda das vendas do iPhone com o facto de a Apple Intelligence não estar disponível em todos os mercados e de a empresa registar vendas significativas onde o Apple Intelligence está disponível e resultados mais fracos onde não está, incluindo na China.

Segundo o The Guardian, os acionistas da Apple têm manifestado preocupações com a diminuição das vendas na China, onde a empresa regista uma quebra de 11,1% nas receitas, que atingem os 18,5 mil milhões de dólares (17,06 mil milhões de euros), à medida que os concorrentes chineses consolidam as suas posições. O investimento em IA, nomeadamente no Apple Intelligence, é visto como um possível impulsionador para a recuperação, apesar de ainda incluir muitas falhas e de progredir mais lentamente do que o dos concorrentes diretos. No entanto, as dificuldades enfrentadas pela Apple levantam dúvidas sobre a sua capacidade de manter o atual ritmo de crescimento.

Tim Cook mantém-se confiante e durante uma audiconferência sobre os resultados do trimestre, assegura aos analistas que “a adoção da tecnologia de IA será inevitável” e que, “à medida que mais utilizadores a experimentarem, vai se tornar um elemento essencial na experiência do ecossistema Apple”.

Liderança e crescimento nas Américas

Nos restantes mercados, a Apple revela uma tendência de aumento na maioria das geografias, incluindo as Américas, que lideram as vendas com 52,65 mil milhões de dólares (48,61 mil milhões de euros), o que corresponde a um crescimento de 4,4%. A Europa regista um aumento de 11,4%, atingindo 33,86 mil milhões de dólares (31,25 mil milhões de euros), com o Japão e a região Ásia-Pacífico a subirem 15,7% e 1,3%, respetivamente.

O segmento de serviços da Apple, que inclui a App Store, a Apple Music, a Apple TV+, entre outros, tem uma receita recorde de 26,34 mil milhões de dólares (€24,32 mil milhões), o que corresponde a um crescimento de 14%. A Apple atribui esta evolução ao fortalecimento da App Store, da Apple Music e do AppleCare, que refletem o peso crescente das operações de serviços no modelo de negócio da empresa sediada em Cupertino, na Califórnia.

Ao contrário do iPhone, os computadores Mac e o iPad registam um desempenho positivo. A linha Mac cresce 15%, atingindo 8,99 mil milhões de dólares (€8,29 mil milhões), enquanto os tablets da marca aumentam 15,2% e geram receitas na ordem dos 8,08 mil milhões de dólares (€7,46 mil milhões). A Apple atribui o aumento das vendas do iPad às novas versões Pro e Air, lançadas no final de 2024.

A divisão de ‘wearables’, casa e acessórios, que inclui Apple Watch, HomePod e AirPods, regista uma ligeira queda de 1,7%, para 11,75 mil milhões de dólares (€10,84 mil milhões), com a Apple a reforçar a aposta na integração destes dispositivos no ecossistema de saúde e bem-estar.

A divisão de dispositivos ‘wearables’, casa e acessórios, que inclui o Apple Watch, o HomePod e os AirPods, entre outros, tem, por sua vez, uma queda de 1,7% nas receitas de faturação, para 11,75 mil milhões de dólares (€10,84 mil milhões). A redução nas vendas deste segmento está relacionada com o facto de os consumidores terem um maior incentivo para tirar o máximo partido possível dos seus dispositivos e com a satutação do mercado. Concorrentes como a Samsung e marcas chinesas têm lançado alternativas a preços mais acessíveis, o que pode estar a influenciar negativamente as vendas da Apple neste setor.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
Publicidade

Leroy Merlin desafia jovens criativos em Brief Aberto CCP

O vencedor ganha um prémio de €1000 e a possibilidade de ser jurado júnior no Festival CCP e de representar Portugal em iniciativas do ADCE. As inscrições estão abertas até 24 de março, podendo o envio das propostas ser feito até dia 25

A Leroy Merlin junta-se, pelo terceiro ano consecutivo, ao Clube da Criatividade de Portugal (CCP) para lançar um desafio Brief Aberto, criado para promover a nova geração de criativos nacionais. A iniciativa desafia os jovens a criarem um kit de aniversário para a celebração dos aniversários das lojas Leroy Merlin, para que cada loja possa ter um kit personalizado com informações e encomendá-lo e implementá-lo de forma autónoma.

