A revista norte-americana Fast Company introduziu no NotebookLM, assistente virtual de apontamentos e pesquisa da Google que utiliza o Gemini, 188 relatórios de empresas de vários setores de atividade com as perspetivas para 2025 e pediu-lhe que identificasse padrões na informação. Com base nesses resultados elaborou uma versão resumida da análise feita por inteligência artificial (IA), em que as oportunidades e desafios da IA, as ameaças geopolíticas e macroeconómicas e os novos padrões de consumo da Geração Z são os principais destaques.
IA estará cada vez mais presente
No horizonte de 2025, os relatórios convergem na indicação de que a IA continuará a ter um grande impacto. Um número significativo aponta, por exemplo, que a tecnologia será mais ativamente integrada nas operações de negócios em todos os setores. “A IA foi a grande história de 2023 e 2024, e isso não vai mudar. Na verdade, a adesão à IA provavelmente começará a acelerar em 2025, à medida que as empresas de energia ganham confiança em casos de uso que promovem otimização e inovação”, escreve a Publicis Sapient, consultora digital do Publicis Groupe, nas previsões para 2025.
“Prevê-se que a IA passe de uma ferramenta agradável para uma ferramenta imprescindível para os profissionais de marketing, com uma adesão crescente na criação de conteúdos, personalização, análise preditiva e otimização de campanhas”, refere a EssenceMediacom, agência de marketing do GroupM, no relatório para 2025.
Sustentabilidade desafia utilização da IA
Alguns dos relatórios analisados apontam que em 2025 os consumidores e as empresas vão dar prioridade à sustentabilidade, o que constitui um desafio face ao uso generalizado da IA. Quase dois terços das empresas estão preocupadas com o impacto da IA e dos projetos de ‘machine learning’ no consumo energético e na pegada de carbono, segundo a S&P Global.
Os consumidores esperam ainda que as marcas assumam a responsabilidade pela resolução deste tipo de questões ambientais, com cerca de 61% dos consumidores norte-americanos a considerarem que as empresas devem liderar a mudança nesse sentido, de acordo com a empresa de estudos de mercado Mintel.
O mundo permanecerá instável
Um dos aspetos sobre os quais muitas das previsões convergem é o facto de ser impossível chegar a um consenso sobre um conjunto de previsões. Isto deve-se ao atual cenário volátil, com previsões económicas extremamente divergentes, em que as flutuações económicas, as mudanças geopolíticas e a crise climática podem causar dificuldades em 2025.
A Nielsen, que faz previsões sobre o comportamento dos consumidores, acredita que a normalização dos níveis de inflação e a descida das taxas de juro podem melhorar a confiança dos consumidores e aumentar as suas despesas, mas salienta que “no entanto, como vimos nas mudanças frenéticas do passado recente, esses momentos de recuperação podem ser frágeis – e podem evaporar-se tão rapidamente quanto surgem”.
Geração Z continua a florescer, mas está cautelosa
“A geração Z é composta pelos melhores empreendedores”, refere o relatório de previsões da consultora financeira Mercer. Os jovens, por outro lado, valorizam a segurança financeira e as empresas que demonstram ter um impacto positivo na sociedade. A Nextatlas, empresa italiana de estudos de mercado, apelida a esperança da geração Z em relação à segurança financeira de “desejo silencioso” e antevê uma mudança nos padrões de consumo para gastos mais conscientes.
O TikTok é a aplicação mais utilizada pela geração Z e continuará a sê-lo, segundo a DCDX, agência de estudos dedicados a esta geração, estando ainda por saber da proibição desta rede social nos Estados Unidos, efetivada a 19 de janeiro, e do seu impacto. Por outro lado, o ChatGPT e aplicações semelhantes são as que deixam os membros desta geração mais cautelosos quanto ao futuro.
De acordo com a empresa de estudos de mercado Euromonitor International, a geração Z está a tornar-se mais exigente quanto às limitações da IA generativa, à semelhança de outras gerações. Entre as principais preocupações desta geração estão ainda os cuidados com o potencial de desinformação gerado pela IA e o seu impacto na garantia de emprego.