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“As marcas que só pensam em atingir os objetivos mínimos nunca se irão destacar”

Americo Vizer é, desde o início do ano, diretor criativo da LLYC em Portugal e no Brasil. Em entrevista ao M&P, recorda o momento em que se apaixonou pela publicidade, analisa a fase de transformação que as agências de comunicação estão a viver e explica os desafios que o setor enfrenta

Luis Batista Gonçalves
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“As marcas que só pensam em atingir os objetivos mínimos nunca se irão destacar”

Americo Vizer é, desde o início do ano, diretor criativo da LLYC em Portugal e no Brasil. Em entrevista ao M&P, recorda o momento em que se apaixonou pela publicidade, analisa a fase de transformação que as agências de comunicação estão a viver e explica os desafios que o setor enfrenta

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Luis Batista Gonçalves
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Filho de publicitário, o brasileiro Americo Vizer divide o tempo entre São Paulo e Lisboa, desde que aceitou o convite para passar também a assumir a direção criativa da LLYC em Portugal. Em entrevista ao M&P, fala da experiência, analisa a fase de transformação que as agências de comunicação e relações públicas estão a viver e explica o impacto que a redução de orçamentos tem na criatividade e nas estratégias das insígnias.

É redator criativo há quase 20 anos. Como é que surgiu o interesse por esta área?

O meu pai é publicitário, foi diretor criativo da [J. Walter] Thompson no Brasil, há muitos anos. Tive o privilégio, quando era adolescente, de o acompanhar em filmagens de anúncios. Eram tempos gloriosos, com verbas infinitas, o que me atraiu desde logo. Com o passar do tempo, foi o lado cinematográfico das campanhas a despertar o meu interesse.

Quando chegou a altura de eleger um curso, no final da década de 1990, estava indeciso entre o cinema e publicidade, mas a publicidade parecia-me ter um campo de atuação mais abrangente. Além disso, estava numa fase mais avançada do que o cinema e a ganhar mais prémios internacionais. A influência do meu pai também foi determinante.

Na fase em que acompanhava o seu pai, lembra-se do momento exato em que se apaixonou pela publicidade?

Fascinou-me o facto de os anúncios serem vistos por muita gente, sobretudo os que eram exibidos em televisão. A ideia de passar um dia inteiro a filmar para gravar uma cena ou para fazer um pequeno anúncio que seria visto por milhões de espetadores entusiasmou-me.

Nos últimos anos, o mercado mudou muito. Hoje, está a colaborar com uma empresa que era inicialmente uma agência de comunicação e relações públicas e que evoluiu para uma ‘full communication store’, onde a componente criativa tem um peso maior. Como vê esta mudança?

Esta evolução está em linha com o meu próprio percurso. Ao longo destes 20 anos, não trabalhei só em agências de publicidade. Cheguei a trabalhar em estações de televisão e até num banco, para conseguir dinheiro para a universidade. Trabalhei em agências digitais, em agências de promoção e até em empresas de marketing direto. Sempre tive vontade de experimentar coisas novas. Nunca fiquei preso a nenhum tipo de trabalho.

É um homem sem amarras, tal como a LLYC de hoje?

A LLYC era reconhecida globalmente como uma das melhores agências de relações públicas do mundo. A resposta aos desafios do digital trouxe novas oportunidades. A estrutura digital da LLYC tem crescido nos últimos 10 anos. Hoje, as novas áreas de ação correspondem a praticamente 50% da faturação da empresa.

Atualmente, o ambiente digital e as relações públicas são ferramentas básicas para qualquer grande ideia. Como a LLYC já tem experiência nessas duas vertentes, comunicação e digital, tem tudo para desenvolver o negócio da publicidade. Estamos no processo de juntar essas áreas para entregar projetos com uma qualidade maior aos clientes.

Este paradigma acaba também por dar origem a um movimento de consultoras a adquirirem agências de publicidade para melhorar o serviço que oferecem, com o reforço de especialistas para se especializarem na criação publicitária. A Accenture fê-lo com a Droga5 e a Globant com a Gut.

A LLYC também está a seguir esse movimento?

Sim. Desde que a LLYC entrou na Bolsa de Madrid, adquiriu a China, uma agência criativa espanhola. Depois, comprou a Beso, uma das maiores e mais conceituadas agências do México. A minha chegada insere-se nesse movimento. Não sou uma agência, mas tenho comigo uma equipa de 14 pessoas em Portugal e uma de 10 no Brasil, pelo que podemos garantir aos clientes uma melhor entrega criativa.

Nos últimos três meses, a LLYC também tem tido uma atividade muito grande nos Estados Unidos. Comprou a Lambert Global, outra agência que começou na comunicação e nas relações públicas para se converter numa agência de publicidade. Hoje, o trabalho do Rafa Antón, o nosso diretor criativo global, é justamente o de integrar todos esses criativos para dar resposta às exigências dos clientes.

A explosão do digital é que tem levado empresas como a LLYC a evoluir neste sentido?

Todo o mercado publicitário está a evoluir nesse sentido, não é só a LLYC. Antes, haviam as grandes agências, eu trabalhei em várias no Brasil, e, depois, paralelamente, existiam as agências digitais. Com o crescimento das redes sociais e o aumento da importância dos influenciadores, as agências digitais foram crescendo e assumindo um papel que era das agências publicitárias internacionais.

Temos o exemplo da Thompson e da Wunderman. A Thompson era a agência mais antiga do mundo, a mais conceituada. Fundiu-se depois, em 2018, com a Wunderman, que, na sua essência, era digital. Houve também a fusão da VMLY&R com Wunderman Thompson [para dar origem à VML] o ano passado e da Grey com a AKQA, já este ano. A evolução do mercado criou esta necessidade. A operação da LLYC também é reflexo disso.

A sua contratação tem como missão aumentar a criatividade nas novas áreas que a LLYC está a trabalhar ou também está a ser aplicada nas atividades de relações públicas e assessoria de imprensa mais tradicionais?

O objetivo da LLYC é aplicá-la em todas as áreas. Dentro da de relações públicas, temos, entre outras, áreas de especialização em ‘health care’, infraestruturas e ‘public affairs’. O objetivo é entregar soluções de maior valor aos clientes.

Havendo uma equipa criativa, que está habituada a pensar de forma criativa, trabalhando em sinergia com as equipas de assessoria dessas áreas, conseguimos o melhor dos dois mundos, seja através de um filme publicitário, do desenvolvimento de um novo produto ou de uma ação com influenciadores. A ideia é que vai acabar por decidir em que meio e de que forma é que vai ser divulgada. A ideia e o orçamento disponível.

Anteriormente não havia essa necessidade de criatividade nas relações públicas e na assessoria de imprensa?

As empresas procuram, cada vez mais, otimizar os investimentos que fazem através de novas soluções. Os próprios clientes estão a deixar de trabalhar dentro de caixinhas, o que também aumenta essa necessidade de sermos criativos em qualquer uma dessas áreas. Vemos isso a acontecer na LLYC e em todo o mercado.

É diretor criativo da LLYC em Portugal e no Brasil, dois mercados muito diferentes. Em termos de desafios, diferenças e semelhanças, o que é que os distingue?

Têm, desde logo, tamanhos totalmente diferentes. O Brasil é um país continental. Portugal é um país histórico, que tem uma grande influência na cultura brasileira. Sem os portugueses, o Brasil não existiria nos moldes em que existe hoje. Há muitas coisas que os brasileiros acabaram por absorver da cultura portuguesa.

