SJ considera tardio plano de reestruturação de Luís Delgado
“Agora, será demasiado tarde porque inclusivamente no processo do PER não houve qualquer solução por parte da empresa, que deixou ir para a insolvência”, diz à Lusa Luís Simões, presidente do Sindicato dos Jornalistas. A assembleia de credores está agendada para 29 de janeiro
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O Sindicato dos Jornalistas (SJ) considera que o plano de reestruturação apresentado por Luís Delgado para viabilizar financeiramente a Trust in News (TiN) peca por tardio. O documento é entregue a 27 de dezembro, a pouco mais de um mês da assembleia de credores que define o futuro do grupo de media, agendada para 29 de janeiro.
“Luís Delgado teve todo o tempo para ter um plano. Neste momento, já nos parece demasiado tarde. Agora, será demasiado tarde [para a implementação do plano] porque inclusivamente no processo do PER [Processo Especial de Revitalização] não houve qualquer solução por parte da empresa, que deixou ir para a insolvência”, argumenta em declarações à Lusa Luís Simões, presidente do SJ, que continua a acreditar na viabilização da empresa.
“Espero, e creio, que até lá haja propostas, até de aquisição [para todas as revistas, para a maioria ou apenas para algumas]”, refere o dirigente sindical, que nas últimas semanas discutiu o futuro da TiN com o secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Parlamentares, Carlos Abreu Amorim, que tutela a comunicação social, antes de se deslocar à Presidência da República, para abordar o assunto com Marcelo Rebelo de Sousa.
A braços com dívidas que rondam os €33 milhões, o grupo de media fundado por Luís Delgado em 2017 continua com salários, subsídios e prestações sociais em atraso. Os salários de dezembro não foram pagos, apurou o M&P. Segundo Luís Simões, os cerca de 130 trabalhadores da empresa não têm expetativa de vir a receber o dinheiro. “A grande preocupação, neste momento, é preservarem os postos de trabalho e não deixar morrer morrer títulos que consideram importantes”, garante o presidente do SJ.
André Correia Pais, administrador de insolvência da empresa, convocou um plenário de trabalhadores para 2 de janeiro, avança a Lusa, que teve acesso à convocatória, no último dia do ano, horas antes de a anterior gerência da TiN vir a público responder ao SJ, reiterando que o plano de reestruturação em cima da mesa foi apresentado “no momento certo e adequado”.
O plano de viabilização do grupo proposto por Luís Delgado contempla, além da suspensão das revistas TV Mais, Telenovelas, Caras Decoração, Prima, Visão Saúde, Activa, Visão Surf e This is Portugal, o despedimento de cerca de 50 trabalhadores e a redução das instalações da TiN em cerca de 70%.