Vendas em espaços comerciais com música são 10% superiores
A difusão da rádio interna no interior das lojas provou ser uma boa forma de as marcas se ligarem aos clientes, dando-lhes uma voz para comunicarem as coisas certas no momento certo
Luis Batista Gonçalves
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As vendas em espaços comerciais com música tendem a ser, em média, 10% superiores, com as percentagens mais elevadas a registarem-se nos dias de semana. A informação é avançada num estudo levado a cabo pela Universidade de Bath.
“A música parece ter um efeito mentalmente relaxante que impacta a forma como as pessoas fazem compras. Ao fim de semana, as pessoas são, por norma, mais felizes, pelo que o poder positivo da música se torna menos percetível”, justifica Carl-Philip Ahlbom, investigador que conduziu o estudo, citado em comunicado de imprensa.
A tese é defendida numa outra investigação, realizada pela empresa de estudos de mercado Mood Media e pela empresa de análise de comportamentos Walnut Unlimited, que afirma que as impressões sensoriais são uma parte crucial da experiência global dos consumidores no interior dos espaços comerciais.
“Uma atmosfera agradável faz com que as pessoas permaneçam durante mais tempo dentro das lojas, aumentando a probabilidade de fazerem compras durante esses períodos”, refere a análise britânica.
Os estudos são divulgados pelo World Advertising Research Center (WARC) numa altura em que, no Reino Unido, há vários supermercados a investir em rádios internas para aumentar as vendas. Além do Co-op, que mantém uma rádio interna há cerca de duas décadas, o Asda, marca de supermercados e postos de abastecimento de combustível, passa gravações internas no interior dos espaços.
O Marks & Spencer e o Lidl também já testaram a estratégia, tal como o Tesco, que difundiu mensagens de aconselhamento durante a pandemia. Mas a aposta não é consensual, com retalhistas como o Waitrose e o Aldi a recusá-la.
“A difusão da rádio interna no interior das lojas provou ser uma boa forma de as marcas se ligarem aos clientes, dando-lhes uma voz para comunicarem as coisas certas no momento certo”, salienta Catherine Bell, diretora de media de retalho da empresa de dados Dunnhumby, citada no Financial Times.
A opinião não é, contudo, unânime, como admite Carl-Philip Ahlbom. “Essa estratégia pode funcionar nalgumas lojas, mas não noutras, por causa do perfil dos clientes”, refere o investigador da Universidade de Bath, alegando que nem todos os consumidores querem ouvir música enquanto fazem compras.