O contrário também sucede. Mesmo tendo um oceano pelo meio, há uma ligação forte. Apesar de usarmos palavras diferentes em determinadas situações, a língua aproxima-nos e isso acaba por refletir-se nos trabalhos que desenvolvemos. Hoje, há brasileiros a fazer um excelente trabalho no mercado português, assim como o inverso.

A ideia é potenciar essas complementaridades?

O convite da LLYC para liderar os dois mercados veio da necessidade de integrar essas culturas, por causa dessa similaridade, que acaba por ser facilitadora. O pós-pandemia veio provar que não precisamos de estar fisicamente num determinado lugar para executar um trabalho relevante.

Hoje, a comunicação, como um todo, é inspirada globalmente, pelo que um criativo brasileiro e um criativo português acabam por ser influenciados pelas mesmas coisas, seja uma campanha que foi premiada na Austrália ou uma iniciativa diferente levada a cabo na Colômbia.

Entre as dificuldades e os desafios, o que é que é mais complicado de gerir?

Na maioria das vezes, acho que a maior dificuldade não se prende com a cultura, prende-se com o fuso horário e com a diferença de quatro horas que existe entre os dois países. Por vezes, temos que antecipar ou atrasar reuniões.

Pelo facto de serem mercados de dimensões diferentes, em estágios de evolução distintos, têm de ter abordagens diferencias. Como é que faz essa gestão no quotidiano?

A primeira coisa é perceber o público que temos à frente. Pela forma como crio, procuro colocar-me sempre no lugar das pessoas. Para isso, é necessário entender o comportamento e a cultura do público para chegar à melhor solução. Nesse aspeto, é indiferente se as pessoas estão no Brasil ou em Portugal.

A sua contratação potencia sinergias entre os dois países?

O modelo de negócio da LLYC implica sempre a existência de equipas multidisciplinares e multinacionais. Se o projeto que tem em mãos é uma campanha local em Portugal, ela vai ser feita por portugueses em colaboração com equipas de outros países. É assim que trabalhamos.

Fazemo-lo para conseguirmos ter um olhar mais global para uma necessidade, mesmo que seja local, conseguindo assim entregar mais valor aos clientes. Ter pessoas de outros contextos, com outras culturas, potencia uma visão que melhora a qualidade dos serviços prestados.

Numa entrevista, Marlene Gaspar, diretora-geral da LLYC em Portugal, afirmou que, apesar da sua contratação, a intenção era privilegiar, em 90% dos casos, os criativos locais. Isso está a acontecer?

Sim. Mas, apesar de contarmos com criativos locais, não vamos necessariamente excluir pessoas de equipas de outros países. A ideia é integrar forças, experiências e olhares diferentes na mesma solução. Desta forma, conseguimos apresentar trabalhos mais fortes.

O aporte criativo que veio trazer à empresa abrange todas as áreas da LLYC, que trabalha marketing, ‘up-tech’, ‘deep learning’ e até assuntos corporativos?

Sim, acaba por abranger todas as especialidades da LLYC. Para dar um exemplo, tenho em mãos um projeto de ‘health care’, que é uma das nossas áreas de atividade. Não vamos desenvolver uma campanha 100% para media ou para televisão, mas a equipa criativa está a fazer a diferença nesse projeto. Haverá momentos, e até clientes e/ou projetos, em que o meu trabalho não vai fazer a mínima diferença, mas, na grande maioria dos casos, vai ajudar.

A LLYC adquiriu, nos últimos tempos, uma série de empresas, como a China, a Apache, a Beso e até a Lambert Global. Estas aquisições acabam por gerar sinergias e intercâmbios entre as diferentes organizações?

Sim, geram. Há uma reunião semanal com os líderes criativos de cada país. Recentemente, o diretor criativo da Fairly Painless, agência de publicidade da Lambert Global, juntou-se a mim e a outros responsáveis nestes encontros, onde trocamos ideias e partilhamos dificuldades, acabando muitas vezes por encontrar soluções através dessa soma de forças.

Estes intercâmbios têm ainda a vantagem de nos permitirem perceber como é que os outros criativos pensam e chegam a determinada ideia, o que é construtivo. É também o que sucede em festivais como o da criatividade de Cannes, onde interagimos com criativos de outros países.

Ao conversarmos com diretores criativos de agências do Dubai, por exemplo, conseguimos extrair experiências e referências para o dia a dia. É o que acaba por suceder semanalmente naquelas reuniões.

Acaba também por ser uma forma de pôr em prática o pensar global e agir local, um conceito que tem vindo a assumir mais importância, até pela maior personalização que as marcas procuram?

Sim. E não deixa de ser curioso porque todos contribuímos com as nossas diferenças culturais, com vivências que estamos a ter naquele momento ou até com dificuldades que os clientes estejam a ter. Este tipo de experiência é muito enriquecedor.

A inteligência artificial (IA), uma das áreas onde a LLYC tem vindo a fazer um forte investimento, é uma coisa boa ou é uma coisa má?

Acho que é as duas coisas, depende do uso que se faz dela. A IA tem ajudado muito a LLYC no desenvolvimento de dados. Temos uma ferramenta de IA que consegue analisar sentimentos de publicações, que abrange a internet, os blogues, os noticiários e as redes sociais como o X, que ajuda a prever crises. O Instagram e Facebook não são abrangidos porque são plataformas fechadas.

Como é que isso é feito?

Se estivermos a fazer uma escuta digital para um cliente, conseguimos, através da IA, perceber se existe um grupo de pessoas que está a dizer algo que pode gerar uma crise que afete a sua atividade. Isso é enriquecedor e fundamental para uma empresa que também trabalha a reputação das marcas.

Neste caso, a IA é uma coisa boa. Mas, ao mesmo tempo, é assustadora por causa das ‘fake news’ e da manipulação que permite. Não é mau desenhar em cima de uma foto nossa nem usar filtros de uma forma bem-humorada. O problema é quando isso é feito de forma maléfica, sem que existam mecanismos de controlo nem avisos.

O Instagram está a começar a avisar-nos das publicações que usaram recursos de IA. Esses avisos terão de se intensificar. Terão de ser tomadas atitudes, à semelhança do que foi feito com a promoção de bebidas alcoólicas. Além de horários reduzidos, foi restringida a idade dos que podem protagonizar as campanhas. O caminho terá de ser esse.

É utilizador regular de IA?

Sim. No meu dia a dia, a IA tem-me ajudado a desenvolver algumas ideias, a procurar ‘insights’, a buscar referências e, de alguma forma, a poder tangibilizar melhor para um cliente. Os criativos, de modo geral, sofrem quando um cliente não consegue ter a mesma visão criativa da ideia que lhes estão a propor. A IA ajuda-nos, muitas vezes, a simplificar esse processo.

É consensual que é preciso regular a IA. É a favor de uma regulação global, de uma regulação nacional ou da autorregulação?

Acho que conseguirmos uma regulação global é muito difícil, pelo que cada país deve ter a sua própria regulamentação. A autorregulação, de certa forma, já vai sendo feita.

Mas é preciso sinalizar o que foi produzido com recurso à IA. Na minha opinião, isso não desvaloriza um determinado trabalho, mas alerta as pessoas para o facto de parte dele ter sido feito por uma máquina. Tem que existir uma regulamentação que defina o que podemos e o que não podemos fazer com a recurso à IA.