As inscrições, dirigidas a estudantes e trabalhadores com idades entre os 18 e os 30 anos, estão abertas até 24 de março, podendo o envio das propostas ser feito até dia 25. As propostas podem ser apresentadas individualmente, em duplas ou triplas criativas. O vencedor será anunciado na gala do 27.º Festival CCP, em Lisboa a 23 de maio.

O vencedor ganha um prémio de €1000 e a possibilidade de ser jurado júnior no Festival CCP e de representar Portugal em iniciativas do Art Directors Club of Europe (ADCE). Os participantes que chegarem à ‘shortlist’ recebem uma anuidade de sócio do CCP, passando a constar no Diretório CCP e a tornar-se membros do ADCE.

As votações do Brief Aberto CCP decorrem entre 27 de março e 4 de abril. O júri é composto por cinco elementos: três a convite do CCP (João Amaral, diretor criativo da Bar Ogilvy, Mariana Lancastre, diretora de design da VML Branding, e Sérgio Gomes, diretor criativo da Uzina) e dois representantes da marca (Soledad Bautista, líder ‘coach’ operacional da Leroy Merlin, e Cláudia Caetano, responsável de marca da Leroy Merlin), que irão eleger a melhor ideia que resolva o desafio proposto pela marca.

As inscrições são feitas online, na página oficial do concurso, onde os candidatos podem consultar o briefing completo, o regulamento e os documentos de apoio à candidatura.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Media

Amazon lança ferramenta de IA que otimiza difusão de campanhas em vídeo

A ferramenta Brand+ identifica os clientes com maior probabilidade de conversão em plataformas de ‘streaming’ e na ‘connected TV’. A solução facilita o trabalho dos anunciantes, mas retira algum controlo das mãos das agências

A Amazon tem uma nova ferramenta baseada em inteligência artificial (IA) na plataforma Amazon DSP, que permite aos anunciantes direcionar campanhas de notoriedade da marca para os consumidores, com base em dados normalmente aplicados ao marketing de desempenho, noticia a Ad Age.

A nova ferramenta Brand+ permite identificar os consumidores que, segundo as previsões, estarão interessados em adquirir um produto ou serviço de uma marca nos próximos três meses.

Os profissionais de marketing podem utilizar o Brand+ para transmitir campanhas em plataformas de ‘streaming’, como a Prime Video e a Twitch, bem como em editoras como a BuzzFeed, a Fox Corp. e a Dotdash Meredith, por exemplo. Além das plataformas próprias, a Amazon também disponibiliza a ferramenta no mercado de ‘connected TV’, através dos dispositivos Fire TV e da loja Amazon Channels, que oferecem acesso a milhões de lares além da Prime Video e da Twitch.

A Amazon e os seus concorrentes estão a desenvolver cada vez mais soluções de publicidade com base em IA, que eliminam parte do trabalho de gestão de campanhas para marcas e agências. As ferramentas de anúncios com IA, como a Performance Max da Google, a Advantage+ da Meta e a Smart+ da TikTok, identificam os clientes com maior probabilidade de conversão, o que significa que esses utilizadores estão preparados para agir com base nos anúncios. Porém, esta solução facilita o trabalho dos anunciantes, mas retira algum controlo das mãos das agências.

A Amazon DSP, que concorre diretamente com o Display and Video 360 da Google e o The Trade Desk, permite agora aos anunciantes apresentar anúncios em vídeo em fluxo contínuo ao público mais adequado. “Os modelos de aprendizagem automática otimizam continuamente a campanha através da análise de novos ‘insights’ e de informações sobre o envolvimento, ajudando a chegar mais cedo a clientes com elevado potencial”, revela Kelly MacLean, vice-presidente da Amazon DSP, citada na Ad Age.

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
Media

Álvaro Sobrinho revela ser acionista do fundo que adquire a Global Media

O facto confirmado pelo empresário e antigo presidente do BES Angola (na foto) surge na sequência de uma investigação da SIC e do Expresso, que chegam ao nome de Álvaro Sobrinho, enquanto figura por trás do World Opportunity Fund

O empresário angolano Álvaro Sobrinho admite, em entrevista à SIC e ao Expresso, ser acionista do World Opportunity Fund (WOF), que em 2023 assume o controlo do Global Media Group (GMG), na época detentor do Diário de Notícias, Jornal de Notícias e TSF, entre outros meios de comunicação.