Até para evitar que se manipule facilmente a opinião pública. Nos dias de hoje, esse risco é grande?

A IA, nas mãos de políticos, é um perigo, porque permite colocar na boca de um presidente um discurso que não foi ele que fez. A questão das ‘fake news’ é uma pólvora, porque essas notícias falsas espalham-se rapidamente.

A manipulação de imagens com recurso a IA é outro perigo?

Sim, daí a importância da clarificação que a LLYC defende. Um anúncio a uma cerveja é acompanhado da recomendação para beber com moderação ou da proibição de ingestão por menores. Estas recomendações não desvalorizam a bebida.

Nos últimos meses, falou-se muito no fim dos ‘cookies’ de terceiros. Entretanto, a Google fez marcha-atrás e suspendeu o processo. Em que medida é que esta eliminação afetava a criatividade, se é que a afetava?

Essa medida vinha aumentar a exigência criativa. Se deixássemos de ter ferramentas que nos permitissem rastrear e entender os comportamentos dos consumidores, teríamos de encontrar formas diferentes para chegarmos ao público e impactá-lo. Também considero que a IA acaba por aumentar a exigência criativa, pelos comandos que exige para conseguirmos chegar aos resultados que pretendemos.

No caso dos ‘cookies’, isso aconteceria pela exigência de termos de pensar de forma diferente para contornar a diminuição ou a falta de dados para obter mais informações para atingir a performance que pretendemos ou para perceber se a comunicação está potenciando resultados ou não. Acaba por aumentar a necessidade criativa, além de representar uma tarefa adicional para os criativos.

Não existe um botão em que um criativo possa carregar para ter ideias. O que é que faz para se inspirar quando elas não surgem naturalmente?

Para me inspirar, procuro o cinema, a arte e as vivências quotidianas. Estou muito atento aos festivais de criatividade, como o de Cannes, porque preciso de perceber os mercados que trabalho. Preciso de perceber tendências e comportamentos, de saber quais são as agências criativas que estão a obter melhores resultados porque, direta ou indiretamente, são elas que acabam por influenciar o mercado como um todo.

Para nos inspirarmos, temos de estar onde estão as pessoas, seja no metro, num local turístico ou até em sofrimento numa fila enquanto esperamos por qualquer coisa. É nessas circunstâncias que conseguimos observar os comportamentos dos outros. Nessas observações, conseguimos ver a forma como reagem perante as situações e apreender as diferentes perceções e linguagens.

Se estiver numa carruagem de metro cheia, há quem se irrite, quem se revolte, quem brinque com a situação e todos esses comportamentos acabam por ser inspiradores.

Mas, se lhe passarem um ‘briefing’ com um prazo muito curto e não lhe surgir nenhuma ideia, não tendo a possibilidade de ir para a rua observar, como é que reage? Entra em stresse? Vai apanhar ar? Tem algum ritual?

Revisito as minhas vivências profissionais. Procuro recuperar soluções que já me ajudaram a resolver outros projetos. Nas alturas em que já não consigo render mais, paro, vou beber uma água, comer um gelado, ver um vídeo no YouTube ou falar com alguém para esvaziar a cabeça.

Se não o fizermos, ficamos mais frustrados e, com os nervos, não conseguiremos produzir nada. Temos de saber em que momento é que devemos parar e respirar para afastar a ansiedade, para podermos continuar.

Das campanhas publicitárias que fez, qual é aquela de que mais se orgulha?

São três. Participei numa, desenvolvida pela BETC e pela Havas, que apela à adoção de crianças com mais de seis anos, no Brasil, chamada ‘O álbum nunca fotografado’. Fizemos um álbum de fotografias para pais que adotam filhos mais velhos. Durante o processo de produção, chorei em todas as fases, vendo o casting das famílias, lendo as histórias, gravando as cenas, editando-as e apresentando a campanha aos clientes.

Outra é um filme de fim de ano que fiz, na Publicis. Uma animação de três minutos, lançada em 17 canais em simultâneo, sobre inclusão e igualdade. Foi o primeiro anúncio que apresentou uma criança com síndrome de Down em ilustração animada. Um dos personagens era um pirilampo que não acendia. É um filme que procura combater preconceitos.

E a terceira?

Essa já a fiz na LLYC, no Brasil. É uma ativação direcionada para pessoas que têm uma doença muito rara e que só podem ingerir entre 15 a 20 gramas de gordura por dia. Só para termos uma ideia, um ovo cozido tem cinco.

Fizemo-la num restaurante com estrela Michelin, todo decorado com o nome da doença [síndrome de quilomicronema familiar], proporcionando a um grupo de doentes uma experiência única, em segurança, uma vez que têm uma dieta tão restritiva, a comida tem de ser toda pesada, que não podem comer fora de casa.

Podem não ter sido as campanhas que venderam mais ou as que ganharam mais prémios, mas mudaram, nem que fosse um pouco, a vida de algumas pessoas.

Procura essa gratificação em todos os trabalhos que faz?

O papel da comunicação não é só potenciar vendas. A comunicação tem que criar empatia, porque, a partir do momento em que o conseguimos, conquistamos a pessoa que impactamos para sempre. Esse é o maior orgulho da minha carreira.

Numa perspetiva oposta, também existirão seguramente campanhas de outros que gostaria de ter feito. Lembra-se de alguma?

Sim, muitas. Gostava de ter feito todas as que, este ano, conquistaram Grandes Prémios em Cannes. Mas a primeira que me vem à cabeça é um SMS, uma ideia da Gut. Na final do campeonato mundial de futebol, o Brasil parou.

Durante o jogo, muitas pessoas começaram a receber uma mensagem que as avisava que o pedido que tinham feito estava a caminho. Como não tinham encomendado nada, estranharam. A ideia era, num gesto moralizador, avisá-los que o troféu vinha a caminho do país. É ridiculamente simples e profundamente impactante. Gosto de ideias de execução simples que causem um grande impacto.

Enquanto explicava como é que se começou a interessar pela publicidade, no início da entrevista, recordou que, nesses tempos, havia muito dinheiro para fazer anúncios. Em que medida é que a redução de orçamentos das últimas décadas condiciona a criatividade?

Condiciona muito, uma vez que a criatividade é muito relevante. É muito fácil ter uma ideia para um anúncio para o intervalo do Super Bowl se se tiver 10 milhões de dólares para gastar. No exemplo que dei antes, do SMS, o custo não foi dos maiores. É um desafio constante. Com reduções de orçamento, não podemos ter o Cristiano Ronaldo mas, em função dos valores de que dispomos, procuramos entregar a melhor proposta possível.

Isso obriga-nos a fazer adaptações e concessões para conseguir concretizar a criatividade sem que esta perca força. Temos de fazer ajustes e tirar partido do que temos à mão. Hoje, filmam-se campanhas com o telemóvel, com uma qualidade impressionante, com um custo que é um décimo ou um centésimo do orçamento de uma longa-metragem de Hollywood, mas a história que está a ser contada não é pior do que a do filme.

Vários profissionais do setor têm reconhecido publicamente que, como se está a investir menos em criatividade, é preciso repetir muito os anúncios para que os consumidores consigam reter. Também é essa a perspetiva que tem?

Sim. Há muitos clientes no mercado que preferem investir na segurança, na repetição, na informação e na performance, para garantir os resultados mínimos de que necessitam para atingir o seu objetivo.

Mas isso acaba por limitar o desempenho da marca e até do próprio cliente. As marcas que só pensam em atingir os objetivos mínimos nunca se irão destacar nem surpreender o consumidor.

Sente muito a pressão dos clientes para conseguirem essa diferenciação?

Como vem originalmente das relações públicas, a LLYC tem muitos clientes que sabem que as soluções básicas garantem resultados, apesar de não serem suficientes para garantir essa diferenciação. Mas, quando conseguimos apresentar uma ideia, uma ação ou uma campanha que faz aumentar a notoriedade das marcas, começam a confiar mais e a arriscar mais.

Em vez de investir 100% em segurança, começam a alocar 10% em criatividade e inovação e, com o tempo, essa percentagem sobe para os 20% e até passa a abranger outros canais, com os clientes a experimentar outras coisas, para aumentar a reputação, sem descurarem a tal segurança.

Também há, hoje, uma grande necessidade de métricas, de relatórios e de análises de dados. Isso também condiciona a criatividade?

Acaba por condicionar. Se apresentarmos uma ideia que não atinge os KPI [indicadores de desempenho] esperados, para o cliente a campanha não foi eficaz. Por mais que se ache que foi genial e até tenha ganho 50 prémios, não é considerada eficiente. Então, é preciso oferecer-lhe soluções e outros KPI, que podem ser tão importantes ou até melhores do que os que está a considerar.

No Brasil, um cliente recorria a um grande influenciador para promover a marca. No plano de meios que lhe elaborámos, colocámo-lo lá e o cliente ficou muito surpreendido. Mas a realidade é que, numa publicação ou num anúncio no Facebook, conseguimos obter métricas. Esta foi uma forma que encontrámos de aumentar os KPI do cliente, que só estava a contar com os gerados por ‘media display’.

Sente que se valorizam demasiado as métricas?

Varia muito de cliente para cliente. No Brasil, trabalhei com anunciantes que sabiam que uma determinada campanha não teria grande impacto em termos de vendas, mas investiam nela por uma questão de reputação e de notoriedade, com os sentimentos a sobreporem-se aos números.

Como é que vê o futuro mais imediato?

A LLYC está a estruturar-se cada vez mais, oferecendo na prática um serviço de ‘full communication store’, com a ambição de sermos vistos como um player que consegue entregar aos clientes a mesma qualidade que temos nos nossos serviços de relações públicas, assessoria de imprensa e digital na publicidade.

Não é fácil efetuar uma mudança de imagem, assim como mudar a imagem de um cliente também não é um processo simples nem rápido. Mas estamos com vários projetos em mãos e, ao longo dos próximos meses, esperamos que nos proporcionem grandes resultados.

“A multiculturalidade é um dos nossos maiores fatores distintivos”
–––

Foi contratado para aportar uma visão criativa e estratégica para a LLYC em Portugal. Como é que isso é feito em termos práticos?

Com muita reunião, com muita referência, com muita inspiração e ouvindo muito também. Não é só o que eu digo que deve ser seguido. É preciso ouvir as equipas, perceber quais são as necessidades locais e estar atento aos movimentos culturais que acabam por exercer alguma influência. Como já estou habituado a trabalhar grandes contas, no Brasil e não só, consigo transmitir a minha visão. A equipa global de criação da LLYC também tem essa experiência.

A multiculturalidade é um dos nossos maiores fatores distintivos, porque conseguimos apresentar soluções locais em consonância com as necessidades de um determinado país, com uma visão internacional, fruto da integração de profissionais de diferentes origens e culturas nas nossas equipas. Isso dá-nos mais agilidade.

Como é que gere o facto de não conseguir estar em dois sítios ao mesmo tempo?

Superamos isso com a competência de uma equipa muito alinhada. Em Portugal, temos 14 pessoas na área de criatividade, todas a remar no mesmo sentido, em articulação com a equipa do Brasil, para fazer com que a LLYC seja mais relevante no setor da publicidade, sendo mais escolhida pelos diretores de marketing, para os ‘pitches’.

Como não consigo estar em dois lugares ao mesmo tempo, vamos contornando a situação de outras formas, delegando responsabilidades noutras pessoas, tentando ensinar metodologias de trabalho e de criação.

Vai alterando temporadas no Brasil com estadias em Portugal?

Sim. Também temos elementos da equipa portuguesa que vão ao Brasil e colaboradores da brasileira que vêm a Portugal. O Tiago Vidal, [sócio e diretor de talentos e tecnologia da LLYC], foi, no fim de julho, para o Brasil.

Sempre que não conseguimos resolver determinado assunto através de uma chamada telefónica, juntamo-nos presencialmente, aproveitando essas alturas para discutir questões que se prendem com o relacionamento com os clientes e para atualizar metodologias, referências e inspirações, para que possamos todos caminhar no mesmo sentido.

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Tiago Mesquita é o novo supervisor criativo e diretor de arte da i-Brothers

Tiago Mesquita (na foto à esq.) junta-se a Marcelo Dolabella, supervisor criativo e redator da i-Brothers (na foto à dir.), para elevar o potencial criativo da agência e reforçar o compromisso de criar projetos e campanhas focadas no impacto das ideias

Tiago Mesquita assume a supervisão criativa e a direção de arte da i-brothers, com o objetivo de elevar o potencial criativo da agência e reforçar o compromisso de criar projetos e campanhas focadas no impacto das ideias. O profissional junta-se a Marcelo Dolabella, supervisor criativo e redator da i-Brothers, na supervisão criativa da agência fundada por Salvador Pinto e Duarte Azevedo.

Licenciado em design e artes aplicadas pelo IADE, Tiago Mesquita conta com cerca de uma década de experiência profissional, onde passa por agências como TBWA, BBDO, RayGun, Kiss The Agency e FunnyHow, e conquista prémios nos festivais Cannes Lions, Eurobest, Festival CCP, Prémios Eficácia, Prémios Meios & Publicidade, Prémios Lusófonos da Criatividade, Prémios Novos e a Bienal de Jovens Artistas de Milão.

“A entrada do Tiago e o reforço do papel do Marcelo não só elevam o potencial criativo, como reforçam o compromisso da agência de criar projetos e campanhas que geram impacto e transformam marcas em histórias vivas”, declara Salvador Pinto, cofundador e sócio da i-Brothers, em comunicado de imprensa.

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Marcas pequenas ganham às grandes nas interações em vídeos no Instagram

A maioria das cinco marcas nacionais com mais interações em vídeos no Instagram em 2024 são de menor dimensão e encontram-se em nichos, indica o ranking da Snack Content Portugal, em exclusivo para o M&P

Catarina Nunes

2024 traz más notícias para as grandes marcas nacionais, que investem no Instagram uma parte considerável do orçamento destinado a marketing nas redes sociais.

A maioria das cinco marcas nacionais com mais interações com vídeos no Instagram em 2024 são de menor dimensão e encontram-se em nichos, algumas delas em hiper nichos, e têm um número de utilizadores abaixo do que seria expectável, para conseguirem ultrapassar as grandes marcas.