O facto confirmado pelo ex-banqueiro e antigo presidente do BES Angola, e com vários processos judiciais a correr contra ele em Portugal, surge na sequência de uma investigação, em que a SIC e o Expresso falam com cerca de 50 pessoas e analisam centenas de documentos, chegando ao nome de Álvaro Sobrinho, enquanto figura por trás do fundo WOF.

Na entrevista, Álvaro Sobrinho não só assume a ligação, mas também explica a sua versão do caso. O empresário salienta os problemas de liquidez da Global Media, que refere como o pretexto para o desafio que lhe fazem dois representantes do GMG, Luís Bernardo e José Paulo Fafe. Estes dois consultores de comunicação, segundo Álvaro Sobrinho, terão-lhe perguntado se estaria interessado em investir no grupo. Na entrevista à SIC e ao Expresso, o empresário diz que nega o convite, mas que “abriu a porta” do WOF aos dois consultores.

Por interferência direta de Álvaro Sobrinho, o negócio da venda de uma participação no GMG, que garante ao WOF o controlo do grupo, concretiza-se em setembro de 2023, data em que o fundo nomeia José Paulo Fafe como CEO da Global Media.

Na época, a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) quis saber o nome dos verdadeiros beneficiários do WOF, informação que José Paulo Fafe não divulga ao regulador. Mais tarde, a ERC toma a decisão de retirar os direitos de voto ao WOF, forçando este fundo a vender a participação adquirida no GMG.

Ana Gomes, ex-deputada do Parlamento Europeu e comentadora da SIC, reage à revelação da ligação de Álvaro Sobrinho ao WOF, escrevendo na rede social Bluesky, “criminoso governantes e reguladores, da ERC ao Banco de Portugal, passando pela CMVM, tratarem de ignorar os esquemas de branqueamento de capitais por detrás da captura dos media portugueses”. A comentadora da SIC recorda ainda a denúncia que faz à Comissão Europeia, há cerca de quatro anos, da falta de escrutínio das autoridades portuguesas sobre investidores nos órgãos de comunicação.

Sobre o autorMeios & Publicidade

Meios & Publicidade

Mais artigos
PUB
Marketing

Vendas em espaços comerciais com música são 10% superiores

A difusão da rádio interna no interior das lojas provou ser uma boa forma de as marcas se ligarem aos clientes, dando-lhes uma voz para comunicarem as coisas certas no momento certo

As vendas em espaços comerciais com música tendem a ser, em média, 10% superiores, com as percentagens mais elevadas a registarem-se nos dias de semana. A informação é avançada num estudo levado a cabo pela Universidade de Bath.

“A música parece ter um efeito mentalmente relaxante que impacta a forma como as pessoas fazem compras. Ao fim de semana, as pessoas são, por norma, mais felizes, pelo que o poder positivo da música se torna menos percetível”, justifica Carl-Philip Ahlbom, investigador que conduziu o estudo, citado em comunicado de imprensa.

A tese é defendida numa outra investigação, realizada pela empresa de estudos de mercado Mood Media e pela empresa de análise de comportamentos Walnut Unlimited, que afirma que as impressões sensoriais são uma parte crucial da experiência global dos consumidores no interior dos espaços comerciais.

“Uma atmosfera agradável faz com que as pessoas permaneçam durante mais tempo dentro das lojas, aumentando a probabilidade de fazerem compras durante esses períodos”, refere a análise britânica.

Os estudos são divulgados pelo World Advertising Research Center (WARC) numa altura em que, no Reino Unido, há vários supermercados a investir em rádios internas para aumentar as vendas. Além do Co-op, que mantém uma rádio interna há cerca de duas décadas, o Asda, marca de supermercados e postos de abastecimento de combustível, passa gravações internas no interior dos espaços.

O Marks & Spencer e o Lidl também já testaram a estratégia, tal como o Tesco, que difundiu mensagens de aconselhamento durante a pandemia. Mas a aposta não é consensual, com retalhistas como o Waitrose e o Aldi a recusá-la.

“A difusão da rádio interna no interior das lojas provou ser uma boa forma de as marcas se ligarem aos clientes, dando-lhes uma voz para comunicarem as coisas certas no momento certo”, salienta Catherine Bell, diretora de media de retalho da empresa de dados Dunnhumby, citada no Financial Times.