De acordo com os dados da Snack Content Portugal, trabalhados em exclusivo para o M&P, o espaço de eventos e casamentos Solar da Levada & Lago dos Cisnes, em Amares, é a marca nacional que tem em média mais ‘engagement’ (gostos, comentários e partilhas) com vídeos do Instagram, seguido pela Coolnvintage (recondicionamento de jipes Land Rover), pela Antarte (mobiliário e decoração), pela Casa Fânzeres (arte sacra e mobiliário litúrgico) e pela Estofos.pt (mobiliário estofado por medida).

O Solar da Levada & Lago dos Cisnes lidera o ranking com vídeos que mostram a sofisticação do espaço e dos eventos aqui organizados

Este top 5, elaborado pela empresa especialista em marketing digital e na criação de linhas editoriais e formatos de vídeos para marcas nas redes sociais, diz respeito à média do ‘engagement’ no total de 2024, apenas no formato de vídeo, e é feito através do programa de dados Tubular.

“As marcas que lideram esta lista souberam explorar ao máximo o potencial da plataforma, criando uma comunidade envolvida e altamente interativa, através dos vídeos publicados”, argumenta Inês Ramada Curto, sócia e codiretora executiva da Snack Content Portugal.

Questionada sobre as razões do desempenho destas marcas, Inês Ramada Curto refere que a ferramenta de análise de dados dá os resultados das marcas com mais interações, mas, por si só, não identifica as razões para tal.

“Para tirar conclusões, teria de fazer mais pesquisas e saber mais sobre as marcas, nomeadamente desde quando têm páginas no Instagram, quando começaram a fazer esta estratégia de comunicação, que segmento interage mais, há quanto tempo mantêm estes números, como é o atendimento ao cliente offline, a volumetria de publicações, que respostas dão às comunidades digitais nas redes sociais e como dão feedback nas mensagem privadas, por exemplo”, explica.

A sócia e codiretora executiva da Snack Content Portugal considera que, eventualmente, “as marcas maiores estão mais focadas em campanhas offline, em ‘outdoors’, em campanhas pontuais e em televisão, perdendo assim terreno para uma marca pequena, às vezes de bairro ou de criadores que seguem as boas práticas da plataforma”.

“Não basta apenas ter bons produtos ou serviços, é preciso saber como contar a sua história e gerar experiências para os consumidores através de cada ‘post’. Este é um exemplo claro de como o marketing nas redes sociais, quando bem executado, pode ser um dos maiores impulsionadores de sucesso no cenário digital”, acrescenta Inês Ramada Curto.

Espaço de eventos em Amares lidera ranking

Com cerca de 73,7 mil seguidores no Instagram, o Solar da Levada & Lago dos Cisnes (@solardalevada_lagodoscisnes) ocupa o topo do ranking da Snack Content Portugal, com uma média de 28,9 mil interações por vídeo publicado, em 2024. Vídeos bem filmados (alguns com drones) e com uma edição dinâmica mostram a sofisticação do espaço de eventos focado em casamentos.

“Os conteúdos em vídeo trazem uma aura muito especial ao espaço com imagens muito cuidadas e que mostram bem todo o potencial de envolvência e decoração desta quinta”, salienta Inês Ramada Curto.
A responsável da Snack Content considera que o ‘engagement’ nas redes sociais é um dos principais indicadores de sucesso no marketing e na comunicação digital.

“Através dele, as marcas conseguem medir a interação do público com os seus conteúdos, o que revela o impacto da comunicação e da fidelização dos seguidores. No universo do Instagram, que ainda continua a ser uma das plataformas mais relevantes para as empresas, algumas marcas ganham destaque pela capacidade de gerar interações”, argumenta.

A Coolnvintage foca-se na estética e no apelo emocional que os Land Rover recondicionados têm na sua comunidade digital

Bastante distante do líder, a Coolnvintage (@coolnvintage), de Lisboa, surge em segundo lugar com uma média de 16,8 mil interações por vídeo. A marca de serviço de recondicionamento de jipes Land Rover antigos tem, no entanto, um número de seguidores bastante superior (310 mil) ao da Solar da Levada & Lago dos Cisnes.

“A estratégia da Coolnvintage foca-se na valorização da proposta estética e no apelo emocional que o design destes jipes trazem para a sua comunidade digital”, argumenta a responsável. Os conteúdos estão centrados em vídeos dos carros restaurados, com um especialista a descrever, em inglês, as histórias dos jipes e as intervenções feitas, ou que mostram a viagem em que os veículos são entregues aos proprietários, espalhados por todo o mundo.

Antarte é a maior marca no ranking

Ligeiramente atrás da Coolnvintage, a Antarte (@antartehome) está na terceira posição com uma média de 15,6 mil interações por publicação em vídeo. A marca de mobiliário e decoração destaca-se por ser a maior das marcas que figuram no ranking elaborado pela Snack Content Portugal.

Com uma dimensão multinacional, a partir da fábrica na Rebordosa, a marca de mobiliário e decoração soma 244 mil seguidores no Instagram e aposta em filmes que mostram a unidade fabril, principalmente o processo de produção dos móveis, bem como os eventos que patrocina.

“Entre os vídeos com maiores números encontra-se o registo visual que mostra como é feito o cadeirão Lisboa, com 872 mil interações, além de outros vídeos com a coleção Mónaco e a cadeira Cannes. Este tipo de conteúdo que ‘levanta o véu’ da marca e mostra o que está por trás do negócio não só atrai a atenção do público-alvo como promove o ‘engagement’ através de interações espontâneas dos seguidores, que frequentemente comentam e partilham as publicações”, salienta.

A Antarte destaca-se por mostrar a fábrica, principalmente o processo de produção dos móveis que comercializa

A marca que produz obras de arte sacra em madeira, a Casa Fânzeres (@casafanzeres), de Gondomar, tem uma média de 11,4 mil interações no ano passado e ocupa a quarta posição do ranking. Com 30,7 mil seguidores no Instagram, “esta página mantém uma comunicação consistente e cuidadosa com o seu público, e o vídeo com mais interações mostra a figura da Nossa Senhora de Fátima”, revela Inês Ramada Curto.

O ranking é encerrado com a Estofos.pt (@estofos.pt) no quinto lugar, com 11,3 mil de ‘engagement’ por publicação e 29 mil seguidores. A marca especialista em móveis estofados por medida publica, de forma constante, vídeos que apresentam os produtos e os ambientes possíveis, bem como o processo de fabrico.

“O vídeo com maior número de interações, 348 mil, mostra um sofá personalizado com arrumação dentro dos braços do próprio sofá”, destaca a codiretora executiva da Snack Content Portugal.

“Este top 5 revela a importância da estratégia, da linha editorial e da construção de uma identidade digital única, que as marcas devem seguir com rigor para se manterem fiéis e ativas perante a comunidade digital”, sustenta Inês Ramada Curto, salientando que “as conexões emocionais que se criam também podem alavancar, e muito, o envolvimento no Instagram”.

 

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IPSOS Apeme compra negócio de audiências e mobilidade da PSE

A empresa do grupo Ipsos em Portugal expande a atuação para o segmento de medição e análise de audiências, com a aquisição da empresa de estudos de mercado que é responsável pelo estudo de audiências de ‘outdoor’, entre outros

A Ipsos Apeme concluiu em janeiro a aquisição da unidade de negócio de audiências e mobilidade da PSE, que é a responsável pelo estudo de audiências de ‘outdoor’, entre outros. A empresa de estudos de mercado refere em comunicado de imprensa que este negócio “é um passo estratégico para a modernização e expansão da sua oferta de serviços”.

Com esta operação, a empresa do grupo Ipsos em Portugal expande a atuação para o segmento de medição e análise de audiências, tirando partido da experiência e inovação tecnológica do grupo a que pertence. “A integração desta unidade de negócio é um passo natural na evolução da Ipsos Apeme. É uma das aquisições da nossa estratégia de crescimento em curso para oferecer as soluções mais robustas e tecnologicamente mais avançadas do mercado”, explica Marina Petrucci, gestora em Portugal da Ipsos Apeme.

“As marcas e os meios vão passar a ter acesso a informação de comportamentos de media e mobilidade, fundamentais para ajustarem as suas estratégias com maior precisão e confiança”, acrescenta Marina Petrucci.

A nova unidade será liderada por Nuno Santos, formado em economia e econometria pelo ISEG. Docente universitário e investigador na área de estudos de meios e medição de audiências é também especialista em ciência de dados e análise avançada, contando com um percurso consolidado nos estudos de mercado e consultoria.

“O Nuno Santos é a pessoa certa para este desafio. A sua vasta experiência e visão estratégica sobre medição de audiências estão totalmente alinhadas com os objetivos da Ipsos e com as necessidades das marcas e dos anunciantes em Portugal. É a escolha óbvia para liderar a inovação, transformação e expansão nacional e internacional das audiências e mobilidade”, acrescenta Marina Petrucci.

Nuno Santos sublinha que “para além de representar um grande desafio, a missão de posicionar a medição de audiências em Portugal na vanguarda é uma necessidade do mercado. Este compromisso conta com o apoio dos players e ‘stakeholders’ do setor, assim como com a força e a experiência mundial da Ipsos”.

Esta aquisição está em sintonia com a missão da Ipsos Apeme de fornecer ‘insights’ relevantes e acionáveis para ajudar as organizações, marcas e meios a tomarem decisões informadas e estratégicas num mercado em constante evolução. “A empresa reafirma, assim, o seu compromisso com um crescimento rápido, mas consistente, nos estudos de mercado e medição de audiências”, refere a IPSOS em comunicado de imprensa.

 

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iMotion Events internacionaliza-se com integração no BEIC (com vídeo)

A agência de eventos fundada por Angelina Castel-Branco (na foto, à esq.), Patrícia Gueifão (à dir.) e Rodrigo Cordeiro é a primeira empresa nacional a integrar o clube internacional da indústria dos eventos

O Business Event Industry Club (BEIC) conta agora com a iMotion Events, com esta agência de eventos fundada por Angelina Castel-Branco, Patrícia Gueifão e Rodrigo Cordeiro a ser a primeira empresa nacional a integrar o restrito clube internacional da indústria dos eventos, colocando Portugal num patamar de maior visibilidade para captação de eventos globais.

“Era um dos nossos maiores objetivos e não podia ter sido alcançado em melhor momento. Acabámos de lançar o nosso ‘rebranding’, com uma nova imagem e uma assinatura que refletem a capacidade ímpar de criação e execução da nossa equipa, e estamos a rumar para novas geografias, trazendo para Portugal mais e maiores eventos internacionais”, explica Angelina Castel-Branco, sócia-fundadora da iMotion Events, citada em comunicado de imprensa.

Com a expansão internacional como um dos pilares da estratégia para os próximos três anos, a iMotion Events está focada em reforçar a presença na Europa, investindo em mercados-chave como Espanha, França e Alemanha, onde a agência já opera e onde prevê crescer, já em 2025.

A integração no BEIC acontece numa altura em que a empresa anuncia “um crescimento sustentado de 14% nos últimos anos e antevê, para este ano, um crescimento na ordem dos 20%, impulsionado pela robustez da operação nacional”. A lista de clientes inclui marcas como Bial, Sonae, Ageas Seguros, Siemens, BP, EDP, Meo e Deloitte.

“O setor dos eventos evoluiu profundamente, e acreditamos que o caminho a seguir passa por uma fusão perfeita entre criatividade, tecnologia e emoção. Somos cada vez mais contadores de histórias e arquitetos dos grandes momentos das marcas. Desde a criação de uma ideia até ao aplauso final, oferecemos nada menos do que o extraordinário”, sustenta Angelina Castel-Branco.

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Os anúncios que podem ser vistos no Super Bowl 2025 (com vídeos)

Matt Damon (na foto, à esq.) e David Beckham (na foto, à dir.) protagonizam ‘David and Dave’, filme publicitário que estreia no Super Bowl LIX, a 9 de fevereiro. Em ano de recorde de investimento publicitário, o M&P reúne os principais ‘teasers’

É o evento desportivo mais disputado pelos anunciantes nos Estados Unidos, havendo marcas que pagam oito milhões de dólares (cerca de €7,7 milhões) por uma exposição televisiva de 30 segundos nos intervalos do Super Bowl LIX.

Na edição de 2025, que se realiza a 9 de fevereiro em Nova Orleães e opõe os Philadelphia Eagles aos Kansas City Chiefs, já são conhecidos alguns dos anúncios que vão ser apresentados, ainda que, nas semanas que antecedem o evento desportivo, muitas marcas se fiquem pelos ‘teasers’.

É o caso da marca de equipamentos elétricos Bosch, que apresenta um anúncio de 30 segundos no quarto bloco publicitário. Protagonizado pelo ator espanhol Antonio Banderas, o filme foi idealizado pela Droga5.

A marca desportiva Skechers foi a primeira a confirmar a intenção de ter um anúncio na edição de 2025 do Super Bowl, tendo escolhido Andy Reid, treinador principal dos Kansas City Chiefs para protagonizar o ‘spot’. O filme publicitário ‘Side Hustle’ foi divulgado a 4 de fevereiro.

A Budweiser ponderou a hipótese de avançar apenas com um anúncio regional, mas acabou por recuar e financiar um filme de 30 segundos. Idealizado pela FCB New York, conta com a participação do comediante Shane Gillis, do cantor e rapper Post Malone e do ex-jogador de futebol americano Peyton Manning.

O Special Group assina o quinto filme seguido da Uber Eats a ser exibido no Super Bowl. A produção de 60 segundos mostra Matthew McConaughey a tentar provar, com o auxílio de Martha Stewart e Charlie XCX, que o futebol americano não passa de um estratagema para vender comida, juntando protagonistas de diferentes idades para apelar a diferentes audiências.

A quarta presença do Booking.com é da responsabilidade da agência criativa Zulu Alpha Kilo e conta com a participação bem-humorada das personagens de ‘Os Marretas’.

Após um hiato de três anos, a Taco Bell volta com ‘Photobomb’, um anúncio protagonizado pela artista Doja Cat, que conta com a presença de fãs da artista e de clientes da marca. Com criatividade da Biite, o ‘spot’ é realizado por Dave Meyers.

A empresa farmacêutica Novartis estreia-se com uma campanha de sensibilização para a prevenção do cancro da mama, com a duração de 60 segundos. Protagonizada pela comediante Wanda Sykes e pela cantora e atriz Hailee Steinfeld, tem assinatura da Merkley and Partners.

A empresa de cruzeiros europeia MSC Cruises também se estreia com um filme de 60 segundos, concebido pela Highdive, que mostra os atores Drew Barrymore e Orlando Bloom numas férias num navio.