A opinião não é, contudo, unânime, como admite Carl-Philip Ahlbom. “Essa estratégia pode funcionar nalgumas lojas, mas não noutras, por causa do perfil dos clientes”, refere o investigador da Universidade de Bath, alegando que nem todos os consumidores querem ouvir música enquanto fazem compras.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Digital

Meta aumenta faturação em 22% para €157,8 mil milhões em 2024

A faturação do Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp sobe 22% em 2024. Para o trimestre em curso, a Meta antecipa receitas entre 39,5 mil milhões de dólares e 41,8 mil milhões de dólares, abaixo dos 47,3 mil milhões de dólares registados no último trimestre de 2024

As receitas totais de faturação da Meta aumentam 22% no ano fiscal de 2024, para 164,5 mil milhões de dólares (€157,8 mil milhões), em comparação com 2023, em que a empresa fatura 134,9 mil milhões de dólares (€129,3 mil milhões).

No último trimestre de 2024, a Meta relata também um aumento de 21% nas receitas de faturação para 48,3 mil milhões de dólares (€ 46,3 mil milhões), face ao mesmo período em 2023, em que regista 40,1 mil milhões de dólares (€38,4 mil milhões).

As receitas de faturação publicitária da empresa liderada por Mark Zuckerberg aumentam 21,7% em 2024 para 160,6 mil milhões de dólares (€153,8 mil milhões), em comparação com os 131,9 mil milhões de dólares (€126,4 mil milhões) auferidos em 2023.

No último trimestre de 2024, as receitas publicitárias da Meta sobem 20,8% para 46,7 mil milhões de dólares (€44,8 mil milhões) no terceiro trimestre do ano, face aos 38,7 mil milhões de dólares (€37 mil milhões) registados no período homólogo.

A Família de Apps da empresa – que inclui as redes sociais Facebook, Instagram, Messenger e WhatsApp – fatura 162,3 mil milhões de dólares (€155,6 mil milhões), em 2024, mais 22% do que os 133 mil milhões de dólares (€127,4 mil milhões) registados em 2023.

No quarto trimestre de 2024, a Meta fatura 47,3 mil milhões de dólares (€45,3 mil milhões) no mesmo segmento, o que representa um aumento de 21,1% face aos 39 mil milhões de dólares (€37,4 mil milhões) reportados em 2023.

As redes sociais da Meta têm um lucro de 87,1 mil milhões de dólares (€83,5 mil milhões) em 2024, face aos 62,8 mil milhões de dólares (€60,2 mil milhões) reportados no ano anterior, o que representa um crescimento de 38,5%. No último trimestre de 2024, as redes sociais da Meta obtêm um lucro de 28,3 mil milhões de dólares (€27,1 mil milhões) no mesmo segmento, um aumento de 34,7% em comparação com os 21 mil milhões de dólares (€20,1 mil milhões) relatados no mesmo período de 2023.

A faturação do segmento de Reality Labs – que inclui o ‘hardware’, ‘software’ e conteúdos de consumo relacionados com a inteligência artificial (IA), realidade virtual, aumentada e mista – passa para 2,1 mil milhões de dólares (€2 mil milhões), em 2024, face a 1,8 mil milhões de dólares (€1,8 mil milhões), em 2023. No quarto trimestre de 2024, a faturação do mesmo segmento sobe para 1,083 mil milhões de dólares (€1,038 mil milhões), de 1,071 mil milhões de dólares (€1,026 mil milhões).

Em termos de resultados líquidos, o segmento Reality Labs aumenta o prejuízo em 2024 para 17,7 mil milhões de dólares (€16,9 mil milhões), no terceiro trimestre, face aos 16,1 mil milhões de dólares (€15,4 mil milhões) registados em 2023. No último trimestre de 2024, a história repete-se e a Meta eleva o prejuízo para 4,9 mil milhões de dólares (€4,7 mil milhões), em comparação com os 4,6 mil milhões de dólares (€4,4 mil milhões) indicados no período homólogo.

Apesar dos prejuízos que a realidade virtual e aumentada, bem como a IA, estão a causar à empresa, Mark Zuckerberg, CEO da Meta, reforça o interesse em investir fortemente nesses segmentos, mesmo sem ter o apoio de alguns investidores, devido aos custos de investimento e os prejuízos gerados. O CEO da Meta prevê, contudo, um “ano importante” em que o MetaAI se vai tornar “o modelo mais utilizado no setor”.

“Espero que este seja o ano em que um assistente de IA altamente inteligente e personalizado chegue a mais de mil milhões de pessoas”, revela Mark Zuckerberg numa conferência com investidores. “E espero que o Meta AI seja esse assistente de IA líder”, acrescenta. Para o trimestre em curso, a Meta antecipa receitas entre 39,5 mil milhões de dólares (€37,8 mil milhões) e 41,8 mil milhões de dólares (€40 mil milhões).

Sobre o autorDaniel Monteiro Rahman

Daniel Monteiro Rahman

Mais artigos
PUB
Marketing

Bazooka reforça presença nacional com escritório em Lisboa

“Pretendemos consolidar a marca a partir da capital e crescer em faturação, podendo também vir a aumentar a equipa”, revela ao M&P Flávio Gart, diretor criativo e cofundador da agência, que também oferece serviços de ‘packaging’ e de criação de stands para eventos

A agência criativa portuense Bazooka acaba de abrir um escritório em Lisboa. A intenção é reforçar a presença nacional e alargar o número de serviços que disponibiliza para fazer face às crescentes exigências do mercado.

“Temos vindo a perceber que, estando também em Lisboa, podemos estar mais próximos de alguns dos clientes atuais e conquistar novos, visto que é em Lisboa que estão os grandes centros de decisões. Pretendemos consolidar a marca a partir da capital e crescer em faturação, podendo também vir a aumentar a equipa”, explica ao M&P Flávio Gart, diretor criativo e cofundador da agência.

Fundada no Porto em 2009, a agência desenvolve campanhas publicitárias, estratégias de ‘branding’, ’employer branding’ e marketing digital, além de ativações de marca, produções de fotografia e vídeo, ‘packaging’ e criação de stands para marcas em eventos.

“Já somos uma referência no norte do país, mas sentíamos que faltava uma peça no puzzle, que era Lisboa. Ao longo de quase 17 anos, desenvolvemos inúmeras ações nas várias regiões de Portugal e sentimos que era o momento para reforçar a presença em território nacional”, justifica Flávio Gart, que se mudou do Porto para Lisboa para gerir o novo escritório da agência.

Apesar de trabalhar maioritariamente no mercado nacional, a Bazooka, que conta com uma equipa de oito profissionais, já desenvolveu campanhas publicitárias em países como Espanha, França, Suíça e Reino Unido.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Media

52,1% dos portugueses veem conteúdos audiovisuais em ‘streaming’

O número de utilizadores de plataformas de ‘streaming’ atinge novo máximo em Portugal, no último quadrimestre de 2024. Subscrição de serviços ‘on-demand’ mantém-se estável, nos 41%, nas duas últimas vagas do estudo

A maioria dos portugueses (52,1%) já vê conteúdos audiovisuais em ‘streaming’, avança a última edição do BStream – Barómetro de Plataformas de Streaming, da Marktest. Segundo o estudo, o número de utilizadores destas plataformas atingiu um novo máximo em Portugal, entre setembro e dezembro de 2024.

“É o valor mais alto de sempre desde que produzimos este estudo no nosso país”, sublinha a Marktest em comunicado de imprensa. A evolução representa a subida de um ponto percentual face à vaga anterior do estudo, referente ao período temporal entre maio e setembro.

“Numa perspetiva mais alargada no tempo, desde o início da produção e divulgação deste estudo em Portugal, em 2021, os indicadores apontam para um crescimento de já mais de dez pontos percentuais no universo de utilizadores destes serviços no mercado português”, salienta a Marktest.

Embora o número de utilizadores de plataformas de ‘streaming’ se apresente em alta nesta última vaga, o estudo BStream identifica um comportamento estável no que respeita à subscrição de serviços de ‘video-on-demand’ (SVoD), que se mantém nos 41% nas duas últimas vagas.

“No que se refere à intenção de subscrição de um serviço de ‘streaming’ no curto prazo (próximos três meses), os indicadores da última vaga do estudo apontam para uma ligeira quebra de quase um ponto percentual, para 7,9% dos inquiridos”, adianta ainda a Marktest.

O Bstream avalia notoriedade, preferências e consumo dos serviços de SVoD, a operar em Portugal, a partir de uma amostra de seis mil entrevistas, realizadas online e por telefone, tendo por base o universo de cidadãos acima dos 15 anos, residentes no território continental.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
Marketing

DeepSeek ameaça mudar paradigma do marketing

Com acesso a ferramentas de IA mais baratas e fáceis de customizar, criativos e ‘marketers’ ficam menos dependentes das grandes empresas tecnológicas. Parte do investimento destinado à integração pode ser desviado para treinos de novos modelos

A massificação do DeepSeek ameaça mudar o paradigma de promoção de marcas. Com acesso a ferramentas de inteligência artificial (IA) mais baratas e fáceis de customizar, os criativos e os ‘marketers’ ficam menos dependentes das grandes empresas tecnológicas.