A Häagen-Dazs opta por uma perseguição de automóveis e camiões para o primeiro anúncio no Super Bowl, criado pela Nice&Frank. Os atores Vin Diesel e Michelle Rodriguez são os eleitos para promover a marca.

Entre os estreantes está também a plataforma de entregas Instacart, com um ‘spot’ desenvolvido pela equipa criativa da empresa em colaboração com a agência TBWA\Chiat\Day. Para a sua estreia no Super Bowl, com um anúncio de 30 segundos, a marca de papel higiénico Angel Soft, recorreu à Grey.

A Nerds, marca de guloseimas da Ferrara, aposta no cantor Shaboozey, numa campanha da Digitas Chicago, enquanto que a NerdWallet exibe, no terceiro bloco de anúncios, um filme da Deutsch, protagonizado por uma baleia falante.

Pela décima segunda vez consecutiva, a empresa financeira TurboTax volta a investir no evento, com uma campanha concebida pela agência criativa R/GA. Issa Rae, atriz e escritora norte-americana, protagoniza o filme publicitário.

A empresa tecnológica Squarespace participa pela décima primeira vez no evento desportivo, com um anúncio de 30 segundos, protagonizado pelo ator irlandês Barry Keoghan, que surge acompanhado por um burro.

Na oitava participação, a Pringles muda de agência, apostando na FCB New York para um filme, com Adam Brody, Nick Offerman e James Harden, que pretende mostrar a nova direção criativa da marca.

A Mountain Dew, refrigerante que integra o portefólio de bebidas da PepsiCo, repete a proeza pela sétima vez, com um ‘spot’ protagonizado pela artista Becky G, com criatividade da Goodby Silverstein & Partners.

Na quinta presença consecutiva no Super Bowl, a Hellmann’s é uma das marcas do segundo bloco de anúncios. Protagonizado pelos atores Billy Crystal e Meg Ryan, o ‘spot’, com criatividade da VML, junta novamente os atores no Kat’z Delicatessen, em Nova Iorque, para recriar uma das cenas mais memoráveis do filme ‘Um Encontro Inevitável’, de 1989.

A VLM também assina os dois anúncios de 15 segundos da The Foundation to Combat Antisemitism, que contam com a participação de Tom Brady e Snoop Dogg.

A marca de cerveja Michelob Ultra regressa com um anúncio criado pela Wieden+Kennedy New York, protagonizado pelos artistas William Dafoe e Catherine O’Hara.

Depois da estreia em 2024, a Reese’s reincide com uma campanha da Erich & Kallman. O anúncio é a peça central de uma estratégia publicitária que inclui ativações de marca e passatempos.

Após dois anos de ausência, a Meta regressa ao Super Bowl para publicitar os óculos que desenvolveu com a Ray-Ban, através de um filme protagonizado pelos atores Chris Hemsworth e Chris Pratt e da socialite Kris Jenner.

A marca de cerveja belga Stella Artois, que não investia no evento desde 2019, regressa para a quarta participação, tendo contratado o ator Matt Damon e o ex-futebolista David Beckham para um ‘spot’, concebido pela Artists Equity Advertising, que mostra como o antigo desportista lidera com a existência de um irmão gémeo que não sabia que tinha.

A Little Caesars convidou o ator Eugene Levy, conhecido pelas sobrancelhas farfalhudas, a protagonizar o filme publicitário que exibe no Super Bowl, concebido pela agência criativa McKinney.

A indústria automóvel está apenas representada pela Jeep e pela Ram Trucks, que estreia um anúncio protagonizado pelo ator Glen Powell. Com “Panama” dos Van Halen como banda sonora, o filme publicitário tem assinatura da GSD&M e é exibido durante o segundo bloco publicitário do evento.

A Coffee Mate, marca de bebidas da Nestlé, delegou a tarefa de conceber o anúncio a exibir no intervalo da Super Bowl na Wieden+Kennedy New York. A cantora Shania Twain protagoniza o anúncio.

 

Sobre o autorLuis Batista Gonçalves

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Mondelez troca GCI pela Marco

“A nossa equipa está pronta para entregar resultados excecionais e continuar a impulsionar a comunicação estratégica da Mondelez, alinhada com as suas visões e ambições”, salienta Diana Castilho, diretora da agência Marco em Portugal

Depois de ter conquistado a conta da Mondelez em Espanha em 2024, a Marco assume agora a comunicação corporativa, as relações públicas, os ‘public affairs’ e a assessoria de imprensa da empresa alimentar, que detém marcas como Milka, Belvita, Cadbury, Côte D’Or, Daim, Halls, Tuc, Mikado, Oreo, Philadelphia, Royal, Tang, Chips Ahoy! e Toblerone, em Portugal.

“A escolha reflete a confiança de empresas globais na nossa capacidade para o desenvolvimento e implementação de estratégias inovadoras com impacto. A nossa equipa está pronta para entregar resultados excecionais e continuar a impulsionar a comunicação estratégica da Mondelez, alinhada com as suas visões e ambições”, assegura Diana Castilho, diretora da agência Marco em Portugal, citada em comunicado de imprensa.

Consolidar a presença das marcas que integram o portefólio da empresa no mercado nacional, de forma alinhada com as iniciativas de sustentabilidade e inovação globais da multinacional norte-americana, é a principal intenção do acordo assinado com a Marco, que substitui a GCI, agência do GCIMedia Group, na comunicação da marca em Portugal.

Além da Prime Video, a Marco também está a trabalhar as contas das marcas Action, Autodoc, Subway, Kyndryl e Ringana, sendo responsável, a nível corporativo, pela comunicação de empresas e organizações como a Friends of Glass Portugal, a Associação dos Industriais de Vidro de Embalagem (AIVE), a Organização Europeia de Patentes (EPO) e a Organização Europeia de Propriedade Intelectual (EUIPO).

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Fred Oliveira realiza anúncio para marca financeira turca (com vídeo)

O anúncio protagonizado por Pedro Alonso (na foto), ator que interpreta Berlim nas séries ‘La Casa de Papel’ e ‘Berlim’,” surge na sequência de projetos anteriores que o realizador português desenvolve na Turquia, para marcas como a Ford, a Vodafone e a Arçelik,

Fred Oliveira, também conhecido como SirFred, é o escolhido pela agência criativa Roy+Teddy, sediada em Istambul, para realizar o filme publicitário que marca o lançamento da marca financeira Papel. Intitulado ‘Papel For Everyone’, o ‘spot’ é produzido pela Norr Production&Co e protagonizado pelo ator espanhol Pedro Alonso, que dá vida a Berlim nas séries ‘La Casa de Papel’ e ‘Berlim’.

“O maior desafio foi estruturar o filme com uma dinâmica cinematográfica, que apresentasse o próprio Pedro Alonso como personagem. Para isso, desafiei a agência a colaborarmos na criação de uma fórmula inspirada em ‘trailers’ ou ‘teasers’, resultando numa abordagem mais envolvente e criativa”, relata ao M&P Fred Oliveira, realizador da Krypton.

Com direção de fotografia de Sergi Gallardo, edição de Marc Soria e coloração de Paulo Inês, da Ligth Film, o anúncio tem sonoplastia de Henrique Lima, da Som de Lisboa, em parceria com o Imaj Group, que também assina a pós-produção e os efeitos visuais do ‘spot’. A banda sonora é composta por Pedro Macedo Camacho.