Parte do investimento destinado à integração, que no caso de empresas como o WPP, a Publicis e a Havas ronda individualmente os 300 milhões (cerca de €288,6 milhões), pode ser desviado para treinos de novos modelos, abrindo portas a inovações na área da publicidade, do marketing, do comércio eletrónico e do serviço ao cliente.

“O pensamento que existia anteriormente foi, de um momento para o outro, posto em causa”, salienta Martin Pagh Ludvigsen, diretor de IA e de tecnologias criativas na agência de publicidade Goodby Silverstein & Partners, citado na Ad Age, explicando que, até aqui, o mercado tinha interiorizado a ideia que, pelos valores de investimento que exigem, as inovações de IA estariam sempre concentradas nas grandes empresas tecnológicas, como a OpenAI, a Google, a Perplexity, a Meta e a Microsoft.

Ao desenvolver um ‘chatbot’ que usa só cerca de dois mil chips e custa apenas seis milhões de dólares (cerca de €5,5 milhões), quando o do ChatGPT da OpenAI necessita de cerca de 16 mil chips e implica um investimento de 1,2 mil milhões de dólares (cerca de €1,1 mil milhões), a DeepSeek, fundada pelo empresário chinês Liang Wenfeng, veio revolucionar o setor.

“O lançamento do DeepSeek deve ser servir de alerta às nossas empresas, que devem focar-se em serem competitivas para vencerem. O DeepSeek é bom porque implica investimentos menores”, elogiou publicamente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a 27 de janeiro, dois dias antes do Alibaba, outra companhia chinesa, anunciar o Qwen 2.5.

Esta empresa chinesa escolheu o dia 29 de janeiro, o primeiro dia do ano novo lunar, para lançar a nova versão da ferramenta de inteligência artificial (IA) que desenvolveu para liderar o mercado global de ‘chatbots’. “O Qwen 2.5-Max supera, em quase em toda a linha, o GPT-4o [da OpenAI], o DeepSeek-V3 e o Llama-3.1-405B [da Meta AI]”, assegura o Alibaba na publicação em que anuncia a novidade, na conta oficial da empresa na serviço de partilha de informação WeChat.

O lançamento ocorre numa semana em que a nova versão do DeepSeek tem sido notícia pelo impacto que está a ter nos Estados Unidos. A Nvidia é uma das primeiras vítimas do êxito do ‘chatbot’ financiado pelo fundo chinês High-Flyer, ao perder 600 milhões de dólares (€589 mil milhões) numa única sessão, registando a maior queda da história bolsa norte-americana.

Mais acessíveis do que os concorrentes ocidentais, os ‘chatbots’ chineses ameaçam a hegemonia de empresas como a OpenAI, a Google, a Perplexity, a Meta, a Microsoft ou até mesmo a ByteDance. Dois dias após o lançamento da nova versão do DeepSeek, disponibilizado numa fase inicial apenas na China, em 2023, a proprietária do TikTok lançou uma atualização do seu principal modelo de IA.

“A integração de IA vai tornar-se mais eficiente, com os custos para empresas e organizações de todas as áreas a caírem entre 50% a 60%”, afirma Nicole Penn, diretora executiva do ECG Group, que colabora com companhias como a BDO, a Deloitte, a EY, a Grant Thornton, a KPMG e a PwC. Em declarações à Ad Age, a responsável, que já sugeriu o DeepSeek a vários clientes, revela estar convencida que a nova geração de ‘chatbots’ asiáticos vai dar origem a novas plataformas de marketing.

Para além do DeepSeek e do Qwen, há novas ferramentas de IA a serem desenvolvidas na China, abrindo portas a uma revolução que já está em marcha em diferentes partes do mundo. Nos Estados Unidos, a Perplexity anunciou estar a usar o interface de programação do DeepSeek para testar novas formas de promoção de marcas na plataforma Perplexity AI.

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

Luis Batista Gonçalves

Mais artigos
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB
PUB

Navegue

Sobre nós

Grupo Workmedia

Mantenha-se informado

©2024 Meios & Publicidade. Todos os direitos reservados.