“Este filme publicitário, concebido para o mercado turco, surge na sequência de vários projetos anteriores que desenvolvi, na Turquia, para marcas como a Ford, a Vodafone e a Arçelik, consolidando-se, assim, uma parceria criativa com o mercado de Istambul e com a produtora Norr Production&Co, já de longa data”, afirma Fred Oliveira.

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Team Lewis define estratégia comunicacional da Lyca Mobile

“O grande alcance, o foco no atendimento ao cliente e a estratégia de negócios inovadora faz com que a Lyca Mobile supere a concorrência e alcance uma maior cobertura europeia do que qualquer outro operador de rede”, sublinha Inês Barbosa, diretora da Team Lewis

A agência de comunicação Team Lewis reforça a carteira de clientes com a Lyca Mobile, passando a assumir a comunicação estratégica e a assessoria de imprensa da operadora móvel virtual, uma das maiores empresas internacionais de chamadas móveis pré-pagas.

“O grande alcance, o foco no atendimento ao cliente e a estratégia de negócios inovadora faz com que a Lyca Mobile supere a concorrência e alcance uma maior cobertura europeia do que qualquer outro operador de rede”, refere Inês Barbosa, diretora da Team Lewis, citada em comunicado de imprensa, explicando que “o negócio da empresa continua a expandir-se, chegando a novos mercados e novas tecnologias regularmente”.

Presente em 21 países, a operadora, fundada em 2006, conta com cerca de 16 milhões de clientes em todo o mundo. O anúncio do reforço da carteira de clientes com a Lyca Mobile surge três semanas após a Team Lewis ter divulgado o início da colaboração estratégica com a Oppo, fabricante de telemóveis que também fornece sistemas operativos e serviços de internet.

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Publicis Groupe sobe receitas em 8,3% e vai investir em dados e IA

O desempenho do grupo em 2024 deve-se sobretudo ao crescimento das áreas de dados, tecnologia e media digital, que representam cerca de 40% da receita do Publicis Groupe, que anuncia investimentos de €800 a €900 milhões em tecnologia de dados e IA, em 2025

As receitas totais de faturação do Publicis Groupe aumentam 8,3% para €16 mil milhões, em 2024, com os lucros da ‘holding a subir 6,6% para €13,9 mil milhões, face ao período homólogo. O grupo revela ainda um crescimento orgânico de 5,8% das receitas totais de faturação, que não contabiliza novas aquisições.

Nos últimos três meses de 2024, o grupo apresenta igualmente uma trajetória de crescimento, com uma subida de 6,3% do crescimento orgânico e um aumento de 8,9% dos lucros para €3,8 mil milhões, em comparação com o mesmo período em 2023, impulsionado pelo reforço da presença global e pelo foco na diversificação dos serviços. Apesar de os resultados dos restantes grupos mundiais de publicidade ainda não terem sido divulgados,  Arthur Sadoun, presidente e CEO do Publicis Groupe, garante que “graças a um quarto trimestre forte, o Publicis tornou-se a maior empresa de publicidade do mundo em 2024”.

A fusão Omnicom-IPG, que tornará o Omnicom a maior ‘holding’ de agências do mundo, irá abalar as posições no ranking dos maiores grupos do setor. No entanto, Arthur Sadoun prevê que “serão necessários pelo menos cinco anos para determinar o sucesso da aquisição pendente do IPG pelo Omnicom” e que “durante esse tempo, o Publicis vai procurar a melhor forma de se adaptar às novas circunstâncias”. A ‘holding’ francesa prevê um crescimento orgânico dos lucros de 4% a 5% em 2025 e anuncia planos de investimento no valor de €800 a €900 milhões, em tecnologia de dados e IA.

“Passar de terceiro para primeiro lugar em três ou quatro anos implica uma série de esforços que já vêm de há anos” para reestruturar a empresa, explica Arthur Sadoun, acrescentando que “demorámos cinco a seis anos para chegar até aqui, mas este é um momento importante para nós”. No rescaldo do crescimento registado, a ‘holding’ revela que concede aos funcionários um aumento salarial médio de 7% em 2024, segundo a Campaign.

Clientes na área da saúde têm um peso maior

Quanto à distribuição das receitas totais de faturação do grupo mundial de publicidade e comunicação por áreas de negócio dos clientes, a saúde representa 14% da receita líquida anual, seguida do setor automóvel (13%), dos serviços financeiros (12%) e da alimentação e bebidas (12%).

O setor da tecnologia, dos media e das telecomunicações contribui com 11%, enquanto os produtos de consumo não alimentares representam 10%. O retalho mantém-se sólido, com uma quota de 9%, enquanto os setores do lazer e turismo (4%), público (3%) e indústria e energia (3%) complementam a distribuição da receita. Outros segmentos, incluindo publicidade exterior e projetos experimentais, representam 9% do total.

O desempenho positivo do grupo em 2024 deve-se sobretudo ao crescimento das áreas de dados, tecnologia e media digital, que já representam cerca de 40% da receita do Publicis Groupe. A plataforma de inteligência artificial Marcel, bem como a divisão de marketing alimentado por dados Epsilon e a consultora digital Sapient, são determinantes para a liderança da empresa face à concorrência, de acordo com Arthur Sadoun.

A análise geográfica também demonstra um crescimento equilibrado em todas as regiões. A América do Norte lidera com €8,58 mil milhões em lucros, o que equivale a um crescimento de 5,1%. A Europa segue-se com €3,38 mil milhões, um crescimento orgânico de 5,4%, beneficiando do desempenho positivo nos principais mercados.

A região Ásia-Pacífico apresenta um crescimento orgânico de 6,3%, com lucros totais de €1,21 mil milhões. O Médio Oriente e África, por seu lado, registam um aumento de 7,4% das receitas líquidas para €406 milhões, enquanto a América Latina destaca-se como o mercado de crescimento mais acelerado, com um aumento de 22,9% dos lucros para €374 milhões.

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Rosa & Teixeira entrega comunicação estratégica à Public’

O acordo assinado entre a Public’ e a Rosa & Teixeira (na foto) contempla o desenvolvimento de campanhas de comunicação, relações públicas, assessoria de imprensa e ativações, estruturadas para aumentar a notoriedade da marca de moda fundada em 1944

A Rosa & Teixeira acaba de entregar a comunicação estratégica à Public’, com a ambição de reforçar a presença da marca nacional de alfaiataria e pronto-a-vestir, que tem lojas em Lisboa e no Porto e que também comercializa marcas internacionais.

“Queremos comunicar da mesma forma que gerimos a nossa relação com os nossos clientes, com proximidade. O nosso posicionamento está bem definido e gostamos da forma como nos apresentamos ao mercado, mas sabemos que podemos sempre inovar e é isso que esperamos desta parceria”, salienta a Rosa & Teixeira em comunicado de imprensa.

O acordo assinado entre a Public’ e a empresa de moda contempla o desenvolvimento de campanhas de comunicação, relações públicas, assessoria de imprensa e ativações, estruturadas para aumentar a notoriedade da marca de moda centenária, fundada em 1944.

“Estamos entusiasmados por trabalhar com uma marca tão emblemática como a Rosa & Teixeira. Acreditamos que, através da nossa experiência em comunicação, poderemos contribuir para o crescimento e fortalecimento da marca, mantendo a sua essência e os valores que a tornam única”, refere Júlia Almeida, diretora de relações públicas da Public’, citada no documento.

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